quarta-feira, 25 de setembro de 2024

Impacto, citações e o prémio da Escola de Engenharia da UMinho baseado no h-index


Reproduzo abaixo um email que ontem enviei aos professores e investigadores da UMinho:

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De: F. Pacheco Torgal 
Enviado: 24 de setembro de 2024 07:01
Assunto: UMinho lançou livro que compila produção científica - Um comentário sobre a Tabela 19

Num email (infra) de 13 de Dezembro de 2023, produzi alguns comentários sobre o tal livro da UMinho que analisou a produção científica da mesma UMinho ao longo de 46 anos, na parte onde se ficou a saber que a partir de 2016, houve vários anos em que as publicações da UMinho receberam menos citações do que a média nacional, inclusive em 2022, o último ano do levantamento efectuado. 

No mundo da ciência estar abaixo da média nunca é bom, no mínimo significa uma de duas coisas, incompetência ou falta de vocação, contudo estar abaixo da média num país como a Suiça, extremamente competitivo em termos científicos, campeão mundial do rácio prémios Nobel por milhões de habitante não é demérito, desgraçadamente porém Portugal não é (e nem nunca será) a Suiça, Portugal não consegue sequer superar a Grécia nem o Chipre, como recentemente foi possível constatar aqui https://pachecotorgal.com/2024/09/23/nobel-para-a-ciencia-portuguesa-clarivate-analytics-revela-que-nao-sera-tao-cedo/

Neste contexto relembro que no ranking Shanghai por áreas de 2021 a UMinho tinha 18 áreas no Top 500 mas em 2023 a UMinho já só lá tinha apenas 10 áreas, tendo perdido quase metade em apenas dois anos https://www.docdroid.net/KfZvpEt/2023-shanghai-ranking-tabela-top-500-pdf#page=2  

Mesmo quando se olha para o ranking de investigadores, altamente citados, da Elsevier/Stanford, no período entre 2019 e 2024 constata-se que na UMinho houve apenas 5 (cinco) áreas, https://www.uminho.pt/PT/siga-a-uminho/Paginas/Detalhe-do-evento.aspx?Codigo=64460  de onde saíram aqueles que chegaram a uma das três posições do pódio anual, sendo a esmagadora maioria de Engenharia. Vide tabela infra. 

Sobre as ponderosas razões que permitirão explicar o padrão de citações das publicações da UMinho que nos últimos anos tem sido inferior à média nacional, uma coisa é certa porém, como explicou há muito tempo um conhecido investigador Norte-Americano, num livro (que recolheu até hoje quase 40.000 citações), ninguém se esforça por tentar alcançar aquilo que não é valorizado, e se as citações valem rigorosamente zero nos regulamentos de avaliação de desempenho da UMinho, isso significa que esta instituição, não pode admirar-se muito de não conseguir obter aquilo que não valoriza minimamente. Sendo certo que nesse capítulo, pelo menos a Presidência da EEUM, há poucos anos até, criou um prémio que valoriza as citações através do h-index. https://pacheco-torgal.blogspot.com/2021/07/o-h-index-e-os-premios-de.html