sábado, 21 de dezembro de 2024

Braga é o único distrito de Portugal que entre 2014 e 2024 construiu uma maioria de casas "verdes" e isso é uma péssima notícia

 

Na sequência do post supra, do passado dia 4 de Novembro, sobre o primeiro edifício de construção híbrida da Península Ibérica, que foi construído em Guimarães, é pertinente divulgar um interessante artigo, publicado na secção de economia, do penúltimo semanário Expresso, sobre o número de certificados de eficiência energética, aproximadamente meio milhão, emitidos entre 2014 e 2024 e desagregados por distrito.

Revela essa noticia que Braga é o único distrito de Portugal onde foi emitida uma maioria de certificados verdesnas várias categorias entre (A+, A, B e B-). Infelizmente o artigo falha rotundamente em extrair as conclusões que se impõe, dos números que conseguiu apurar. Desde logo, que mesmo em Braga, o distrito com o melhor desempenho nacional, estamos a falar de uma curta maioria (53%)o que significa que naquele distrito foram emitidos na última década mais de 45% de certificados "vermelhos", nas categorias entre (C, D, E e F). E no resto do país o panorama é muitíssimo pior com percentagens de 60% , 70% e 80% de certificados "vermelhos". 

Com Portugal, coberto de Norte a Sul pelo "comunismo" energético (excepto em Braga) não se está bem a ver como é que o nosso país irá conseguir cumprir as metas europeias da descarbonização do parque edificado. Ainda se ao menos Portugal tivesse copiado a receita que o Primeiro-Ministro Draghi aplicou na Itália através de um super-bónus fiscal de 110%... https://pacheco-torgal.blogspot.com/2021/10/o-superbonus-que-consegue-resolver.html

Sobre a eficiência energética do parque edificado, convém recordar que como foi mostrado por um grupo de vários investigadores Alemães, há alguns anos atrás, um edifício mesmo com uma elevada eficiência energética, pode ter um elevado consumo, unicamente por conta dos hábitos errados dos seus habitantes, e também porque, como referiram investigadores do Reino Unido, infelizmente as habitações não são vendidas com um manual de instruções, que explique aos futuros utilizadores quais os comportamentos que permitem obter o consumo energético previsto em fase de projecto https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/11/escritura-de-venda-de-casas-so-pode-ser_20.html

PS - A única dimensão positiva do supracitado problema Português, é que o mesmo não será resolvido pela "força bruta" da Inteligência Artificial, o que reforça o valor das profissões que trabalham nesta área, contribuindo assim para validar a tese que foi enunciada aqui https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2024/10/seculo-xxi-o-seculo-da-inteligencia.html

quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

The Polymathic Revolution: A New Dawn or a Dangerous Double-Edged Sword ?



Last year, in a post titled "Game changers in science and technology: The next 10 years, 2053 and the limits of knowledge, what we will never know" I highlighted a paper co-authored by Ulrich A.K. Betz alongside leading researchers from top universities, exploring transformative topics such as AI, biotechnology, and future resources. The paper envisions a new golden age for polymaths, fueled by universal access to knowledge and cutting-edge technologies. 

In an intriguing continuation of this line of thought, a recent paper published in the journal Patterns by two American researchers puts forward the argument for nurturing AI-enabled polymaths as a strategic priority. These polymaths, empowered by the capabilities of AI, could help bridge the existing divide between the rapidly evolving theoretical advancements in fields like artificial intelligence and the practical applications necessary for societal transformation. The paper suggests that by fostering this kind of polymathic talent, we could accelerate our journey toward achieving artificial general intelligence https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S266638992400271X

While AI-enabled polymaths offer great potential, they also raise important questions. How will their rise reshape global knowledge, power dynamics, and intellectual capital? What impact will this transformation have on societies and existing inequalities? As I noted in 2023, in my commentary on The Economist's article about AI's transformative potential, we must carefully balance the opportunities AI provides with the risks it poses. If knowledge becomes concentrated in the hands of a few, it could worsen global disparities, undermining the UN’s efforts to reduce inequality between the world’s richest and poorest nations. https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2023/09/the-economist-ai-can-accelerate.html

PS - On October 8, I highlighted Professor Ingold's seminal work, Being Alive. Interestingly, AI-enabled polymaths align profoundly with the principles outlined in his book, exemplifying an approach to knowledge that is deeply interconnected, relational, and holistic. https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2024/10/ingolds-blueprint-for-world-beyond.html

Um prestigiado cientista que recebeu uma indemnização por ter escrito sobre um “mentiroso reles” e “um pobre-diabo”


"...o queixoso era um prestigiado cientista que fora condenado criminalmente, neste jardim à beira-mar plantado, como difamador, por ter respondido a um ataque à sua competência profissional, classificando o atacante como um “mentiroso reles” e “um pobre-diabo”

O extrato supra foi retirado do último artigo do conhecido advogado Francisco Teixeira da Mota no jornal Público, onde aquele escreveu sobre um recente livro, com mais de 600 páginas de reflexões sobre 30 decisões do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos -TEDH e onde só faltou mencionar o valor total que o Estado Português já foi condenado a pagar por conta das bizarras decisões de muitos juízes Portugueses, como aquela sentença, famosa por maus motivos, que condenou o Director do jornal Público a pagar 60.000 euros ao juiz Noronha Nascimento https://www.publico.pt/2017/01/17/sociedade/noticia/estado-portugues-violou-direito-a-liberdade-de-expressao-de-exdirector-do-publico-1758605

Não admira por isso que como dei conta há alguns anos atrás, Portugal é campeão de condenações no TEDH, numa percentagem que é 350% superior à da Holanda e pasme-se, 900% superior à da Alemanha https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/11/tribunal-europeu-dos-direitos-do.html 

Ainda sobre aquilo que é o bizarro entendimento dos juízes Portugueses acerca dos limites da liberdade de expressão, recordo que em 2022 constatei que para os juízes Portugueses, era menos grave alguém ser condenado por fugir ao fisco, num valor de 39 milhões de euros, do que ser condenado pelo crime de difamação. https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2022/04/o-que-e-mais-grave-difamar-alguem-ou.html