sexta-feira, 16 de agosto de 2024

O melhor conselho que se pode dar a um aspirante a investigador: Fuja como o diabo da cruz dos catedráticos de obra irrelevante

Em 2020 divulguei no meu primeiro blogue, resultados de uma importante investigação na Nature Communications, que mostrou que publicar em conjunto com um cientista reputado constituía uma vantagem crucial, que perdurará até ao fim das carreiras de jovens investigadores. Vide post acessível no link acima. Mais tarde em 2022, voltei a insistir nesse assunto apontando o dedo a alguns catedráticos nacionais (que nunca deveriam ter chegado à cátedra) que face a essas investigações deveriam por uma questão de prudência ser evitados por jovens investigadores para assim não prejudicarem a sua carreira  https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2022/01/os-catedraticos-que-andam-prejudicar.html

E agora novamente em 2024, tenho de voltar a fazê-lo, por conta de um artigo muito recente que acaba de ser publicado na conhecida revista Nature https://www.science.org/content/article/budding-scientists-inherit-career-success-or-lack-it-their-mentors o qual divulga resultados de uma investigação recente baseada na análise de 245.000 colaborações em 22 áreas científicas, que mostra que os orientadores que possuem uma obra irrelevante prejudicam a carreira dos jovens investigadores  https://royalsocietypublishing.org/doi/full/10.1098/rsif.2024.0173

O supracitado artigo publicado na revista Nature, termina sugerindo que os alunos, futuros investigadores, devem ser avisados, sobre a importância de não aceitarem ser Orientados por investigadores de obra irrelevante, o que suscita a seguinte questão, se um aluno, futuro investigador, não for previamente avisado desse facto, poderá demandar legalmente os responsáveis por essa danosa omissão, que prejudicou a sua carreira de forma irreversível ?

Não sendo possível, pelo menos em Portugal (o país onde nem sequer constituem crime as mentiras nos currículos académicos), responsabilizar juridicamente os responsáveis de universidades públicas (que por acção ou omissão permitiram a chegada a catedráticos de professores de obra científica irrelevante e não me refiro somente aqueles dignos de pena titulares de um h-index=0)  será que não é possível exigir-lhes, que no mínimo, peçam desculpas pelo facto de terem prejudicado seriamente a carreira de centenas de jovens investigadores e por arrasto a competitividade científica de Portugal ? 

PS - No contexto supra revisite-se o post onde se questionou a ética daqueles que chegaram a catedráticos sem o merecerem.