segunda-feira, 29 de agosto de 2022

Porcos, prepotentes e canalhas

 

Ainda na sequência do post acima, sobre alguns porcos deste país, e tendo em conta que como na Finlândia, os ricos daquele país Nórdico, são obrigados a pagar multas de trânsito muitíssimo mais altas do que aqueles que auferem menores salários, faz sentido perguntar se o facto de em Portugal isso não acontecer e as multas por excesso de velocidade, terem sido concebidas de forma absolutamente prepotente por deputados canalhas, para não causarem grave incómodo aqueles que mais ganham (ao contrário do que acontece na Finlândia em que um individuo de nome Anssi Vanjoki, que auferiu 19 milhões teve de pagar uma multa de trânsito de 116.000 euros, o que corresponde a 0.6% do rendimento anual e também na Suiça onde condutores ricos pagaram multas de dezenas de milhares de euros), se isso não é uma forma de descriminar e até utilizar a lei para perseguir os Portugueses que auferem menores salários ?  

Tenha-se presente que em Portugal a coima máxima, para quem for apanhado a circular 40 km/h acima do limite dentro de localidades, corresponde a quase dois salários mínimos, o equivalente a 6% do rendimento anual, de quem ganhe o ordenado mínimo (que é o que recebem nada menos do que 1 milhão de Portugueses). Porém se estivermos a falar de qualquer um dos banqueiros Portugueses (ou aqueles outros milionários que existem em Portugal), a referida coima máxima representa apenas 0.06% do seu rendimento anual, uma percentagem que é 100 vezes inferior à percentagem paga por quem recebe o salário minimo. Por outras palavras isso representa uma espécie de perdão automático, de largas dezenas de milhares de euros, sempre que um banqueiro ou qualquer outro milionário Português (mesmo daqueles que pagam menos impostos do que professores universitários e investigadores) é apanhado a infringir o Código da Estrada, que o mesmo é dizer que existe no nosso país uma inadmissível e afrontosa consagração da desigualdade de tratamento perante a lei.

PS - A referência que foi feita no texto acima aos senhores banqueiros não aconteceu por mero acaso e serve para agora poder chamar à colação um interessante artigo que na última Sexta-Feita foi publicado na revista do Expresso, e no qual se analisou o histórico das malfeitorias dos banqueiros Portugueses e onde por exemplo se ficou a saber que a famosa fraude do Alves dos Reis, representaria aos dias de hoje um valor a rondar 100 milhões de euros, o que é bem vistas as coisas e muito irónicamente um valor muito inferior aos quase 22000 milhões de euros que os senhores banqueiros fizeram desaparecer entre 2008 e 2020. É quase como se nesse período tivesse havido duas centenas de Alves dos Reis à solta em Portugal.