terça-feira, 9 de setembro de 2025

Uma universidade acelerada por esteroides

 

Relativamente ao facto da universidade da Beira Interior, pela primeira vez ter conseguido ingressar no top 1000 do prestigiado ranking Sanghai, fazendo aquilo que a UÉvora, a UTAD, a UALG, UMadeira, UAçores não conseguiram fazer, é importante perceber as razões dessa proeza histórica. Como um dos critérios desse ranking é o número de publicações altamente citadas, compare-se abaixo o desempenho das referidas universidades, relativamente ao rácio número de publicações indexadas/100 docentes ETI, para os últimos 5 anos, onde a UBI fica muito acima das outras universidades referidas, em especial da UÉvora, que muito estranhamente, no período em causa, certamente por falta de "inspiração", não conseguiu produzir uma única publicação que se tornasse altamente citada. 

UBI..............7
UALG..........3
UAçores......2
UMadeira....2
UTAD..........2
UÉvora........0

O desempenho da UBI poderia até ter sido superior se os seus investigadores da área das engenharias tivessem sido capazes de produzir publicações mais "inspiradas", porque muito embora tenham sido responsáveis por aproximadamente 35% do total dessas publicações, a sua quota parte do subgrupo das mais citadas foi de apenas 9%. Ao contrário dos investigadores de economia e gestão, que com metade das publicações, conseguiram uma maior percentagem (14%) de publicações altamente citadas, revelando assim uma intensidade de impacto científico três vezes superior à das publicações da área das engenharias e muito ao contrário dos (acelerados a esteroides) investigadores da área da medicina, que produziram 21% das publicações totais, mas que foram responsáveis por 60% das publicações altamente citadas, o que revela uma intensidade de impacto científico dez vezes superior à das publicações da área das engenharias.