sábado, 25 de junho de 2022

Os catedráticos que tem fortes culpas pela tortura e morte de uma criança

 

https://www.cmjornal.pt/portugal/detalhe/jessica-foi-espancada-ate-a-morte-na-casa-da-ama-em-setubal

Relativamente ao tal recente e inqualificável caso que chocou (e envergonha profundamente) este país, vide noticia no link acima, com o esclarecedor título "Jéssica foi espancada até à morte na casa de bruxa em Setúbal", é difícil de aceitar que os vários catedráticos de Direito deste país, que directamente ou indirectamente através da sua obra académica, ajudaram a elaborar os vários Códigos Penais que Portugal teve nas últimas décadas, não tenham fortes culpas no cartório, pelo facto de não terem ajudado a criminalizar, dessa forma contribuindo para legalizar e normalizar toda e qualquer actividade ligada à bruxaria, e por conta dessa incompreensível omissão, seja hoje totalmente banal a existência de jornais cheios de anúncios de bruxos, bruxas e videntes, que alegadamente possuem poderes sobrenaturais e estão aptos a resolver qualquer problema, que por exemplo o FC Porto, uma instituição que embora privada, possui caráter de utilização pública, tenha uma bruxa na sua folha de pagamentos, que tenha havido noticias ligando o Benfica a práticas similares, ou que a própria TVI, que está obrigada ao dever de informar com honestidade e rigor, se possa ter sentido à vontadinha, para entrevistar (leia-se fazer publicidade gratuita) a alguém que se auto-intitula "Bruxo de Fafe", o qual na sua página electrónica não se coibe de publicitar serviços de feitiçarias, cortes de vida, espiritos, males de inveja e mau olhado

No contexto supra parece-me pacifico afirmar que pessoas que procuram bruxos ou bruxas são pessoas com evidentes problemas do foro psicológico (no limite essas pessoas até deviam ser analisadas por uma junta de profissionais com a especialidade de psicologia, para confirmar ou infirmar a hipótese de inimputabilidade), assim sendo seria normal considerar que os ditos profissionais do bruxedo, pudessem ser criminalizados no âmbito do Artº 358 do Código Penal, relativo à ursupação de funções, porém nunca se ouviu dizer que o Ministério Público algum dia tivesse acusado um bruxo ou uma bruxa por conta desse crime. E como consequência, toda essa insuportável tolerância da República Portuguesa, para com bruxos, bruxas e bruxedos (que é inadmissível em pleno século XXI, ainda por cima num país europeu que se acha civilizado) ajudou esta semana a torturar e a matar uma criança em Setúbal. 

PS -  Um ex-Ministro do PS (marido de uma catedrática de Direito Penal) que tem elevadas responsabilidades, no vergonhoso e nojento Código Penal que temos neste país (o tal Código que tem quase como regra mandar pedófilos e corruptos na Santa Paz do Senhor) "chora hoje lágrimas de crocodilo" na imprensa, a propósito do caso que motiva este post. Será que esta gente (que tem o "vicio" do avental) não tem um pingo de vergonha na cara ?