sábado, 13 de abril de 2024

The Economist - A gorda factura das alterações climáticas para o sector imobiliário chegará a quase 25 triliões

 


O artigo que até faz capa da última edição da revista The Economist, não poderia trazer piores noticias para o sector imobiliário, a nível mundial, para o qual as alterações climáticas irão trazer uma factura astronómica, de quase 25 triliões de dólares, que o artigo afirma irá desencadear uma luta monumental sobre quem a deve pagar. 

A referida factura é composta por três parcelas. Uma que diz respeito às reparações de estragos por conta de fenómenos climáticos extremos. Uma segunda parcela que é relativa aos custos de futuras medidas de protecção, as quais permitam evitar estragos ainda maiores (à medida que os referidos fenómenos se forem agravando) e uma terceira sobre os custos de reabilitação energética, que permitem diminuir os elevados níveis de emissões do sector imobiliário. Relativamente a esta última parcela, o artigo menciona um inovador e multiplamente virtuoso super-bónus fiscal, que já tinha sido comentado aqui https://pacheco-torgal.blogspot.com/2021/10/o-superbonus-que-consegue-resolver.html

No contexto supra e no caso concreto das facturas que haverá a pagar, em Portugal, é pertinente recordar o conteúdo de um recente artigo do jornal Público, onde se pode ler que os contribuintes deste país serão obrigados a pagar milhões para evitar que o mar engula "apartamentos a preços milionários, construídos quase em cima do mar....valor médio de um T2 (80 m2) é de um milhão de euros. Mesmo em cima da água, claro está, que é o que o cliente quer..." Ou dito de outro modo, a classe média baixa, irá pagar a segurança dos apartamentos (e moradias) dos ricos, quando o que seria justo era que fossem os seguros desses imóveis, a terem de arcar com essa cara responsabilidade. Porém e ao contrário do que acontece em países civilizados, no nosso país não há nenhuma luta monumental sobre quem deve pagar essa factura, em Portugal pagam os contribuintes e ponto final. 

É claro que se os Governos deste pobre país sempre tivessem agido segundo os princípios da responsabilidade e da precaução, há muito que teriam proibido que as Câmaras Municipais pudessem licenciar prédios e moradias de luxo, quase em cima do mar, infelizmente, a tradição em Portugal ainda é o que sempre foi, sendo que a impunidade autárquica anda de mão dada com um poder politico central incompetente e cobarde, aliás soube-se há poucos meses que no nosso país, 60% das Câmaras Municipais ainda nem sequer possuem planos municipais de adaptação às alterações climáticas https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2024/01/96-das-camaras-municipais-nao-foram.html