Ainda na sequência de um post de há um ano atrás, vide link supra, sobre as declarações nada modestas de um catedrático da Universidade do Porto, relativamente à capacidade de geração de empresas por parte do seu grupo de investigação, aproveito para divulgar o facto de hoje mesmo a revista Forbes, ter publicado um artigo onde analisa a tendência crescente dos cientistas se tornarem empreendedores através do lançamento de empresas de base tecnológica. https://www.forbes.com/sites/trevorclawson/2025/04/19/spin-out-strategy-turning-scientists-into-entrepreneurs/
Neste contexto recordo que num post anterior, do passado mês de Dezembro, no qual lamentei a inépcia (leia-se falta de coragem) da Presidente do ERC, Maria Leptin, mencionei o facto do famoso relatório Draghi ter criticado a inexistência de incentivos, a nível europeu, para que os investigadores se tornem empreendedores. Nesse post mencionei o caso da conhecida e prestigiada universidade ETH Zurich, a 5ª melhor universidade europeia de acordo com o muito conhecido ranking Shanghai (onde os professores-auxiliares ganham mais de 10.000 euros por mês), que concede licenças sabáticas aos seus cientistas para que se possam dedicar unicamente à criação de empresas https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2024/12/where-is-courage-ercs-maria-leptin.html
Neste contexto particular, é pertinente referir que há poucos anos atrás, um capítulo de um livro indexado na plataforma Scopus, divulgou resultados de um estudo de investigadoras da universidade do Minho, que analisaram as respostas de duas centenas de estudantes de cursos de engenharia da mesma universidade (53% do campus de Gualtar e 47% do campus de Azurém), quanto às suas intenções de se poderem no fututo tornar empreendedores. Os resultados desses estudo mostraram que as jovens mulheres dessa área mostraram-se menos motivadas (do que os homens) para serem empreendedoras. https://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/90299
Curiosamente, as autoras do referido capítulo, não citaram um estudo que tinha sido publicado dois anos antes, na revista Sec. Organizational Psychology, com resultados opostos. O mesmo incidiu sobre 644 estudantes Portugueses, de 21 universidades e de 7 institutos politécnicos, tendo concluido que as mulheres dessa amostra, de dimensão superior, apresentavam uma intenção empreendedora superior à dos homens https://www.frontiersin.org/journals/psychology/articles/10.3389/fpsyg.2020.615910/full
PS - Ainda sobre o supracitado capítulo de livro, não posso deixar de registar positivamente, o facto das suas autoras terem feito questão de não deixar de referenciar obras altamente citadas, o que poderá contribuir (mostra a ciência) para o aumento do impacto da sua publicação.
Autor | Título | Citações Scopus |
---|---|---|
Schumpeter | Capitalism, Socialism and Democracy | 20.249 |
Reynolds et al. | GEM Executive Report | 1.886 |
Shapero | Entrepreneurial Potential | 1.885 |
Krueger & Carsrud | TPB applied to entrepreneurship | 1.199 |
Liñán & Fayolle | Systematic review on entrepreneurial intentions | 989 |
Thompson | EI measurement scale | 808 |
Mwasalwiba | Entrepreneurship education | 503 |