Há vários anos atrás, recordei uma afirmação do catedrático Sobrinho Simões, que em 2017, no Palácio de Belém disse que "aquilo que distingue a espécie humana não é a capacidade de dar respostas mas a de fazer perguntas", vide post acessível no link supra, nesse sequência sou a formular a seguinte pergunta, porque será que quando questionados sobre qual é a pergunta mais importante que existe, os dois modelos de inteligência artificial generativa, ChatGPT e Microsoft Copilot apresentam respostas diferentes, que abaixo se reproduzem ?
Resposta do ChatGPT: That's quite the existential question! The most relevant question may vary depending on context and individual perspectives. However, a fundamental question that resonates across cultures and disciplines could be: "What is the meaning of life?" It's a timeless inquiry that has puzzled philosophers, theologians, scientists, and thinkers throughout history. The pursuit of understanding our purpose and existence seems to be a central theme in human thought and exploration.
Resposta do Microsoft Copilot: That’s a profound question. If I were to select one question that could be considered universally relevant, it might be: “What can we do to improve the well-being of all?” This question encompasses a range of important aspects such as health, education, equality, and the environment, reflecting the interconnectedness of our global community. It encourages us to think collectively and act in ways that benefit not just ourselves, but everyone.
Quando se coloca a mesma questão ao modelo Scopus AI (que recordo comentei neste blogue no passado dia 4 de Maio), a resposta não é muito interessante, porém na secção Foundational Documents, aparece uma publicação de título "Attention is all you need" que conseguiu um recorde, em apenas 7 anos, já recebeu mais de 50.000 citações na base Scopus. A referida publicação foi produzida por 8 funcionários da Google, que nela descrevem uma descoberta absolutamente extraordinária, que foi suficiente para os levar a abandonar aquela empresa, tendo criado outras com o valor de 4 biliões de dólares https://www.japantimes.co.jp/opinion/2023/07/19/commentary/world-commentary/google-ai-discovery/
PS - Durante o século XX, ainda antes do aparecimento da Google, seria motivo de risota admitir que algumas empresas conseguissem competir com as melhores universidades do Planeta na produção de conhecimento essencial, porém não só isso se tornou uma realidade irrefutável, como num artigo publicado na página 56 da revista The Economist, edição de 4 a 10 de fevereiro de 2023, foi possível ler que a Amazon e a Meta, produziam respectivamente dois terços e quatro quintos dos artigos sobre IA, que eram produzidos na riquíssima Universidade de Stanford e que esta por sua vez já produzia menos artigos do que a Alphabet e a Microsoft. Foi aliás nesta última empresa que foi produzido um dos artigos científicos mais citados de todos os tempos, "Deep residual learning for image recognition" que já recebeu até ao momento mais de 140.000 citações na base Scopus. No presente contexto, o futuro das universidades afigura-se sem dúvida péssimo, a não ser que aquelas consigam descobrir, o que é que elas podem fazer que as empresas não querem, não conseguem ou simplesmente não podem.