"Do meu grupo de investigação já nasceram dez empresas, sendo atualmente a cadência de duas por ano"
A pouco modesta frase acima, consta de um artigo hoje publicado no último número da extensa revista da Ordem dos Engenheiros (págs 54-56), e cuja autoria pertence ao professor catedrático de engenharia Adélio Mendes, da universidade do Porto, a quem a conhecida base de dados de literatura científica, Scopus, credita mais de 16.000 citações e um h-index=62, pertencendo ao restrito grupo dos Scopus Highly Cited Scientists-SHCS.
Trata-se de um catedrático de elevado valor, como há poucos na Academia Portuguesa (pois há muitos que chegaram à cátedra somente por conta de ligações familiares, politicas ou maçónicas), que não só esteve na descoberta de uma importante invenção, cuja patente foi vendida por 5 milhões de euros e o qual eu já tinha mencionado num post de 8 de Agosto de 2021 sob o título "Quanto é que Portugal perde com um sistema (comunista a todos os títulos) que premeia a inércia e incentiva a preguiça ?" como ainda por cima, fez a este país o enorme favor (leia-se enorme sacrifício) de ter resistido a engordar o seu património pessoal numa universidade estrangeira, onde pagam aos catedráticos como ele, um valor 400% superior aquilo que as universidades pagam no nosso país https://pacheco-torgal.blogspot.com/2021/09/os-luxuosos-salarios-de-professores.html
Recordo que em Março de 2022, achei que era meu dever criticar (leia-se ridicularizar) a imprensa Portuguesa, por de forma muito pouco rigorosa (em violação objectiva do dever de informar com rigor), optar por dar muitíssimo menos destaque mediático, ao trabalho do catedrático Adélio Mendes, face à bizarra obsessão da mesma imprensa, com a catedrática Elvira Fortunato, cujas investigações, na minha (modesta) opinião, não são (nem de perto nem de longe) tão importantes (quer para Portugal quer mesmo para o futuro da Humanidade) quanto as do referido catedrático da universidade do Porto. Coisa diferente, mas não menos grave do que aquilo que tem andado a fazer a imprensa, foi o facto de um cientista reputado como o catedrático Adélio Mendes, não ter sido convidado para integrar o Conselho Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, onde este Governo preferiu antes, meter à martelada, um académico, especialista em "ciências politicas" https://pacheco-torgal.blogspot.com/2021/02/os-lideres-academicos-cientificos-que.html
Faço notar que o interessante artigo em causa, está muito longe de ser um exercicio de auto-elogio e nele se dá conta dos seus muitos esforços na área da descarbonizaçáo da energia. O artigo aborda a produção de metanol verde; a clivagem do metano e o ciclo do carbono; e por fim a história do lítio e das baterias. No mesmo há uma frase que não agradará a este Governo, que fez o que podia e o que não podia, para facilitar a exploração mineira do lítio: "continuo a achar a ideia de extrair lítio das nossas bonitas montanhas uma decisão medíocre, sem engenho nem arte" mas que sem dúvida muito alegrará aqueles que sempre contestaram a exploração mineira do lítio, entre os quais eu me incluo, vide post de título "O grande projecto mineiro que este país precisa e merece é o de abrir algumas covas para lá enterrar alguns conhecidos grandes corruptos"
PS - A redacção do parágrafo final do artigo supracitado, onde retirei a frase que inicia o presente post, é aquela que abaixo se reproduz a cor azul, onde só lamento que o ilustre catedrático Adélio Mendes, tenha utilizado a palavra "distribuir" quando podia muito bem ter utilizado a palavra "desperdiçar"ou inclusive a palavra "desviar":
"Do meu grupo de investigação já nasceram dez empresas, sendo atualmente a cadência de duas por ano. Aos investigadores, agora empresários, uma palavra de agradecimento e reconhecimento, pois são eles que podem reter o talento português e produzir a riqueza que os políticos, por vezes de forma tão ligeira, prometem distribuir. Haja coragem, engenho e arte e haverá Portugal. |