terça-feira, 27 de dezembro de 2022

TED - Tristes Encornados Desmemoriados

Não se percebe o motivo da imensa gritaria que por aí vai, por causa daquela espertalhaça senhora de nome Alexandra Reis (que à semelhança de José Sócrates tem uma licenciatura em engenharia mas não pode praticar Actos de Engenharia, sob pena de cometer crime de usurpação de funções), a quem este Governo permitiu que pudesse meter ao bolso meio milhão de euros, por ter saído da falida TAP. Aqueles 2 milhões de Portuguesas e Portugueses, que votaram no partido socialista e que agora se sentem encornados, não tem porém qualquer razão para se queixar, porque só por manifesta desonestidade ou rematada burrice é que se pode admitir que não sabiam que era nisso em que estavam a votar, principalmente depois de saberem o que aconteceu com a última maioria do partido socialista. A mim porém este caso não me causa qualquer surpresa, até porque em 31 de Janeiro do corrente ano, logo no dia seguinte às eleições legislativas que deram a maioria absoluta ao PS, escrevi que "Vão ser quatro anos de festa socialista, sendo evidente que aqueles que tem o cartão desse partido e os seus familiares e amigos tem o futuro garantido".

Acho especialmente trágico-cómico que se diga que os gestores públicos, como a supracitada senhora, devem ser muito bem pagos pois, alegadamente, as empresas públicas, coitadinhas, tem que concorrer directamente com as empresas privadas. Trata-se apenas de mais uma das muitas mistificações, que foram paridas por um sistema instaurado logo a seguir ao 25 de Abril, que consiste grosso modo em "desviar dinheiro dos impostos para o bolso dos políticos e dos seus familiares e amigos". A verdade porém é que se de facto as empresas públicas competissem directamente com empresas privadas, então teriam de fechar portas quando os prejuízos se tornassem insustentáveis, e assim se fosse a falida TAP já há muito que teria fechado portas. E a prova é que ao contrário das empresas privadas, que abrem falência quando são mal geridas, as empresas públicas (que servem acima de tudo para dar emprego a boys e girls, como a mulher do rico Ministro Fernando Medina, a quem a falida TAP pagou um prémio de 17.000 euros) limitam-se a mandar a conta para o Governo que está (leia-se para os contribuintes), como se percebe bem no caso daquelas empresas públicas, por conta das quais os Portugueses ainda andam a pagar milhares de milhões de euros em Swaps, com juros escandalosos superiores a 100% https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/12/estado-portugues-paga-milhares-de.html

PS - O Expresso revelou na sua última edição semanal, uma noticia choque, com o título "SNS utilizado para turismo médico grátis", e que ajuda a perceber porque motivo o orçamento da saúde, que muito embora, aumente de ano para ano, e já vai em quase 15.000 milhões anuais, ainda assim, não chega para as encomendas, pois muito estranhamente anda a suportar gastos efectuados por turistas, inclusive de países ricos, que vem a Portugal unicamente para buscar medicamentos (caros) de borla.   No mínimo dos mínimos, isto significa que é muito injusta a classificação de Portugal no ranking dos países mais generosos do mundo (World Giving Index-2022), onde o nosso país, muito embora seja o 39º mais rico, possui apenas 17% da população que fez donativos em dinheiro, pelo que não consegue aparecer entre os 100 países mais generosos do Planeta. Porém tendo em conta a forma como os contribuintes Portugueses (aqueles 55% que pagam IRS) sem o saberem andam a pagar medicamentos caros a turistas estrangeiros, devíamos exigir que o referido ranking melhorasse substancialmente a nossa classificação, para ficarmos ao mesmo nível da Dinamarca, o generoso país onde 55% fizeram donativos em dinheiro.