domingo, 30 de novembro de 2025

Germany’s Continued Underperformance and Portugal’s Escalating AI Obsession


Continuing from the previous post linked above—which highlighted Portugal surpassing several of Germany’s leading universities across multiple scientific fields—it is worth celebrating yet another remarkable achievement: in 2024, Portugal ranked 15th worldwide for Scopus-indexed AI publications per million inhabitants, while Germany occupied the 20th position.

A recent and thorough search of the Scopus database reveals an even more striking portrait of Portugal’s rapid ascent in the field of artificial intelligence. In absolute terms, Portugal now produces more AI publications than countries such as Denmark, Belgium, Norway, or Finland. When taking population into account, Portugal has made a remarkable ascent to 8th place among the world’s top ten countries in terms of AI publications per million inhabitants, achieving a ratio that is an impressive 65% higher than that of Germany.

What accounts for this remarkable surge? Perhaps it is the ascent of a new Portuguese hero—Virgílio Bento. A young PhD with an audacious vision, he founded Sword Health, a company that now commands dozens of AI patents and uses artificial intelligence to confront one of humanity’s oldest afflictions: pain. With more than 600,000 patients already helped and a valuation surpassing $4 billion, Sword Health has become far more than a successful startupForged through rigorous research, real-world impact, and bold entrepreneurial vision, the company has risen as a shining beacon for Portuguese researchers.

Update after 5 days — The top 5 countries showing the highest foreign interest in this post are the USA (25%), Singapore (14%),  Germany (10%), Finland (4%), and Australia (3%).

Inteligência artificial: Portugal ultrapassa a produção científica da Dinamarca, da Bélgica, da Noruega e da Finlândia


Uma pesquisa efectuada ontem na conhecida base de dados Scopus, que é de acesso reservado apenas à comunidade científica, revela que em termos globais nos últimos 3 anos o nosso pequeno país conseguiu produzir mais publicações indexadas na área da Inteligência artificial, do que a Rússia, país que segundo a OCDE tem quase 17 vezes mais investigadores do que Portugal, e também mais publicações do que as produzidas pela Bélgica, Dinamarca, Noruega e Finlândia, que segundo dados do EUROSTAT, e sem qualquer surpresa também possuem mais investigadores do que o nosso pobre país. 

Quando se calcula o rácio de publicações por milhão de habitantes, constata-se que Portugal aparece em 8º lugar a nível mundial, o que significa uma subida de duas posições relativamente ao seu desempenho de há um ano atrás, vide final do post acessível no link https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2024/11/instituicoes-de-ensino-superior-que.html As explicações para essa elevada produção poderão ser várias, mas é possível que uma delas seja a inspiração que foi trazida pelo jovem doutorado da U.Aveiro, que na minha opinião vale infinitamente mais do que o Ronaldo, e cujas investigações na área da IA permitiram o aparecimento de uma empresa extremamente valiosa, a todos os níveis. https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2025/11/o-jovem-doutorado-portugues-que-vale.html

E mesmo que da referida obsessão não nasçam novos unicórnios na área da IA, quem sabe se finalmente Portugal deixa de ser conhecido apenas como um país que exporta especialistas do pontapé e da cabeçada num objecto esférico, campeonato liderado por países pobres da África e da América do Sul e consegue subir na cadeia de valor, passando também ser conhecido como um país exportador de talento na área da IA, até porque é mais do que evidente que Portugal nunca conseguirá reter esse talento, já que no nosso país um investigador, doutorado, no nível inicial, recebe muito menos do que recebem os pouco talentosos boys (e girls) que "trabalham" nas altamente deficitárias empresas públicas e a nível mundial, como revela a revista The Economist, a procura por esse talento está cada vez mais feroz https://www.economist.com/finance-and-economics/2025/09/25/the-ai-talent-war-is-becoming-fiercer

Relativamente ao desempenho das universidades e politécnicos nacionais, que mais contribuíram para o superior desempenho internacional do nosso país, apresenta-se abaixo uma lista que fornece a referida informação. Quando se compara o teor da mesma, com aquela outra que divulguei há um ano atrás, constata-se, por exemplo, que entre as primeiras posições a Univ.Minho e a Univ.Aveiro conseguiram ultrapassar a Univ.Coimbra. 

Já relativamente às instituições politécnicas, não surpreende o resultado do Instituto Politécnico do Porto, que não só apresenta um desempenho superior ao de várias universidades, de maior dimensão e com mais financiamento, mas é ainda aquela a que pertence uma publicação sobre IA e imagens biomédicas, a mais citada produzida nos últimos 3 anos em Portugal, pois esta instituição é um caso sério de competitividade a nível nacional, sendo tão ou mais surpreendente o resultado do Politécnico de Leiria, pela sua pequena dimensão, que fiquei recentemente a saber, conta até com a colaboração de investigadores estrangeiros que se doutoraram em universidades reputadas, como por exemplo o Geoffrey Robert Mitchell, que trabalhou na universidade Cambridge, com qual partilho o facto de ambos integrarmos o Editorial Board de uma revista científica na área da engenharia. 

Ranking de publicações científicas indexadas sobre IA produzidas nos últimos 3 anos:

Univ. do Porto................244   publicações
Univ. de Lisboa..............182    
Univ. do Minho...............148        
Univ. de Aveiro...............113           
Univ. de Coimbra...........108          
Univ. Nova.....................102          
ISCTE.............................87              
UTAD..............................84            
Inst. Pol. do Porto...........75             
Univ.  Beira Interior.........53        
Inst. Pol. de Leiria...........35                
Inst.Pol. de Bragança.....34            
UALG………………....….27      
Inst. Pol. de Lisboa.........22             
Inst. Pol. de Coimbra.......25          
IPCA................................22            
U.de Évora......................16              
Inst. Pol. de Portalegre....15              
Inst. Pol. Santarém..........14           
Inst. Pol. de Setúbal........13              
Univ. da Madeira.............13           
Inst. Pol. de V.Castelo.....11          
Univ. Aberta.....................11         
Inst. Pol. da Guarda.........9           
Inst. Pol. de Viseu............8              
Inst. Pol. de Tomar...........7                 
Inst. Pol. de C.Branco…..3          
Univ. dos Açores..............2              
IInst. Pol. de Beja.............2             

terça-feira, 25 de novembro de 2025

O catedrático da Univ. Nova de Lisboa que sabe quase tudo, mas infelizmente não sabe a resposta a perguntas fundamentais


Um catedrático da Universidade Nova de Lisboa, que acaba de tomar posse como o novo director da escola de medicina daquela universidade, deu uma longa entrevista ao jornal Público onde fala sobre a formação dos médicos. Diz ele que a formação médica tem de "ensinar aquilo que é fundamental— têm de saber semiologia, fazer o exame físico, comunicar com os doentes, saber ser empáticos, ser bons profissionais...". 

Mas se é assim, se de facto a formação médica ensina os futuro médicos a ser empáticos (acredita quem quer) e até a serem bons profissionais, então porque é que a classe médica é de longe a profissão liberal com mais queixas confirmadas, num valor que é por exemplo 4500% superior ao número de queixas contra Engenheiros? https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/01/ordem-dos-medicoso-numero-de-queixas-e.html

Mas se é assim, porque é que há um número tão elevado de médicos envolvidos em fraudes ? Tenha-se presente que numa recente noticia do mesmo jornal Público, sobre a tal médica que provocou um prejuízo de quase 3 milhões de euros ao SNS, com receitas de Ozempic prescritas ao longo de uma década - equivalente a aproximadamente 300.000 euros por ano - ficou-se a saber que as fraudes anuais no SNS ascendem a quase 800 milhões de euros (um valor superior ao que Portugal gasta todos os anos a pagar o salário de milhares de investigadores), que é basicamente o mesmo que termos 2600 médicos todos os anos a cometerem fraudes de 300.000 euros cada um!  

Felizmente porém que a inteligência artificial - que um artigo publicado na revista The Economist, afirmou que vai retirar os médicos do seu pedestal - irá ajudar a resolver a tragédia Portuguesa de não ter médicos no desemprego, que é onde devem estar todos os médicos incompetentes. Irá também ajudar a reduzir de forma substancial as fraudes médicas e como se isso já não fosse suficiente, tem ainda a vantagem de não sentir como sentem muitos médicos, uma repulsa não disfarçada pelos doentes, pois um estudo recente de investigadores Suíços, mostrou que em testes de empatia, vários modelos de IA, mostraram um desempenho muito superior ao de humanos  https://www.nature.com/articles/s44271-025-00258-x

PS - Uma parte interessante da entrevista, é que quando o referido catedrático divulga um estudo da Sociedade Europeia de Cuidados Intensivos, que mostrou que o impacto na aprendizagem dos médicos é equivalente entre sessões online síncronas tradicionais e o uso de realidade virtual acessível via telemóvel, e até que os participantes demonstraram muito mais satisfação com a metodologia baseada em plataforma digital, acessível no telemóvel, que permite intuir o fim do ensino académico tradicional em anfiteatros lotados com centenas de alunos, em favor de um ensino personalizado, que já tinha sido mencionado neste blogue num post sobre um estudo realizado numa conhecida universidade Suiça https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2024/04/the-new-study-of-swiss-federal.html