quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Align, Act, Accelerate: Can Europe’s Risk-Averse Culture Handle its own DARPA ?



Yesterday, the independent expert report titled 'Align, Act, Accelerate: Research, Technology, and Innovation to Boost European Competitiveness' was officially released. This comprehensive report outlines 12 strategic recommendations (detailed below) aimed at optimizing the future impact of EU Research and Innovation programs.  Drawing on evaluations from Horizon Europe and Horizon 2020, it calls for a transformative agenda to be implemented in the short term (2025-2027) and integrated into future EU support initiatives. 

1 - Create momentum through a whole-of-government approach, aligning a transformative research and innovation policy with the EU strategic agenda and recent high-level policy recommendations
2 - Make Europe globally competitive, secure, sustainable and resilient through a stronger Framework Programme.
3 - Deliver European added value through a portfolio focused on four main interrelated and interdependent “spheres” of action
4 - Establish an experimental unit to test new programmes, evaluation procedures and instruments
5 - Strengthen competitive excellence in Research and Innovation
6 - Stimulate industrial RD&I investment in Europe by creating an Industrial Competitiveness and Technology Council
7 - Address societal challenges more effectively by creating a Societal Challenges Council
8 - Foster an attractive and inclusive RD&I ecosystem in the EU
9 -  Drive radical simplification, user orientation and efficiency
10 - Unleash the power of demand by developing an innovation procurement programmes
11 - Adopt a nuanced, granular and purpose-driven approach to international cooperation
12 - Embrace dual use as inevitable by exploiting it both ways

The report critiques the slow pace of innovation, yet it overlooks crucial societal, cultural, and economic factors—such as market dynamics, education, and the collaboration between academia and industry—that drive significant paradigm shifts. Although it identifies systemic funding issues, its proposed solutions, which focus primarily on restructuring, fail to address the deeper cultural barriers hindering disruptive innovation. To truly support transformative research, the EU must implement more than just structural changes; it needs to fundamentally alter its perception of risk, tolerance for failure, and emphasis on speed.

However, it remains a mystery how European policymakers plan to establish their own equivalent of DARPA—or at least create an innovation agency inspired by DARPA’s model—when a significant portion of the European population tends to shy away from high-risk ventures. This presents a substantial challenge, especially in fostering a culture of innovation and technological breakthroughs that often rely on embracing uncertainty and bold experimentation. In this context, it's worth revisiting a thought-provoking article published in The Economist, where a Senior Project Manager at the Bertelsmann Foundation remarked, "Germans are averse to self-employment." https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/11/the-economistmigrants-are-likelier-than_23.html  

In the introduction to the second edition of a book I edited in 2020 (excerpt below), I examined the divergent approaches to startup failure in Germany and the United States, noting the comparatively harsher treatment in Germany. More recently, on January 7, I made a recommendation urging universities to significantly enhance and broaden their efforts in cultivating the essential and multifaceted skill of resilience, particularly in the context of overcoming failure.
"Matthias (2018) compared media reporting about failure of start-ups in Germany and the United States, noticing that US media reports more positively about failed start-ups, than the German media does. This is also confirmed by Gellman (2018), which may help to explain why in Germany entrepreneurship and disruptive innovation are consistently low, whereas the United States performs very well in these areas (Richter et al., 2018)"  https://shop.elsevier.com/books/start-up-creation/pacheco-torgal/978-0-12-819946-6

PS - Lastly, Europe faces a critical dilemma in shaping its future economic strategy, particularly regarding the perceived drivers of business success in the United States. Robert Reich of UC Berkeley asserts that America's business success is grounded in what he describes as a cutthroat, psychopathic "culture" where ruthless competition and self-interest frequently overshadow ethical considerations. This raises an essential question: Is Europe prepared to adopt a similarly ruthless business ethos in its quest for economic success? 

quarta-feira, 16 de outubro de 2024

Uma métrica pouco excelente por parte do maior centro de investigação na área de ciência e engenharia dos materiais

 


No post anterior, acessível no link supra divulguei o facto do maior centro de investigação na área de ciência e engenharia dos materiais (CICECO), ter (em boa hora) decidido contabilizar quantos dos seus investigadores apareciam nos 5 (cinco) primeiros lugares de cada sub-área, no ranking Elsevier-Stanford, e tendo classificado esse desempenho como sendo um Outstanding Achievement, hoje porém dou conta de uma métrica onde o referido centro não se pode dizer que tenha tido um desempenho Outstanding.

Na rubrica "Dados e Valores" pode ler-se que o CICECO produziu 42 livros no período 2002-2022, porém uma pesquisa na Scopus, mostra que nesse período aquela unidade produziu 15 livros indexados, entre 8175 publicações indexadas, o que dá um rácio livros/publicações de 0.18%, que note-se é menos de metade do rácio médio de Portugal, que é de 0.40%, o que mostra que o centro CICECO apesar de ter um desempenho global muito Excelente, não tem contribuído muito para ajudar Portugal a ganhar um mínimo de dignidade na métrica dos livros indexados, já que todas as universidades e politécnicos Portugueses juntos produzem menos livros indexados do que a pequena Universidade de Oxfordhttps://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2024/08/um-escandalo-academico-producao.html 

PS - Também não se pode dizer que ter gerado até ao momento um total de 8 (oito) spin-offs possa ser considerada uma métrica efectivamente excelente, porque na verdade um certo catedrático de engenharia, nada modesto, da Universidade do Porto, diz que no grupo dele já nasceram 10 (dez) e que esse número cresce à razão de duas novas a cada ano https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2024/01/catedratico-nada-modesto-classifica-de.html Tenha-se presente a este respeito, que em termos comparativos, a Universidade de Oxford gera entre 15 a 20 empresas tecnológicas a cada ano ! https://innovation.ox.ac.uk/portfolio/companies-formed/

terça-feira, 15 de outubro de 2024

A previsão do médico Português, que andou no Imperial College e em Harvard, sobre o funesto futuro do SNS


"Qualquer projecção matemática permite perceber que, com a combinação diabólica entre a tendência de envelhecimento, os estilos de vida e a prevalência de doenças crónicas desde a infância em Portugal, não haverá sistema que aguente. Não haverá SNS que aguente a pressão de uma população com mais de 60% de pessoas idosas, doentes e a precisar de cuidados crónicos. Se nada for feito, vamos mesmo acabar por ser um país de velhos, gordos e doentes..." 

O extracto supra diz respeito a um artigo que ontem apareceu no jornal Público, e teve como autor um médico Português, que andou no Imperial College e em Harvard, que diz o óbvio, que as despesas de saúde se tornarão incomportáveis se não houver uma aposta na promoção de actividades que reduzam a sedentariedade e os maus hábitos de vida. Revisite-se a este respeito o post sobre a forma como na Finlândia levam a sério este assunto e como aquele país se conseguiu tornar um dos países com menores taxas de sedentarismo no mundo, conseguindo poupar milhares de milhões de euros em despesas de saúde https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2024/05/uma-ajuda-ao-pouco-informado-governo.html 

Desgraçadamente porém, mesmo que se concretizem as piores previsões do referido médico, não é de todo verdade que o pior que pode acontecer a Portugal no futuro é ser  "um país de velhos, gordos e doentes"o pior que efectivamente pode acontecer a Portugal é ser um país onde milhões se babam pelo Ronaldo e pelos restantes especialistas da cabeçada e do pontapé, e onde não se valorizam e até se ignoram aqueles que os deveriam orgulhar, como por exemplo aquele conhecido e inspirador médico, que aparece na foto supra e que é autor de um corajoso artigo  hoje publicado aqui https://www.publico.pt/2024/10/14/opiniao/opiniao/genocidio-hipocrisia-portugal-2107843

Declaração de interesses - Declaro que em Julho de 2023 já tinha elogiado este médico, tendo na altura escrito que ele valia mais do que 500 Ronaldos https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2023/07/um-louvor-ao-medico-que-hoje-critica-o.html