sexta-feira, 26 de maio de 2023

Os dois tipos fundamentais de Portugueses que existem__Os decentes e os deploráveis

Informou recentemente a imprensa, que um finório Administrador da Santa Casa de Misericórdia do Porto, não gostou nada do conteúdo de uma recente exposição, lembrando o absolutamente vergonhoso, passado do Conde de Ferreira, que enriqueceu à custa do sangue de milhares de escravos negros https://www.publico.pt/2023/05/20/culturaipsilon/noticia/misericordia-porto-censura-exposicao-centro-hospitalar-conde-ferreira-2050385

Recordo relativamente a esta questão, que anteriormente mencionei, até mais do que uma vez, o tal Conde de Ferreira (e outros esclavagistas), https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/11/the-trajectory-of-great-slave-trader-of.html pela simples razão, que acho importante deixar bem claro, que no que à escravatura diz respeito, os Portugueses não são todos iguais. Há aqueles, muitos, descendentes de antepassados decentes, que nunca em momento algum viveram à custa de sangue de escravos, e há aqueles outros, descendentes de antepassados deploráveis, que como escrevi em Agosto de 2019, cujo bem estar e mordomias foi financiado com o sangue de escravos. Quanto a estes últimos, é muito importante que se saiba quem foram, para que não haja o risco de serem confundidos com Portugueses decentes.   

Será que não é absolutamente evidente, que se houver Portugueses, que ainda andam nos dias de hoje a usufruir de gordas heranças, que receberam mesmo que indirectamente, de antepassados que enriqueceram à custa de sangue de escravos, que as deveriam doar na totalidade ou pelo menos parte delas ? Ou será aceitável ou sequer entendível, que por exemplo aqueles que noutros países europeus herdaram valiosas obras de arte de antepassados nazis, que as roubaram a judeus, não as devolvam aos herdeiros dos espoliados e ao contrário as possam vender livremente usufruindo desse dinheiro sujo, como fez um individuo deplorável de nome Cornelius Gurlitt, que nunca trabalhou um único dia da sua vida, limitando-se a viver do dinheiro da venda de algumas obras de arte, das milhares que o seu desprezível pai lhe deixou em herança ?