sábado, 10 de fevereiro de 2024

Será que o GPT consegue projectar um betão (geopolimérico) sustentável ? Não !


https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2022/07/geopolimeros-rigor-cientifico-e.html

Na sequência de um post anterior (link supra) com o esclarecedor título "Geopolímeros - Rigor científico, marketing e publicidade enganosa" aproveito para divulgar um artigo sobre aqueles materiais, de quatro investigadores Alemães, o qual foi colocado online no inicio deste mês de Fevereiro, com o título "LLMs can Design Sustainable Concrete – a Systematic Benchmark".  https://www.researchsquare.com/article/rs-3913272/v1  

A resposta à pergunta do título deste post é, não, o GPT não consegue projectar um betão (geopolimérico) sustentável. Aquilo que os autores do artigo fizeram foi somente tentar optimizar a resistência, a partir de 240 misturas activadas alcalinamente, à base de cinzas volantes e escória granulada de alto forno, misturas essas que recorde-se foram recolhidas de uma publicação de autores Indianos, e que na verdade não são nada sustentáveis, desde logo porque usam silicato de sódio na sua composição, vide a este respeito o estudo: Ouellet-Plamondon, C. ; Habert, G. (2014) Life cycle analysis (LCA) of alkali-activated cements and concretes. In Handbook of Alkali-Activated Cements, Mortars and Concretes, 663-686 (Eds) WoodHead Publishing-Elsevier, Cambridge

Aproveito também para reproduzir abaixo, o conteúdo de um email, que ontem enviei ao investigador Christoph Völker, primeiro autor do referido artigo e onde nem sequer perdi o meu tempo a criticar o deplorável facto, de em má hora, terem decidido utilizar um título que roça a publicidade enganosa, pois não traduz de forma rigorosa o conteúdo desse artigo. Tão pouco cheguei ao extremo de escrever, que o contributo desse artigo, para aquilo que são as reais necessidades de investigação nesta área, que ficaram bem definidas no artigo de Palomo et al. (2021) que aparece referido no fim do email, é lamentalvelmente, zero. Com "estratégias" destas, depois não admira que no ranking Shanghai de 2023, tenha havido três universidades Portuguesas (de Lisboa, do Minho e do Porto) que na área da Engenharia Civil, conseguiram ultrapassar nesse ranking, a melhor universidade Alemã https://pacheco-torgal.blogspot.com/2023/11/academicos-alemaes-em-autentico-estado.html

PS - A imagem que inicia este post diz respeito a um centro de arte (em betão à vista) projectado pelo premiado Japonês Tadao Ando, que foi pugilista antes de se dedicar à arquitectura. 


Dear Christoph Völker


Firstly, congratulations on your thought-provoking paper. I am reaching out to provide a minor comment regarding a statement in the introduction of your recent work:  “The development of new cementitious binders low in calcium offers a promising solution, potentially reducing carbon dioxide emissions by 40- 80 percent while retaining structural properties comparable to conventional cement [2] “


I'd like to draw your attention to the Reference 2 you cited, which may include publications asserting that AAC is linked to substantial carbon emission reductions, up to 80%. However, it is crucial to note that such claims lack concrete evidence and are essentially tantamount to non-existence. Ouellet-Plamondon and Habert (2014) demonstrated that only a specific type of AAC, those without sodium silicate, exhibit significantly lower carbon footprints than Portland cement-based mixtures.

Ouellet-Plamondon, C. ; Habert, G. (2014) Life cycle analysis (LCA) of alkali-activated cements and concretes. In Handbook of Alkali-Activated Cements, Mortars and Concretes, 663-686 (Eds) WoodHead Publishing-Elsevier, Cambridge


However, it is crucial to acknowledge that achieving high-strength AAC is contingent upon the use of sodium silicate. Consequently, realizing high-strength AAC with substantial carbon emissions reductions necessitates the utilization of waste-derived activators, an area still in its early stages of development. In this context, it is crucial to consider the insights provided by Van Deventer et al. (2012), who underscore the pivotal role of calcium in attaining elevated strength and durability in AAC. Paradoxically, Fernandez-Jimenez and Palomo (2009) have highlighted that the absence of expansive products resulting from alkali-silica reaction (ASR) is directly associated with low calcium content, implying that AAC with high calcium levels may be more susceptible to ASR.

Van Deventer, J.S.J.; Provis, J.; Duxson, P. (2012) Technical and commercial progress in the adoption of geopolymer cement”, Minerals Engineering Vol. 29, pp.89-104.

Fernandez-Jimenez, A.; Palomo, A., Chemical durability of geopolymers, In Geopolymers, Structure, Processing, Properties and Applications, Ed. J. Provis & J. Van Deventer, pp.167-193, 2009, Woodhead Publishing Limited Abington Hall, Cambridge, UK


PS – In reference to the three distinct families of AAC, namely A) high calcium, B) low calcium, and C) hybrid cements, which comprise various combinations of A) and B), please check the comprehensive study authored by Palomo et al. (2021):

"Portland Versus Alkaline Cement: Continuity or Clean Break: “A Key Decision for Global Sustainability” https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fchem.2021.705475/full