domingo, 24 de julho de 2022

Aumento de vagas em cursos recordistas de recém-licenciados desempregados

 


No post acima referi, entre outras coisas, que entre os 40 cursos com a maior taxa de recém-licenciados desempregados, o maior número pertence às áreas de Turismo e de Gestão. Pois bem, nem de propósito, o jornal Público informa hoje na página 14 da edição impressa (onde aparecem duas tabelas que são omitidas na versão electrónica do artigo), que entre os 10 cursos que mais decidiram aumentar o número de vagas para os estudantes que vão ingressar no ensino superior, está precisamente um dos cursos que faz parte do tal grupo dos 40 cursos com maior taxa de desemprego, que é exactamente aquilo que neste momento faz mais falta a Portugal, gastar dinheiro para pagar a professores para formarem novos desempregados, recém-licenciados. 

Se se tratasse de um curso numa instituição privada isso seria obviamente um problema dessa instituição privada e principalmente dos pais dos alunos que quisessem gastar o seu dinheiro a pagar essa formação excedentária, trata-se porém de um curso (de gestão !!!) num Politécnico público. Não seria expectável que aqueles cursos públicos, que mais formam para o desemprego, tivessem que ficar 2 ou 3 anos sem poder abrir novas vagas nessa área ? 

E será que faz algum sentido, que neste momento haja muitas familias Portuguesas (que pagam impostos que servem para sustentar os vencimentos dos professores dos cursos de medicina) a gastar fortunas em cursos de medicina em países estrangeiros só porque os médicos directores das Faculdades de Medicina se recusam a abrir mais vagas, embora tenham recebido autorização para esse efeito e ao mesmo tempo se aumentam as vagas (pasme-se) em cursos campeões de formação de recém-licenciados desempregados ?