quinta-feira, 30 de novembro de 2023

IA generativa - Universidade do Minho é a nova campeã nacional das universidades com mais publicações indexadas na Scopus

 

No inicio do passado mês de Outubro, uma pesquisa efectuada na plataforma Scopus, pelas publicações com os termos "chatGPT" OR "chat GPT" OR "Generative Pre-Trained Transformer", mostrou que a universidade do Minho, era a segunda universidade Portuguesa com o maior rácio, publicações indexadas por cada 100 docentes doutorados, atrás somente da Universidade de Aveiro. https://pachecotorgal.com/2023/10/04/ia-generativa-a-lideranca-da-u-aveiro-e-da-u-minho-e-o-desempenho-decepcionante-da-u-porto/

Um mês depois, uma nova pesquisa, revelou que a universidade do Minho ainda se mantinha em segundo lugar a nível nacional e revelou também que a universidade do Porto continuava a decepcionar https://pacheco-torgal.blogspot.com/2023/10/ia-generativa-universidade-do-porto.html mas hoje passado que está um outro mês, uma pesquisa efectuada na Scopus, mostra que a universidade do Minho é agora a universidade com melhor rácio nacional, vide lista abaixo: 

Univ do Minho........1.2 publicações por centena de docentes doutorados
Univ. de Aveiro.......1.1
UBI.........................0.6
Univ. Nova..............0.5
Univ. do Porto.........0.4
Univ. de Lisboa.......0.4
Univ. de Coimbra....0.3
Univ. de Évora........0.2

Os resultados mostram que há várias universidades com uma produção científica anormalmente baixa, onde se incluem as universidades de Lisboa, do Porto e de Coimbra, cujo rácio é respectivamente 300% e 400% inferior ao da Universidade do Minho. 

Se as referidas três universidades, tivessem produzido o que produziu a universidade do Minho, então Portugal já poderia hoje, finalmente, ter mais publicações científicas, sobre inteligência artificial generativa, do que países pobres como o Paquistão ou o Camboja. 

Note-se, que por exemplo, a Suíça, produziu 300% mais publicações, nesta área particular do que Portugal e que a universidade de Cambridge, sozinha, possui mais publicações sobre inteligência artificial generativa, do que todas as instituições de ensino superior de Portugal juntas. 

E até possível saber, qual a área cientifica, em Portugal, que não anda a produzir aquilo que era suposto. A nível mundial a produção de publicações indexadas sobre inteligência artificial generativa, é liderada pela universidade de Stanford, e uma análise mais fina sobre essas publicações, revela que 44% pertencem à área da medicina. E isso não sucede por acaso pois um artigo hoje publicado na revista Nature, revela que a inteligência artificial permitirá poupar anualmente entre 200 biliões e 360 biliões de dólares https://www.nature.com/articles/d41586-023-03803-y

Se porém fizermos o mesmo exercício, para as publicações indexadas de Portugal, chega-se à lamentável conclusão que somente 22% pertencem à área da medicina. Ou seja o nosso país produz muito menos publicações científicas do que devia produzir, menos inclusive do que produzem os países pobres supra mencionados e ainda por cima, em áreas cientificas, que não são aquelas que possuem o maior potencial de poupanças económicas. 

PS - Ainda sobre a supracitada IA generativa, é pertinente divulgar um estudo recente, de investigadores da Dinamarca, que concluiu que o GPT-4 (a tal versão do ChatGPT que é paga mensalmente e que as universidades ricas disponibilizam aos seus alunos), consegue ser mais eficaz do que os humanos, a escrever introduções de estudos científicos https://assets.cureus.com/uploads/original_article/pdf/179463/20231118-13378-1265u1.pdf

A falta de visão da revista Visão e os economistas perturbados que se comportam quase como a famosa galinha sem cabeça



No dia 14 Março de 2023, tive de criticar a falta de rigor da revista Visão acerca das putativas "20 profissões mais suscetíveis de serem substituídas pelo ChatGPT", vide post acessível no link acima. Passados poucos meses, em 31 de Agosto, tive novamente que criticar a referida revista, por conta de um artigo pouco rigoroso e até alarmista, onde se afirmava que a inteligência artificial iria eliminar 75 milhões de postos de trabalho https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2023/08/os-engenheiros-que-cobram-quase-200.html

Pois bem, num recente artigo publicado na prestigiada revista The Economist, na edição "The Word Ahead 2024", (a mesma edição, que não por acaso, já tinha mencionado, num post sobre a supina tacanhice do Reitor da Universidade de Lisboa), pode ler-se nas páginas 71-72, no artigo de título "What does AI mean for your pay?", que os cenários dantescos sobre eliminação de elevadas percentagens de empregos eram afinal baseados em pressupostos pouco realistas. Curiosamente, num outro artigo da mesma revista, nas páginas 83-84, está escrito que os economistas andam de cabeça perdida, (leia-se, agem quase como se fossem a tal famosa galinha que contra todas as probabilidades, conseguiu viver 18 meses sem cabeça) porque afinal muitas empresas ao invés de despedir, tiveram ainda de contratar mais pessoal, porque conseguiram ganhar mais quota de mercado. 

Declaração de interesses - Declaro que nada de pessoal me move contra a revista Visão. Porque se é verdade que em 8 de Dezembro de 2019 escrevi sobre ela um post nada simpático de título "A máquina de estupidificar os Portugueses ataca novamente", também não é menos verdade que em 30 de Janeiro de 2020, escrevi um outro post, esse elogioso, de título "A máquina de estupidificar Portugueses no caminho da redenção ?", https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/01/a-maquina-de-estupidificar-portugueses.html e em 15 de Abril de 2020, também um outro post, igualmente elogioso, com o título "A máquina de estupidificar Portugueses redimiu-se ?"

quarta-feira, 29 de novembro de 2023

Porque serão os engenheiros tão avarentos e os economistas tão generosos ?

 


O doutorado Nuno Eduardo da Silva Ivo Gonçalves, conhecido docente do ensino superior, foi há poucos dias atrás autor de um "curioso" artigo, acessível no link supra, onde fala de um "processo de atribuição dos títulos profissionais de Economista Sénior e de Economista Conselheiro" e onde a certa altura se pode ler a surpreendente frase "Ou seja, António Mendonça não nos pedia que nos candidatássemos, enviava-nos um convite directo para membro conselheiro e pedia-nos uma nota curricular. Tratava-se portanto de uma passagem administrativa". 

Para quem não saiba, o supracitado Bastonário da Ordem dos Economistas, António Mendonça, é professor catedrático no ISEG e uma pesquisa na base Scopus, revela que possui 5 (cinco) publicações científicas indexadas, que foram produzidas ao longo dos últimos 16 (dezasseis) anos e que receberam até ao momento 17 (dezassete) citações (h-index=3). https://www.scopus.com/authid/detail.uri?authorId=36883916100

Intrigante é que, comparando o número total de membros da Ordem dos Economistas e das largas centenas de Economistas Conselheiros, com os valores equivalentes existentes na Ordem dos Engenheiros, chega-se à conclusão que o rácio de Engenheiros Conselheiros é aproximadamente 20 (vinte) vezes inferior ao de Economistas Conselheiros. Pelo que faz todo o sentido questionar, porque será que a Engenharia Portuguesa é assim tão avara ?

E será que afinal a famosa piada, segundo a qual, os economistas foram criados para dar credibilidade às previsões dos meteorologistas, irá ser substituída por uma nova versão, que dita que, os economistas foram criados para mostrar a avareza dos engenheiros ?

Ironias à parte, não posso em boa consciência, deixar de lamentar bastante que o catedrático, Francisco Louçã, cuja obra científica é muitíssimo mais citada do que a do Bastonário António Mendonça e que eu próprio admito que já citei em 2016 (leia-se o artigo "The elusive concept of innovation for Schumpeter, Marschak and the early econometricians") no capítulo introdutório deste livro https://shop.elsevier.com/books/start-up-creation/torgal/978-0-08-100546-0 não possua currículo mínimo, suficiente, para fazer parte da tal lista de largas centenas de ilustríssimos de Economistas Conselheiros, autores de análises e estudos económicos, verdadeiramente extraordinários, que muito ajudaram a alcançar o sobejamente conhecido milagre económico Português, que é o de exportar jovens Portugueses para os países do Norte da Europa. E o mais intrigante é que nem sequer lá aparece o nome daquele catedrático de economia, da universidade do Minho, Luís Aguiar-Conraria, cuja obra científica até já foi citada por vencedores do Nobel da Economia

No contexto supracitado e tendo em conta, que como escrevi no passado dia 24 de Novembro, reconheço "elevada sapiência e invulgar sensatez", https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2023/11/vital-moreira-versus-pacheco-torgal.html às opiniões do catedrático jubilado Vital Moreira, não resisto a reproduzir um excerto de um post que ele colocou no seu blogue, no dia 22 de Junho de 2022: "A mais ridícula ordem profissional é, a meu ver, a Ordem dos Economistas...visto ser evidente que não há nenhuma "falha de mercado" nesse setor de serviços...É um escandaloso caso de "desvio do poder" legislativo..."

Declaração de interesses - Declaro que esta foi a primeira vez que escrevi sobre a (inócua mas muitíssimo generosa) Ordem dos Economistas, pois como fazem prova, dezenas de posts anteriores, prefiro muitíssimo mais, dedicar o meu tempo, a denunciar aquilo que de de absolutamente inacreditável, se passa na Ordem dos Advogados e na Ordem dos Médicos https://pacheco-torgal.blogspot.com/2021/05/ordem-dos-engenheiros-novamente-na.html

PS - Ainda sobre engenharia e engenheiros, hoje na capa do jornal Público pode ler-se "O IPDJ contratou para prestar serviços de engenharia o filho de um antigo deputado do PS, que não era engenheiro"Porém em nome do rigor que deve pautar o comportamento de qualquer profissional, é bom que se diga toda a verdade, isto é que na página 12 do mesmo jornal se pode ler que, "mais de quatro anos passados, L. Junqueiro aparece inscrito na Ordem dos Engenheiros como engenheiro civil estagiário", o que faz prova bastante que o jornalista do Público foi maldoso e devia antes ter escrito "O IPDJ contratou para prestar serviços de engenharia o filho de um antigo deputado do PS, que não era engenheiro, mas que sabia, que estava escrito nas estrelas, que um dia iria ser engenheiro"

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

A santa universidade que acaba de conhecer a dura verdade que agora a liberta de um céu imerecido para o inferno da realidade


Em 12 de Setembro de 2019, assim que tomei conhecimento, do conteúdo de um artigo assinado pelo jornalista Samuel Silva, no jornal Público, que dava conta de um ranking (Times Higher Education) que colocava a Universidade Católica, como a melhor universidade Portuguesa, por conta de um gigantesco nível de citações, tratei de imediato de explicar aos crédulos que engoliram essa pseudonotícia, que se tratava apenas de uma patranha e nada mais do que uma patranha. Esse email, que na altura enviei a vários milhares de Colegas, e onde o referido jornalista, foi muito merecidamente tratado, de forma bastante critica, foi posteriormente reproduzido no post acessível no link https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/03/o-expresso-ao-servico-de-um-ranking-fake.html

Eis porém que agora, o mesmo jornal Público, acaba de publicar (certamente muito a contragosto) um patético artigo onde informa, que os responsáveis do referido ranking vieram agora, admitir publicamente que estavam profundamente errados, sobre os tais famigerados critérios, que tinham levado a Universidade Católica aos píncaros das citações e da fama em Portugal, e agora após a correcção da anomalia, aquela universidade, de uma assentada, acaba de dar um trambolhão gigantesco de algumas centenas de lugares,  mais de 600 https://www.publico.pt/2023/11/19/sociedade/noticia/alteracao-criterios-fez-catolica-deixar-melhor-universidade-2070506

Nesse artigo agora publicado, o mesmo jornalista Samuel Silva, admite (tardiamente) que "Houve quem estranhasse, por isso, o resultado final, que colocava a Católica como a “melhor universidade” do país. Foi o caso do então presidente da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior". Esqueceu-se porém de dizer que o Presidente da A3ES, Alberto Amaral, só se pronunciou sobre a estapafúrdia classificação da universidade Católica no dia 23 de Setembro de 2019, mais de 10 (dez) dias depois de eu ter denunciado essa patranha e esqueceu-se também, de forma cobarde, de pedir evidentes e necessárias desculpas, pelo facto do jornal Público, ter continuado desde 2019, a fazer publicidade (enganosa) a um ranking baseado em critérios, que sabia estarem profundamente errados. 

Diz a noticia, que agora que esses critérios foram corrigidos, a Universidade de Coimbra é a (nova) melhor universidade Portuguesa. Trata-se porém de outra patranha, porque o referido ranking pode até ter corrigido os critérios das citações, mas o facto é que ainda continua a usar outros critérios que valem nada e que não por acaso já denunciei anteriormente. Desde logo, um ranking que não utiliza como um dos critérios de seriação o número de prémios Nobel, permitindo assim que uma universidade que nunca teve um cientista que algum dia tenha ganho um prémio Nobel, possa aparecer à frente de uma universidade que ganhou vários desses prestigiados prémios é apenas e tão somente um ranking da treta, que serve apenas para ajudar universidades muito pouco competitivas. Veja-se a este respeito, o conteúdo do post de Junho de 2020, sobre as universidades do país do Sr. Putin "A sua universidade não consegue subir em rankings internacionais decentes? Fale connosco temos a solução" https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/06/a-sua-universidade-nao-consegue-subir.html

O jornalista Samuel Silva, parece que não sabe que há apenas um único ranking a nível mundial, cujos critérios não contabilizam inquéritos (que são apenas lixo) mas valorizam os prémios Nobel, (o único ranking que a Comissão Europeia associa à excelência científica) que é o ranking Shanghai. Nesse ranking, cuja lista geral, foi este ano tornada pública no dia 15 de Agosto, a universidade de Coimbra, aparece abaixo das universidades de Lisboa e do Porto e com a mesma classificação das universidades do Minho e de Aveiro https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2023/08/onde-param-as-desaparecidas-explicacoes.html

Mas aquilo que realmente interessa aos futuros alunos do ensino superior, não é tanto saber qual a melhor universidade Portuguesa, mas saber qual é aquela, que relativamente ao curso que desejam frequentar, possui aquele com mais prestigio internacional. De pouco vale a qualquer aluno, dizer que vai estudar na universidade do Porto (ou na universidade de Lisboa), se o curso que for frequentar nessa universidade, for um curso cientificamente muito pouco competitivo. E convém ter presente que a universidade do Porto (e também a universidade de Lisboa), ao contrário do que possa parecer, tem infelizmente vários cursos nessas lamentáveis condições. Porque é que continuam abertos é que é um mistério !

Para se saber quais são os cursos cientificamente mais competitivos nas várias instituições de ensino superior em Portugal, basta consultar as mais de 50 áreas que aparecem listadas no ranking Shanghai por áreas, que foi divulgado no passado dia 27 de Outubro, onde se fica desde logo a saber que, há uma dezena de cursos em Portugal que estão entre os 100 melhores do mundo, o que significa que pelo menos relativamente a esses cursos, a sua frequência permite poupar uma elevada quantidade de dinheiro, recebendo em troca uma formação com uma qualidade científica similar á de algumas das melhores universidades europeias https://pacheco-torgal.blogspot.com/2023/10/as-areas-cientificas-que-mais.html 

PS - É evidente que eu ficava bastante satisfeito, se a universidade de Coimbra, fosse de facto a melhor universidade de Portugal, até porque foi nessa universidade onde estive matriculado durante 5 anos (1987-1992) para concluir a minha licenciatura em Engenharia Civil, numa altura, em que a duração média desse curso era de quase (15) quinze anos https://www.docdroid.net/wogtBF8/eng-civil-univ-coimbra-1990-pdf O rigor dos factos é porém muitíssimo mais importante do que as satisfações pessoais, de quem quer que seja. 

domingo, 26 de novembro de 2023

A supina tacanhice do Magnífico Reitor

 

https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2023/11/troca-de-correspondencia-com-os.html

No dia 14 de Novembro, revelei no post acessível no link supra, o conteúdo de vários emails, incluindo a parte inicial de um email de 2018, onde critiquei o Reitor da universidade de Lisboa, e o seu sonho tacanho de pretender destruir a carreira de investigação, "exercício" no qual fui na altura (inesperadamente) acompanhado pelo próprio Reitor da Universidade Nova. Mas a melhor parte é trazida agora, cinco anos depois, pela revista The Economist, edição de 18-24 Novembro, "The World ahead 2024",  com um artigo nas págs 75-77. 

O artigo em causa compara diversos modelos de financiamento da ciência, de onde destaco um que passa por financiar investigadores durante sete ou mais anos (ao invés de financiar projectos de curta duração) modelo esse que é utililizado no Howard Hughes Medical Institute fundado em 1953 e que produz quase o dobro dos artigos altamente citados, face ao modelo de financiamento clássico e que até já gerou mais de 30 prémios Nobel. O artigo informa que esse sucesso levou a que em 2021, na famosa universidade de Stanford tivesse sido criado um novo instituto de investigação (ARC) que funciona em moldes similares.

E a ciência Portuguesa, já há muito que se sabe, precisa desesperadamente de ganhar um prémio Nobel (o último foi há 74 anos, o que significa, goste-se ou não, que é um símbolo da ditadura Salazarista), e para atingir esse objectivo precisa de cientistas com muitos artigos altamente citados, pois foi à conta desses que a metodologia da firma Clarivate Analytics já conseguiu a proeza de acertar no nome de setenta vencedores de prémios Nobel https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2023/03/o-desesperadamente-almejado-novo-nobel.html

The Economist "The World Ahead 2024"__What constitutes the most efficient method for financing scientific endeavors?


Continuing from the earlier discussion (referenced in the link above) advocating for European innovators to prioritize value creation over the traditional emphasis on patents, and delving into the inquiry of scientific fields that deliver "sufficient value for taxpayers' money," it's pertinent to highlight a compelling article featured in a recent The Economist's edition “The World Ahead 2024”.

The article commences by addressing the substantial time investment scientists dedicate to grant applications—revealing, for instance, that Australian researchers collectively spent an astonishing 614 years in a single year pursuing grants. It then proceeds to scrutinize different models of science funding. Notably, the Howard Hughes Medical Institute, established in 1953, stands out, with a model funding researchers rather than projects (generously funded for 7 years or more).

This model produced nearly twice as many highly cited articles compared to the standard funding model and boasts a track record that includes over 30 Nobel prizes. The article underscores the transformative success of this approach, leading to the establishment of a new research institute (ARC) at Stanford University in 2021, which adopts similar principles. 

PS - In the aforementioned context check also the post "New study suggest that prestigious European grants might be biased

sábado, 25 de novembro de 2023

O importante dia 25 de Novembro e a revisitação de uma pergunta fundamental


Com a devida vénia, reproduzo abaixo, as palavras do conhecido António Barreto (que foi Investigador Principal do Instituto de Ciências Sociais até 2008), que no importante dia de hoje, fazem parte do seu artigo na página 5 jornal Público:
"...ao contrário do que se diz hoje em certas instâncias, o 25 de Novembro não é fracturante. Não foi na altura, nem a sua comemoração o é hoje. Pelo contrário, o 25 de Novembro impediu uma fractura radical, violenta e ameaçadora....Salvou a liberdade e a democracia. Permitiu a Constituição e as eleições. Prometeu o pluralismo, que garantiu. Não vingou, não matou, não prendeu, nem proibiu os responsáveis pela deriva autoritária e revolucionária. Sem Novembro, teríamos talvez a ditadura ou uma a guerra civil."

Sobre o contexto supra e atenta a autêntica desgraça, em que ao longo das décadas que se seguiram ao 25 de Novembro, se transformou o nosso país, entendo pertinente revisitar uma pergunta fundamental para o futuro de Portugal, que foi feita pelo mesmo António Barreto, no ano de 2020: "Será que estamos mesmo condenados a ter os mais ilustres corruptos...da Europa...https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/12/uma-pergunta-fundamental.html

A resposta a essa pergunta fundamental chegou, oficialmente, três anos depois, pelas palavras do próprio Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, o qual afirmou publicamente ainda antes mesmo do inesperado terremoto do dia 7 de Novembro, que tem a certeza que a "corrupção está instalada" em Portugal. 

A trágica ironia é que nada disto é novo, pois já em 2021 se podia ler no jornal Público que: "Quase 90% dos portugueses acredita que há corrupção no Governo...Na lista dos mais corruptos...estão os deputados da Assembleia da República..."https://pacheco-torgal.blogspot.com/2021/06/quase-90-dos-portugueses-acreditam-que.html

PS - E muito antes disso, já os Portugueses tinham sido obrigados a engolir a afronta, de ter de ouvir o eurodeputado Alemão Sven Giegold, a dizer (sem faltar à verdade ou exagerar), que no que à justiça Portuguesa dizia respeito, o nosso país era assim uma espécie de República das bananas https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/02/eurodeputado-alemao-diz-que-ha-um.html

sexta-feira, 24 de novembro de 2023

Vital Moreira versus Pacheco-Torgal


O blogue do muito conhecido catedrático jubilado Vital Moreira, acaba de celebrar 20 anos, e aquele informou que nesse período conseguiu alcançar um total global de 5,3 milhões de visualizações (uma média anual de 265.000) e informou também que o post mais visto obteve quase 16.000 visualizações https://causa-nossa.blogspot.com/2023/11/causa-nossa-20-anos-20-ii-top-five.html

Eu não sou tão conhecido como o muito conhecido catedrático jubilado Vital Moreira, mas o meu primeiro blogue, teve nos primeiros 12 meses quase meio milhão de vistas anuais, o mesmo sucedendo nos 12 meses seguintes (o que representa o dobro do número médio de visitantes do blogue do Vital Moreira), altura em que decidi "congelá-lo", fazer uma pausa de quase três meses, ao fim da qual decidi criar dois novos blogues, em duas plataformas diferentes, para fazer uma experiência, que passava por tentar descobrir se o facto do primeiro blogue, não ter conseguido chegar aos internautas da China, do Japão, dos vários países de toda a África, estava relacionado com a plataforma em que aquele estava alojado, como na altura expliquei aqui https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2022/02/a-simples-receita-para-captar-atencao.html hipotese essa que se confirmou muito mais cedo do que eu esperava, porque bastou apenas um único mês, para que o novo blogue alojado na plataforma Wordpress, ter conseguido o que o primeiro não conseguiu em dois anos. 

Ainda sobre o blogue do Vital Moreira, o facto é que eu mencionei muitas vezes, dezenas, o blogue dele, o que significa que as muitas visualizações que obteve também em boa parte as deve à publicidade que eu lhe fiz no meu blogue. Como quando num post de 20 de Novembro de 2019, recordei que ele tinha escrito, que há mais de 40 anos que Lisboa andava a chular o Orçamento de Estado, ou como quando divulguei os seus vários posts contra o lobby médico, ou divulguei vários contra a tauromaquia, como por exemplo em 2020 aqui, ou como quando divulguei a sua corajosa denúncia, sobre a "captura do Estado Português por um grupo profissional poderoso" referindo-se aos advogados, https://pacheco-torgal.blogspot.com/2021/11/deputados-aprovam-lei-que-impede-que_21.html 

É claro que, em abono da verdade, também no presente momento tenho que admitir, que houve algumas alturas, em que tive de deixar bem patente, a minha discordância relativamente à opinião do catedrático jubilado Vital Moreira, como por exemplo em Setembro de 2019, em torno de uma discussão sobre a legitimidade da representatividade dos resultados de um importante acto eleitoral https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/09/em-desacordo-com-o-vital-moreira.html mas essas raras vezes, foram apenas as excepções que confirmaram a regra, de uma evidente concordância geral, em várias áreas, onde reconheço elevada sapiência e invulgar sensatez às suas opiniões, como aquelas supramencionadas, mas também as suas propostas, para melhorar a democracia Portuguesa e ao mesmo tempo acabar com os privilégios de certas classes https://causa-nossa.blogspot.com/2022/01/eleicoes-parlamentares-2022-15-as.html

PS - Como se comprova pela imagem abaixo, o post mais visto do meu primeiro blogue, teve 30,500 visualizações, quase o dobro do post mais visto do blogue do Vital Moreira https://pacheco-torgal.blogspot.com/2021/10/o-escandalo-milionario-na-justica.html

quinta-feira, 23 de novembro de 2023

Entendíveis esquecimentos, solicitações abusivas e porcos a andar de bicicleta

 


Quando há algumas semanas atrás, divulguei no post supra, informações sobre a publicação dos meus novos dois livros, esqueci-me (um fenómeno comum em pessoas que estão a poucos anos da aposentação) de mencionar um outro livro,  que já foi entregue à Elsevier e que também será publicado em 2024 https://shop.elsevier.com/books/reuse-of-plastic-waste-in-eco-efficient-concrete/pacheco-torgal/978-0-443-13798-3

Já sobre a minha intenção de preparar duas propostas para duas novas edições de dois outros livros que tinha mencionado num post de 11 de Novembro sobre recordes difíceis de quebrar aqui https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2023/11/amazon-livros-mais-vendidos.html propostas essas que entretanto não só já preparei como até já submeti à mesma Elsevier, ficando agora a aguardar decisão, porém foi-me logo dito pela mesma editora, que para além dessas também estão interessados numa terceira proposta (que esperam que eu possa preparar) sobre uma nova edição de um livro que tinha sido publicado em 2017 https://shop.elsevier.com/books/cost-effective-energy-efficient-building-retrofitting/torgal/978-0-08-101128-7 o qual aborda um tema muito pertinente, face à nova legislação europeia, que eu mencionei no post de título "A0 e A+__As duas novas categorias de desempenho energético de edifícios", o que parece significar que a referida Editora deve achar abusivamente que eu tenho uma capacidade de trabalho quase ilimitada. 

É verdade que na última década, olhando somente para as decisões editoriais que tive de tomar e as revisões de artigos científicos, que nesse período fui convidado para rever, já ultrapassei os dois milhares https://orcid.org/0000-0001-7767-6787, o que significa que as minhas "pilhas" já estão praticamente gastas. Mas também não é menos verdade, que como escreveu Friedrich Nietzsche, aqueles que agem movidos por um propósito, evidenciam uma resiliência superior ao comum dos mortais. O meu propósito (que é o mesmo de outros membros da comunidade científica, como por exemplo, o cientista Alemão Ulrich A.K.Betz, Vice-presidente de inovação e Director do departamento Future Insight & Research da conhecida  Merck, cujas palavras divulguei há alguns anos atrás) esse é muito claro, resgatar o valor daquilo que efectivamente tem valor para a Humanidade e aquilo que tem valor para a Humanidade, não é de certeza absoluta um porco a andar de bicicleta ou um humano a dar pontapés e cabeçadas num objecto esférico, actividades que bem vistas as coisas, valem praticamente a mesma coisa, pois que ambas em nada, absolutamente nada, contribuem para o progresso da Humanidade https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/11/a-minha-homenagem-ao-jorge-jesus.html

PS - Ainda sobre porcos que andam de bicicleta, revisite-se o esclarecedor post de 9 de Agosto de 2023 "A deplorável lista do Expresso que elegeu os fabulosos 100 Portugueses que "marcaram e vão marcar o país e o mundo" https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2023/08/a-deploravel-lista-do-expresso-que.html

terça-feira, 21 de novembro de 2023

A oportuna falta de memória da Ministra Elvira e a receita simples para professores e investigadores se tornarem milionários

 


Ainda na sequência do post anterior, acessível no link supra, onde recordei o tacanho e execrável sonho do Reitor da Universidade de Lisboa de acabar com a carreira de investigação, faz todo o sentido divulgar um artigo do jornal Público de título "O financiamento da ciência no país dos unicórnios" de uma conhecida professora da universidade Nova, em cuja parte final ela recorda que a Ministra Elvira Fortunato, coitadinha, sofre de (oportunos) problemas de memória, pois pouco tempo antes de ir para o Governo, andou a assinar manifestos a exigir mais dinheiro para a Ciência, mas agora quando perguntada sobre isso, em plena Assembleia da República, disse descaradamente “Não tenho agora aqui presente o que assinei nesses manifestos”. 

Há vários meses atrás, ficou-se a saber por um artigo da revista Sábado, que a Ministra Elvira Fortunato, aparece no Top 10 dos políticos com património superior a 1 milhão de euros, o que significa que, um casal de professores catedráticos muito poupadinhos pode tornar-se milionário. Porém como nem todos neste país podem chegar à cátedra (pois a prioridade de acesso a esse lugar é para os filhinhos e filhinhas de certas pessoas), há uma outra forma, bastante mais simples, dos professores e investigadores também se poderem tornar milionários. Basta para isso que o Governo copie a legislação Norte-Americana (Frank-Dodd Act de 2010) que compensa aqueles que denunciam vigarices milionárias, a qual permitiu que um investigador de uma universidade daquele país, se habilitasse a receber mais de uma centena de milhões de dólares, conforme divulguei na parte final do post  https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/12/42-anos-no-combate-ao-crime-e.html

PS - O deputado que na Assembleia da República, interpelou a Ministra Elvira Fortunato, não foi um deputado do PSD, nem do Chega, nem do partido Iniciativa Liberal, foi imagine-se o deputado e historiador Rui Tavares, cujas crónicas no jornal Público em tempos cheguei a citar (porque merecedoras de admiração, pelo menos da minha parte) https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/01/john-keynesa-semana-de-trabalho-de-15.html

domingo, 19 de novembro de 2023

Audacious academics fearlessly putting their careers and freedom on the line

                                    

"In a mind-blowing breakthrough, two management guru´s...had published seven papers in a single issue of a...academic journal...one copy of the issue survived...I´m offering a reward of half a million, for anyone who will bring this copy to me..."

A few days ago, Retraction Watch, uncovered the fact that a business school has abruptly terminated the employment of a professor, citing his actions as detrimental to the university's reputation and that of its scholarly journal. The dismissed professor had shared an image of the table of contents from an issue of a journal published by his university. A part of the ironic text he posted on Twitter is shown above.  The name of the audacious professor who bore a very high cost for upholding honorable ethics is Muhammad Mohsin Butt https://retractionwatch.com/2023/11/08/exclusive-whistleblower-fired-after-raising-concerns-about-journal-articles-on-linkedin/#more-128219

The mentioned incidents transpired at a university in Pakistan. Nevertheless, it's noteworthy that in Turkey, brave researchers have endured imprisonment merely for publishing studies whose findings displeased the authorities in the country https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/09/the-unlikely-country-that-is-producing.html

Regrettably, many colleagues in Western universities, possibly due to a lack of awareness, may underestimate these prosecutory events by asserting that they did not occur in a Western country. To them, I must emphasize that prior to joining the University of Minho almost 15 years ago, I dedicated 9 years to another Portuguese Higher Education institution. However, my contract was not renewed just because I submitted a complaint to the General Inspectorate of Science and Higher Education that among other things highlighted the following: '...much more severe situations were outlined in an internal report...'relationships between teachers and students in exchange for grades' – without any resulting disciplinary action or, at the very least, an investigation process..." 

Even more troubling, in my country, (the very same country where a staggering 94% of individuals who were convicted of corruption are granted suspended sentences) a female researcher (Maria de Lurdes Rodriguesendured a three-year jail sentence (2016-2019). This very harsh penalty stemmed from her outspoken dissatisfaction during the scrutiny of a grant award process. Employing language that was less than polite, she contested the conduct of the court judges overseeing the subsequent appeal procedures. https://www.publico.pt/2017/02/21/sociedade/noticia/supremo-rejeita-pedido-de-libertacao-da-bolseira-maria-de-lurdes-1762868

A few years ago, I proposed to the Portuguese Minister responsible for higher education and science that a measure should be implemented to require tenured professors to demonstrate a track record of engaging in intellectually challenging or controversial research or discourse, as discussed in Chomsky's essay on the responsibility of intellectuals.   In my perspective, if a professor has never found it necessary to exercise their tenure, it raises questions about their eligibility to maintain it. The guiding principle should be: tenure, use it or risk losing it. 

In a German city, there stands a monument bearing an inscription that can be read like this: 
"If you've lost your money, you've lost nothing, for with astute business dealings, it can be regained; if you lost your honor, much is forfeited, yet through heroic actions, it can be reclaimed; but if you lost your courage, you lost everything."

PS - Check the post "Scientists as Activists: Exploring the Motivations Behind their Drivehttps://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/10/scientists-as-activists.html

sábado, 18 de novembro de 2023

Professores universitários ofendidos e ameaçados por alunos


Tendo em conta que um professor que trabalha há mais de 30 anos na universidade do Minho, enviou ontem, a todos aqueles que colaboram naquela instituição, um email a que anexou uma longa carta de 10 páginas, reproduzo abaixo o conteúdo do email que lhe enviei, com igual conhecimento a todos os docentes, investigadores e alunos da Universidade do Minho:


Caro Colega,
aproveito apenas para fazer dois breves comentários:
Primeiro - Afirma o Colega na página 6 da sua carta que "Durante os mais de 30 anos na UM só participei num júri de Doutoramento uma vez". Sobre essa a sua afirmação, recordo um post onde compilei várias declarações de vários académicos, sendo que o comentário de um deles, talvez possa explicar a situação que mencionou. O catedrático Orlando Lourenço da universidade de Lisboa relatou o seguinte: 
“Um dia, um amigo meu foi arguente de uma tese de doutoramento. Como considerou a tese apenas razoável, foi isso que disse na sua arguição... Esse meu amigo nunca mais foi (nem será) convidado para quaisquer outros júris por essa  Faculdade” https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/06/endogamia-academica-e-viciacao-concursal.html
Segundo - Na sua carta não consegui (talvez por incapacidade minha) encontrar referências a estudos sobre problemas similares que ocorrem em universidades de outros países. Assim sendo, aproveito para enviar link de um post, onde se mencionam dois estudos. Num deles conclui-se que atribuir melhor classificações aos alunos, faz com que aqueles se tornem mais generosos quando "avaliam" os seus docentes. Já o segundo muito mais preocupante, revela que a avaliação dos professores feita pelos alunos é por vezes utilizada por aqueles para ofender e ameaçarhttps://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/12/can-professors-buy-better-evaluation.html 

Ainda sobre a "avaliação" que os estudantes fazem dos professores, em Fevereiro de 2014, recebi do catedrático Gonçalves da Silva, da Universidade Nova (com quem troquei ao longo de vários anos centenas de emails sobre a academia e a actualidade politica) um ficheiro contendo um discurso, de 4 páginas (em anexo) do vencedor da medalha Timoshenko, Eli Sternberg (1917-1988) e do mesmo entendo reproduzir as seguintes palavras: 

"such evaluations tend to inflate the importance of the most superficial aspects of teaching; because they invite a popularity contest among the faculty that may favor glib and facile efforts over more demanding expositions in depth. Further, it seems to me that students - even graduate students -may not be in a position to assess the true competence of an instructor or the permanent value of the material presented. Perhaps the most memorable teacher I ever had was a notoriously poor lecturer, and I failed to appreciate fully the influence of my exposure to him until later in life."

quinta-feira, 16 de novembro de 2023

Universidades que pagam o acesso dos seus estudantes ao GPT-4 ou como lixar a vida dos estudantes de famílias pobres



Em posts anteriores já tinha feito referência ás vantagens inequívocas da versão paga GPT-4 (com um custo de 20 dólares por mês) relativamente à versão gratuita GPT-3,5, como por exemplo no inicio do mês de Outubro, vide por exemplo o post acessível no link supra. 

E no inicio do dia de ontem divulguei no meu blog, um relatório muito recente de 230 páginas que analisa meticulosamente as capacidades do GPT-4 no domínio da investigação, em cinco áreas: descoberta de medicamentos, biologia, química computacional, design de materiais e equações diferenciais. https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2023/11/gpt-4s-performance-in-scientific.html

Por coincidência, também durante o dia de ontem, a conhecida revista Nature, colocou online um longo artigo, sobre a forma como pode o ChatGPT transformar a educação. Nele se fica a saber, por exemplo, que há universidades Norte Americanas que garantem aos seus alunos o acesso à versão paga (GPT-4)  https://www.nature.com/articles/d41586-023-03507-3 

Não é preciso ser nenhum génio, para perceber que esta evidente desigualdade de recursos educacionais, irá ter como consequência inevitável o agravamento das desigualdades económicas já existentes. E como demonstraram dois investigadores Alemães, há poucos anos atrás, depois de terem analisado a situação de mais de uma centena de países, as elevadas desigualdades económicas são uma das causas do terrorismo https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/09/2019-paper-by-german-researchersincome.html

quarta-feira, 15 de novembro de 2023

GPT-4’s performance in scientific research



On September 17, I shared my thoughts on an article (accessible through the above link) from The Economist, which presented an optimistic outlook on AI's potential to significantly enhance and potentially revolutionize the field of science. Building on that article, it is crucial to divulge the contents of a recently published 230-page report, available online as of two days ago, delving into GPT-4's proficiency in scientific research.

This comprehensive report meticulously analyzes GPT-4's capabilities within the realm of natural science research, with a specific focus on five key areas: drug discovery, biology, computational chemistry, materials design, and partial differential equations. Figure 1 on page 4 encapsulates a succinct summary of that report.  https://arxiv.org/pdf/2311.07361.pdf

terça-feira, 14 de novembro de 2023

Troca de correspondência com os investigadores Miguel Prudêncio da ULisboa e Nuno Cerca da UMinho

 

A meu ver, a parte mais informativa e mais interessante deste post, é o PS da parte final, que aborda o conteúdo, de um ácido nas muito esclarecedor email, do Domingo de 20 de Maio de 2018 ! Faço questão de frisar bem essa data, porque Maio de 2018, ocorreu sete meses antes do conhecido Matemático Francês Presidente do conhecido European Research Council (o organismo cujas bolsas de investigação já ganharam 14 prémios Nobel) vir "explicar" aqueles ingénuos investigadores, que ainda não o perceberam, que necessitam de ter um indomável espirito combativo,  https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/12/there-are-times-when-scientists-must.html para fazer face â ameaça que representam aqueles muitos de mente tacanha, que não sabem o que é a carreira de investigação, nem muito menos sabem o significado da serendipidade na investigação científica, e em especial a magna ameaça protagonizada por politicos, igualmente tacanhos, mas também velhacos, medíocres e hipócritas, que ao mesmo tempo que cortam a fundo nas verbas da investigação, depois ainda tem a supina falta de vergonha de jurar que adoram a Ciência. 



De: F. Pacheco Torgal 
Enviado: 14 de novembro de 2023 06:39
Para: Miguel Prudêncio
Assunto: Artigo "A grande ilusão dos concursos “regulares” da FCT"
 
Caro Colega
aproveito desde já para louvar a oportunidade do seu artigo, que hoje aparece na página 29 do jornal Público, não só quanto à falta de regularidade dos concursos da FCT, mas também quanto ao subfinanciamento da Ciência, o qual recordo já denunciei mais de uma dezena de vezes nos meus blogues, como por exemplo nos três posts abaixo:

Marco de 2023-Governo Português continua a desviar dinheiro que pertence à Ciência
Janeiro de 2022-  Um Vice-Presidente profundamente ignorante ou profundamente hipócrita ? https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2022/01/um-vice-presidente-profundamente.html
Setembro de 2021-Governo da Estónia envergonha Governo Português 

Sobre o seu artigo tenho apenas uma dúvida, porque não aproveitou para criticar a desonestidade do novo programa FCT tenure ? Sobre este tema reenvio abaixo um email que há poucos minutos enviei ao investigador Nuno Cerca.
Saudações académicas
Pacheco Torgal



De: F. Pacheco Torgal 
Enviado: 14 de novembro de 2023 06:02
Para: Nuno Miguel Dias Cerca 
Assunto: RE: UMinho FCT Tenure aplication
 
Caro Nuno, 
eu compreendo o seu pragmatismo "de jogar com as cartas que tem na mão", o problema é que se trata de um jogo de cartas viciadas, onde há vencedores logo à partida (as universidades com uma boa situação financeira) e onde o máximo que a UMinho pode aspirar é tentar perde o menos possível, já que seguramente nunca a UMinho pode competir com outras instituições se sofre uma situação de subfinanciamento permanente. 

Infelizmente o Reitor da UMinho que devia repetir isto todos os dias, só o menciona muito raramente, quase como se estivesse conformado com a afronta. Este posicionamento é tão incompreensível que foi o próprio Reitor da Ulisboa que disse publicamente que não compreendia que a UMinho e outras aceitassem ser tão maltratadas https://pacheco-torgal.blogspot.com/2021/08/o-reitor-da-ulisboa-e-as-universidades.html quase como se as estivesse a acusar de não terem um mínimo de dignidade própria.

Mas estamos a esquecer o fundamental, se as universidades vão tentar combater o envelhecimento do corpo docente então vão contratar docentes e não investigadores. Portanto isso significa que está em curso um programa de destruição de investigadores.Assim sendo, e apesar da necessidade de jogar o tal jogo viciado, até que seja substituído por outro, é fundamental que se transmita para a opinião pública que isto é um enxovalho do Governo à investigação e ao ensino superior e não se permita ao Governo que fique com fama de estar a ajudar os investigadores. Não está. Se esta moda pega e os politicos passam a gostar desta genial invenção, então depois não se admire que a seguir ao FCT tenure  venha o FCT tenure plus que financiará 30% a 3 anos ou mesmo 30% a 2 anos, que é uma forma de com o mesmo dinheiro ainda conseguir chegar a mais investigadores.  


PS - O novel programa FCT tenure, traz-me à memória, um antigo "sonho" do Sr.Reitor da Universidade de Lisboa, que passava por destruir a carreira de investigação. Sonho de tacanha natureza esse, que comentei num email, que no Domingo, 20 de Maio de 2018, enviei a alguns milhares de Colegas. Reproduzo abaixo uma parte desse email (a parte inicial, aquela mais suave). Dessa altura recordo também, com elevada satisfação, que apenas três semanas depois de eu ter enviado esse email, o Reitor da Universidade Nova, pronunciou-se sobre o tal sonho do magnifico Reitor da Universidade de Lisboa, num artigo nada meigo, onde o acusou de ligeireza e de ignorância sobre coisas fundamentais. 

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De: F. Pacheco Torgal
Enviado: domingo, 20/05/2018 à(s) 21:21
Assunto: A nova "pupila" do Sr. Reitor da Universidade de Lisboa

Recebi hoje um email de um colega da ULisboa dando-me conta de um recente discurso do senhor Reitor daquela universidade, onde aquele aproveitou para revelar a sua nova “pupila”, quando disse que pela sua parte tudo fará para acabar com a carreira de investigaçãopois segundo o próprio em Harvard não há investigadores mas somente professores, discurso acessível aqui https://www.youtube.com/watch?v=c5jGL6mqwnc

Antes porém de comentar a oportunidade e a substância daquela que é a nova e inusitada “pupila” do Sr. Reitor é pertinente que comente antes disso “outro pupilo” do Sr. Reitor, comentário esse que serve como comprovativo introdutório sobre a qualidade do referido discurso.

Ao minuto 31 do discurso disse o Sr. Reitor que em 2016 a Universidade de Lisboa estava à frente de todas as Universidades Italianas e Espanholas no ranking Shangai. Este facto porém não corresponde minimamente à verdade e mostra como o Sr. Reitor não se importa de usar factos alternativos em sua defesa, porque no referido ano e no referido ranking a Univ. de Lisboa estava no grupo 150-200, o mesmo grupo onde estavam a Univ. Sapienza e a Univ.Barcelona e nesse grupo a ULisboa até aparece abaixo daquelas e não é por mero acaso. 

Já sobre as pérolas que envolvem a universidade de Harvard é bom saber que o Sr. Reitor têm elevadas ambições para a Universidade de Lisboa, infelizmente parecem ambições na mesma linha daquele conhecido sapo que tentou imitar um boi e que como todos sabemos não acabou bem. Desde logo é muito estranho que o Sr. Reitor compare a ULisboa a Harvard quando não consegue sequer que a sua universidade figure sequer no ranking das 100 mais inovadoras da Europa https://www.reuters.com/article/us-emea-reuters-ranking-innovative-unive/reuters-top-100-europes-most-innovative-universities-2018-idUSKBN1HW0B4

Curiosamente também nunca preocupou o Sr. Reitor que a percentagem de endogamia da universidade que "dirige" esteja muito longe da Universidade de Harvard. http://www.dgeec.mec.pt/np4/EstatDocentes/%7B$clientServletPath%7D/?newsId=138&fileName=EndogamiaAcademica.pdf  

Se a endogamia por cá até choca o Sr.Ministro que publicamente a considerou inadmissível em Harvard era garantido que dava direito ao despedimento daqueles que nada fizeram para a impedir. Se coerência houvesse o Sr. Reitor tinha-se demitido no mesmo dia em que o Ministro Manuel Heitor se pronunciou sobre a endogamia daquelas unidades orgânicas que fizeram o pleno ou que são conhecidas como o clube do bolinha, aqui só entra quem é da casa. Ou seja relativamente a Harvard o Sr. Reitor só olha para aquilo que lhe dá jeito. O que não dá jeito é como se não existisse. 

É verdade que de Harvard não conheço tanto como o Sr. Reitor (ou talvez conheça...) mas conheço pelo menos alguma coisa de algumas universidades da Suécia, onde há professores sexagenários a concorrer e ganhar bolsas da ERC e a escrever artigos em nome individual, sem explorarem o trabalho de bolseiros (ou como escreveu um catedrático de Stanford, que se especializarem na escravatura de jovens investigadores) que é coisa que por cá há pouco e já nem falo daquele milhar de professores que a DGEEC diz que não estão integrados em nenhuma unidade de investigação, mas que o Sr. Reitor diz que nunca ouviu falar, pois como ele diz no seu discurso não conhece nenhum professor que não faça investigação, isto muito embora haja no documento no link abaixo várias centenas (355 ETI) nessa condição e que pertencem curiosamente à Universidade de Lisboa http://www.dgeec.mec.pt/np4/392/%7B$clientServletPath%7D/?newsId=822&fileName=DocentesEmUnidadesFCT.pdf

A verdade que o Sr. Reitor têm dificuldade em reconhecer é que a academia Portuguesa tem elevada diversidade. Há por lá raros professores de elevada craveira, como o conhecido Sobrinho Simões, que fazem o pleno em termos de pedagogia e de liderança no campo da investigação, há também por lá muitos professores com elevadas capacidades pedagógicas, mas sem capacidade para fazer investigação, há ainda excelentes professores com elevada capacidade de investigação, mas pouco ou nenhum interesse pela docência, de quem os alunos não sentem falta e muito menos saudade e até há na academia Portuguesa quem não tenha qualquer capacidade pedagógica nem nunca sequer tenha dado mostras de ter especial inclinação para a investigação, que ninguém percebe como é que chegaram à nomeação definitiva e porém lá se vão aguentando dando as suas aulinhas e conseguindo até por vezes que o nome deles apareça em artigos onde fizeram nada....