O Expresso trazia ontem no caderno principal uma entrevista à Presidente da FCT, que depois de perguntada sobre quando é que a ciência Portuguesa terá um Nobel diz que é preciso um plano!!!! Ou seja no ano da Graça de 2022, quando passam 73 anos do Nobel do Egas Moniz, é que se vai começar a pensar num putativo e milagroso plano que permita que talvez daqui a 20, 30 ou 50 anos a ciência Portuguesa consiga ganhar um novo Nobel.
Sobre este tema convém recordar que em 19-10-2019 alguns Directores do conhecido IMM foram autores de um artigo no Público de título "Portugal ambiciona ter um novo Prémio Nobel?" onde logo a abrir lembravam o óbvio, que Portugal gasta muitíssimo menos em investigação do que os países que habitualmente ganham prémios Nobel. Portanto o problema não é tanto a ausência de qualquer plano (uma ideia simplória e até estapafúrdia), mas sim e fundamentalmente a ausência de dinheiro.
Mas se de acordo com o Eurostat, o Estado Português gastou em investigação em 2020, o miserável valor de 71 euros por habitante (menos do que em 2010), enquanto que a Dinamarca gastou mais de 500 euros/habitante e a Noruega gastou quase 700 euros/habitante e a própria Grécia gastou quase o dobro de Portugal, onde é que anda o dinheiro que Portugal deveria gastar na ciência ?
Será que são os milhões que são gastos a sustentar as subvenções vitalícias de uma classe politica parasita ? Será que são as centenas de milhões que se gastam nas indemnizações pagas pelo Estado Português a empresas privadas, em sentenças decididas em tribunais privados ? Ou será que são os milhares de milhões que se gastam a pagar juros superiores a 100% em Swaps contratados por (incompetentes) gestores de empresas públicas ?