Tendo em conta que um professor que trabalha há mais de 30 anos na universidade do Minho, enviou ontem, a todos aqueles que colaboram naquela instituição, um email a que anexou uma longa carta de 10 páginas, reproduzo abaixo o conteúdo do email que lhe enviei, com igual conhecimento a todos os docentes, investigadores e alunos da Universidade do Minho:
Caro Colega,
aproveito apenas para fazer dois breves comentários:
Primeiro - Afirma o Colega na página 6 da sua carta que "Durante os mais de 30 anos na UM só participei num júri de Doutoramento uma vez". Sobre essa a sua afirmação, recordo um post onde compilei várias declarações de vários académicos, sendo que o comentário de um deles, talvez possa explicar a situação que mencionou. O catedrático Orlando Lourenço da universidade de Lisboa relatou o seguinte:
Segundo - Na sua carta não consegui (talvez por incapacidade minha) encontrar referências a estudos sobre problemas similares que ocorrem em universidades de outros países. Assim sendo, aproveito para enviar link de um post, onde se mencionam dois estudos. Num deles conclui-se que atribuir melhor classificações aos alunos, faz com que aqueles se tornem mais generosos quando "avaliam" os seus docentes. Já o segundo muito mais preocupante, revela que a avaliação dos professores feita pelos alunos é por vezes utilizada por aqueles para ofender e ameaçar: https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/12/can-professors-buy-better-evaluation.html
Ainda sobre a "avaliação" que os estudantes fazem dos professores, em Fevereiro de 2014, recebi do catedrático Gonçalves da Silva, da Universidade Nova (com quem troquei ao longo de vários anos centenas de emails sobre a academia e a actualidade politica) um ficheiro contendo um discurso, de 4 páginas (em anexo) do vencedor da medalha Timoshenko, Eli Sternberg (1917-1988) e do mesmo entendo reproduzir as seguintes palavras:
"such evaluations tend to inflate the importance of the most superficial aspects of teaching; because they invite a popularity contest among the faculty that may favor glib and facile efforts over more demanding expositions in depth. Further, it seems to me that students - even graduate students -may not be in a position to assess the true competence of an instructor or the permanent value of the material presented. Perhaps the most memorable teacher I ever had was a notoriously poor lecturer, and I failed to appreciate fully the influence of my exposure to him until later in life."