quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Investigadores exigem respeito pela regra "sete cães a um osso"


Já não bastava o regabofe que foi comentado no post acima e agora fica-se também a saber, através da revista Sábado, desta semana, que na Câmara Municipal de Lisboa as avenças com assessores  já ultrapassam 4 milhões de euros. Uma das vereadoras até consegue ter mais assessores do que o próprio presidente da Câmara, nada menos do que dez. Infelizmente a coisa parece que não vai ficar por aqui porque naquela Câmara há quem ache que ainda fazem falta muito mais assessores, já que a factura ainda vai longe de 13 milhões de euros e até porque há muitos politicos que estavam à espera de ser deputados e portanto precisam de um emprego alternativo que pague decentemente (cada assessor pode ganhar 45.000 euros/ano mais IVA).

Porque será que neste mesmo país, que é tão mãos largas com os assessores politicos, é ao mesmo tempo tão avaro com a investigação científica, e os investigadores nem sequer podem sonhar em ter direito à conhecida e miserável regra de "sete cães a um osso" (o que equivale a um taxa de sucesso de 17%) já que os projectos de investigação, financiados pela FCT, possuem taxas de sucesso muito inferiores aquela percentagem, significando isso que na investigação há muito mais "cães", quase 20, para o mesmo osso.