No passado dia 24 de Dezembro, divulguei o caso singular do professor catedrático que arrasou, de alto a baixo, o sistema de educação Português, vide post acessível no link supra. O referido catedrático foi entretanto entrevistado pelo jornal Público e, dessa longa e provocadora entrevista — hoje publicada na edição impressa do jornal — destaco abaixo algumas declarações na esperança de que despertem a curiosidade para a leitura integral da entrevista referida:
"Felizmente nenhum dos nossos alunos quer ir trabalhar para a função pública"
"Os dois primeiros alunos que acabaram o programa eram um engenheiro electrotécnico...e um estofador da Autoeuropa que tinha o 12.º ano"
"Esta escola tem, literalmente, o padeiro sentado ao lado do médico."
"Temos universidades e politécnicos que têm taxas de desemprego à saída de 30% ou de 50%"
"É claro que os senhores reitores queriam que nós desaparecêssemos porque isto para eles é um irritante" https://www.publico.pt/2025/12/27/sociedade/entrevista/educacao-sistema-sovietico-planeamento-central-experimentado-urss-produzir-pao-nao-funcionou-2159088
Seja como for, é importante referir, coisa que o catedrático Pedro Santa Clara não fez, que a proposta educativa em causa apresenta várias vantagens enquanto modelo educativo de natureza complementar, mas não constitui uma solução universal milagrosa: não permite formar profissionais cujas áreas exigem uma sólida formação científica — como cientistas, engenheiros ou médicos — nem profissionais de ofícios que requerem uma formação prática intensiva e certificada, como mecânicos, eletricistas, carpinteiros, serralheiros, canalizadores ou técnicos de manutenção. Sobre estas últimas formações, entendo como pertinente recordar um post anterior do passado dia 27 de Maio, onde então escrevi: "hoje mesmo o catedrático jubilado Robert Reich, ter defendido no seu blogue, que muitos dos empregos do futuro não necessitarão de uma formação de ensino superior". A que se deve acrescentar ainda, o facto do último número da revista The Economist, trazer um artigo onde se pode ler que a geração Z demonstra um interesse acrescido por profissões técnicas. https://www.economist.com/international/2025/12/18/ditch-textbooks-and-learn-how-to-use-a-wrench-to-ai-proof-your-job
PS - A mim, pessoalmente, enquanto primeiro signatário de uma petição contra a endogamia que protagonizei há 10 anos atrás, fico satisfeito pelo facto dele não se ter esquecido de mencionar aquele que é o "calcanhar de Aquiles" da academia Portuguesa (Catedrático Orlando Lourenço dixit).