sábado, 18 de outubro de 2025

O paradoxo (e os danosos malefícios) da invisibilidade e da inexistência científica

 

A pergunta “Se uma árvore cai numa floresta onde não há ninguém para ouvir, ela faz barulho?” costuma ter como resposta clássica que o impacto da sua queda gera vibrações sonoras, que, caso houvesse alguém presente com a necessária capacidade auditiva, seriam percebidas como som. Contudo o barulho só existe na presença de um observador; na ausência deste, existem apenas ondas sonoras, desprovidas de percepção consciente.

De forma análoga, um cientista que faz um estudo que é ignorado pela comunidade científica assemelha-se a uma árvore que cai no meio da floresta. Do ponto de vista factual, o estudo existe: a metodologia foi aplicada e os resultados foram registados — tal como a árvore também produziu ondas sonoras. Porém no plano da percepção, o estudo comporta-se como se não tivesse ocorrido: ninguém demonstrou qualquer interesse por ele. O seu impacto foi por isso nulo. E neste contexto é importante recordar que os cientistas que não causam impacto não são nesse contexto apenas invisíveis, são desprovidos de existência, pelo menos a fazer fé nas declarações do conhecido cientista Carlo Rovelli https://pachecotorgal.com/2022/06/08/interactions-as-a-paramount-existential-principle-and-the-scientists-who-do-not-exist/

O problema de haver cientistas invisíveis ou inexistentes é em primeiro lugar um problema de desperdício de recursos, pois os recursos consumidos por aqueles, sem qualquer retorno digno desse nome, são desviados de outros cientistas que os poderiam valorizar. Mas muito mais grave do que isso, a ciência já demonstrou, que os referidos cientistas (invisíveis e inexistentes) prejudicam de forma irreversível a carreira de jovens cientistas  https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2024/08/o-melhor-conselho-que-se-pode-dar-um.html

quinta-feira, 9 de outubro de 2025

Scientific Publishing Without Gatekeeping: Radical Reforms in Academic Publishing


In 2023, eLife introduced a “publish, then review” model, fundamentally transforming its editorial and peer review process. This innovative system replaces the traditional gatekeeping approach, in which manuscripts were either accepted or rejected prior to publication. Under the new model, submissions that pass an initial editorial triage are published directly as preprints and subsequently subjected to open, public peer review. 

A recent study conducted by three German researchers examined the implications of this reform for eLife’s editorial outcomes. Their analysis revealed only minimal differences between manuscripts reviewed under the traditional system and those processed under the new “publish, then review” model. Nonetheless, one of their recommendations was to enhance the robustness of the review process by increasing the number of reviewers per manuscript—from the current average of 2.7 to approximately three or four. https://link.springer.com/article/10.1007/s11192-025-05422-y#Sec15

However, this proposal raises important concerns. The global peer review system is under significant strain, driven by structural challenges inherent to academia itself. Chief among these are widespread reviewer fatigue—caused by the growing volume of manuscript submissions—and the persistent undervaluation of peer review as a meaningful scholarly contribution. (Fox et al., 2017; Ellwanger et al., 2020; Severin & Chataway, 2021; Horta & Jung, 2024; Beecher & Wang, 2025). Expanding the number of required reviewers per paper, without addressing these underlying structural problems, could exacerbate the existing shortage.

One potential remedy, as proposed in an article published by Times Higher Education, is to introduce a more radical and accountability-based approach: journals could adopt a policy of automatically rejecting submissions from authors who consistently publish substantially more papers than the number of peer reviews they contribute. Such a measure would help realign incentives, fostering a more equitable distribution of the reviewing burden while reinforcing peer review as a collective academic responsibility. https://pacheco-torgal.blogspot.com/2021/11/a-radical-solution-to-solve-crisis-in.html

Declaration of Competing Interests — My reviewing activity averages about 90 papers per year, a volume confirmed by Web of Science reviewer records.

Update after 3 days — Foreign readers from Singapore (39%), Hong Kong (23%), and the US (2%) show the greatest interest in this post.

domingo, 5 de outubro de 2025

Universidade do Minho - 7 presenças consecutivas no pódio nos últimos 7 anos

 https://jornaleconomico.sapo.pt/noticias/universidade-do-minho-tem-69-cientistas-entre-os-mais-citados-do-mundo/

Sobre o mais prestigiado ranking de cientistas a nível mundial - o único que consegue cumprir três condições fundamentais de rigor científico e também o único que contabiliza 90% dos prémios Nobel, pois o ranking da Clarivate só contabiliza 10% daqueles - aproveito para divulgar abaixo o nome dos investigadores da Universidade do Minho, que integraram os três primeiros lugares naquela instituição na lista anual, desde que aquele ranking foi criado. 

 

2019

2020

2021

2022

2023

2024

2025

P.B.Lourenço

-

-

-

-

Rui L. Reis

-

-

-

-

-

-

Paulo Flores

-

-

-

-

-

N. Cruz-Martins

-

-

-

-

-

-

Lígia Rodrigues

-

-

-

-

-

Nuno Peres

-

-

F. Pacheco-Torgal