segunda-feira, 20 de maio de 2024

A triste história de um super-cientista que tinha o sonho se tornar campeão europeu

 


Num post anterior de titulo "O imperativo e urgente dever moral de fomentar a rebeldia científica" foi apresentada uma lista (gerada pelo ChatGPT) contendo sete conselhos com vista a aumentar o número de cientistas rebeldes, tendo porém em conta que muito recentemente foi publicado um estudo, de investigadores da Suiça e da China, que mostra que os investigadores com padrões de publicação muito elevados, apresentam menor capacidade para protagonizar descobertas mais disruptivas, então faz sentido incluir na lista um novo conselho, "Avoid hiring scientists who pump out papers as if on an assembly line"

Os resultados do tal estudo não me surpreendem minimamente, pois já há vários anos, que pude constatar que os cientistas mais credenciados, tanto no estrangeiro, como em Portugal, não são aqueles que possuem um maior número de publicações, vide post que teve 2000 visualizações https://pacheco-torgal.blogspot.com/2021/05/ranking-de-investigadores.html 

Sobre os cientistas com capacidades de publicação sobre-humanas, é importante divulgar que recentemente uma universidade Norueguesa, decidiu abrir uma investigação, ao cientista com mais publicações daquele país, que tinha a capacidade de publicar vários artigos por semana e que há poucos anos disse ter o sonho de se tornar o cientista com mais publicações em toda a Europa https://www.universitetsavisa.no/filippo-berto-forskningsetikk-forskningsjuks/norges-mestpubliserende-forsker-granskes-for-alvorlige-brudd-pa-etiske-normer/403870

É porém justo que se diga, que a culpa dele ter um sonho demente, não lhe pode ser imputada somente a ele, mas também a todos aqueles académicos que assistiram impávidos e serenos, à ascenção deste fenómeno espúrio, que muito prejudica a ciência. Sobre o mesmo recordo aquilo que escrevi há alguns anos atrás, num post em cujo título questionei, quantos artigos é que um super-cientista consegue produzir numa semana ? 
"The repercussions of the aforementioned Reapolitik publishing strategy are manifold. Firstly, if Full Professors and Lab Directors can exploit this approach, it sets a precedent for junior researchers to emulate, harboring dreams of accumulating numerous publications themselves one day. Secondly, if this becomes the norm in Western countries, third-world nations may be inclined to replicate these "successful" practices, cultivating their own super-scientists. Consequently, if an African super-scientist were to emerge with 10,000 or 20,000 publications at the summit of the publishing rankings, there would be little ground for criticism. Moreover, in an era where Science faces challenges from alternative facts and fake news, this "grossly unethical" authorship behavior undermines scientific authority, inadvertently aiding those who oppose Science"