Há três anos atrás analisei o desempenho comparado das seis melhores universidades Portuguesas, para aferir quais aquelas que tinham mais investigadores influentes, que gostavam muito, de se citarem a si próprios, tendo nessa altura concluído que a Universidade de Lisboa era aquela onde havia a maior densidade de investigadores com percentagens de auto-citações superiores a 25%, e no pólo oposto, que a universidade do Minho era a que apresentava o menor número desses investigadores. Vide post acessível no link supra.
Uma atualização dessa análise, baseada no ficheiro carreira, do ranking Stanford que foi divulgado há poucos meses atrás, somente para os investigadores com percentagens de auto-citação superiores a 30%, mostra que a Universidade de Lisboa continua a liderar, esse lamentável ranking, sendo que essa liderança se deve na sua esmagadora maioria aos investigadores do Instituto Superior Técnico. Dessa análise também novamente se constata que os investigadores da Universidade do Minho, continuam a mostrar, uma peculiar mas saudável "aversão", a citarem-se a si próprios.
ULisboa.........25 investigadores com percentagens de auto-citação superiores a 30%
UPorto............10
UAveiro............8
UNova...............6
UCoimbra.........5
UMinho.............1
PS - Há uma década atrás analisei a produção científica, de Professores Associados e Catedráticos de Departamentos de Engenharia Civil, nas mesmas seis Universidades Portuguesas, https://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/30767 tendo utilizado para esse efeito as seguintes métricas: número de artigos em revista internacional indexada na Scopus, rácio artigos/ano, número de citações, rácio citações/artigo, índice-h, rácio índice-h/ano, percentagem de auto-citações e percentagem de artigos não citados. Na lista de referências, que então citei, há um artigo interessante, com afiliação daquele país que lidera o rácio mundial prémios Nobel/milhão de habitantes, que concluiu após analisar quase 800 artigos, que se há um factor que contribui bastante para um artigo científico se poder tornar bastante citado é o de ter autores de universidades de topo. Porém, se não há em Portugal uma única universidade de topo, nem do grupo das 20 melhores, nem do grupo das 50 melhores, ou do grupo das 100 melhores, nem sequer do grupo das 150 melhores, isso significa que quem na ULisboa ou em qualquer outra universidade Portuguesa, acha "boa" ideia auto citar-se em excesso, mais não faz que desvalorizar e limitar o impacto potencial desse artigo, com citações de alguém que não pertence a nenhuma universidade de topo. Não é narcisismo é apenas burrice.