terça-feira, 25 de novembro de 2025

O catedrático da Univ. Nova de Lisboa que sabe quase tudo, mas infelizmente não sabe a resposta a perguntas fundamentais


Um catedrático da Universidade Nova de Lisboa, que acaba de tomar posse como o novo director da escola de medicina daquela universidade, deu uma longa entrevista ao jornal Público onde fala sobre a formação dos médicos. Diz ele que a formação médica tem de "ensinar aquilo que é fundamental— têm de saber semiologia, fazer o exame físico, comunicar com os doentes, saber ser empáticos, ser bons profissionais...". 

Mas se é assim, se de facto a formação médica ensina os futuro médicos a ser empáticos (acredita quem quer) e até a serem bons profissionais, então porque é que a classe médica é de longe a profissão liberal com mais queixas confirmadas, num valor que é por exemplo 4500% superior ao número de queixas contra Engenheiros? https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/01/ordem-dos-medicoso-numero-de-queixas-e.html

Mas se é assim, porque é que há um número tão elevado de médicos envolvidos em fraudes ? Tenha-se presente que numa recente noticia do mesmo jornal Público, sobre a tal médica que provocou um prejuízo de quase 3 milhões de euros ao SNS, com receitas de Ozempic prescritas ao longo de uma década - equivalente a aproximadamente 300.000 euros por ano - ficou-se a saber que as fraudes anuais no SNS ascendem a quase 800 milhões de euros (um valor superior ao que Portugal gasta todos os anos a pagar o salário de milhares de investigadores), que é basicamente o mesmo que termos 2600 médicos todos os anos a cometerem fraudes de 300.000 euros cada um!  

Felizmente porém que a inteligência artificial - que um artigo publicado na revista The Economist, afirmou que vai retirar os médicos do seu pedestal - irá ajudar a resolver a tragédia Portuguesa de não ter médicos no desemprego, que é onde devem estar todos os médicos incompetentes. Irá também ajudar a reduzir de forma substancial as fraudes médicas e como se isso já não fosse suficiente, tem ainda a vantagem de não sentir como sentem muitos médicos, uma repulsa não disfarçada pelos doentes, pois um estudo recente de investigadores Suíços, mostrou que em testes de empatia, vários modelos de IA, mostraram um desempenho muito superior ao de humanos  https://www.nature.com/articles/s44271-025-00258-x

PS - Uma parte interessante da entrevista, é que quando o referido catedrático divulga um estudo da Sociedade Europeia de Cuidados Intensivos, que mostrou que o impacto na aprendizagem dos médicos é equivalente entre sessões online síncronas tradicionais e o uso de realidade virtual acessível via telemóvel, e até que os participantes demonstraram muito mais satisfação com a metodologia baseada em plataforma digital, acessível no telemóvel, que permite intuir o fim do ensino académico tradicional em anfiteatros lotados com centenas de alunos, em favor de um ensino personalizado, que já tinha sido mencionado neste blogue num post sobre um estudo realizado numa conhecida universidade Suiça https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2024/04/the-new-study-of-swiss-federal.html