Na sequência do post anterior, do dia 7 de Agosto, onde apareceu o nome de quase 60 catedráticos, que ao longo de toda a sua carreira foram incapazes de produzir um único artigo que recebesse pelo menos 150 citações na base Scopus e na sequência também do post da semana passada sobre o fraco desempenho de Portugal, no período 2012-2020, em termos de publicações que tenham recebido pelo menos 300 citações, apresenta-se abaixo o desempenho das instituições de ensino superior públicas, relativamente a essa métrica.
1 - ULisboa...............222 publicações que receberam mais de 300 citações na Scopus
2 - UPorto.................220
3 - UCoimbra..............87
4 - UMinho..................68
5 - UAveiro.................59
6 - UNova...................57
7 - UÉvora..................17
8 - UBI........................16
9 - UAberta.................13
10 - UALG...................11
11 - IPol.Porto.............10
12 - UTAD...................10
13 - IPol.Bragança........8
14 - UMadeira...............8
15 - UAçores.................4
16 - ISCTE....................4
17 - IPol.Beja................2.
18 - IPol.Viana C..........2
19 - IPol.Setubal...........2
20 - IPol.Leiria............. 2
21 - IPol.Coimbra.........2
22 - IPol.Lisboa............2
23 - IPol.Guarda..........1
24 - IPol.Santarém.......1
25 - IPCA.....................1
26 - IPol.Viseu.............1
27 - IPol.Tomar.............0
28 - IPolPortalegre.......0
29 - IPol.C.Branco........0
A primeira conclusão que se pode extrair da lista supra é a relativa à existência de três instituições de ensino superior, que no seu conjunto representam centenas de docentes, que entre 2012 e 2020 não foram capaz de produzir uma única publicação relevante, que tivesse recebido 300 citações. Relativamente às outras instituições, que contribuíram para evitar que a irrelevância científica de Portugal fosse pior do que já é, muito mais importante do que calcular o rácio de publicações por docente ETI, seria calcular o rácio de publicações pelos milhões de euros que cada uma delas recebeu do orçamento de estado.
Desde logo porque é manifestamente evidente que houve algumas, no topo da lista, que produziram bastante menos do que seria expectável, tendo em conta que receberam bastante mais dinheiro da FCT do que outras universidades, como é por exemplo o caso da universidade a que pertence a Ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, que tem 16 unidades de investigação que recebem cada uma mais de 1,5 milhões de euros, um número que representa o dobro das unidades da Universidade de Coimbra nas mesmas condições, quase o triplo das existentes na Universidade do Minho e mais do triplo das que existem na Universidade de Aveiro.
PS - É importante ter presente, para efeitos comparativos, que por exemplo a Universidade de Atenas, que possui uma dimensão similar à universidade de Lisboa, e pertence a um país indiscutivelmente mais pobre do que Portugal, que entre 2012 e 2020, foi capaz de produzir 270 publicações, que receberam pelo menos 300 citações na base Scopus, o que desde logo significa, que se a comparação fosse feita relativamente a uma universidade de um país mais rico do que o nosso o resultado seria ainda mais desfavorável para Portugal. Como bem se percebe, por exemplo, pelas 462 publicações da universidade de Barcelona, as 727 do ETH Zurich ou as 1824 publicações (altamente citadas) da universidade de Stanford. É evidente porém que naquelas universidades, ao contrário do que abundantemente sucede em Portugal, não há catedráticos que ao longo da sua carreira, tenham sido incapazes sequer de produzir um único artigo que tivesse recebido 150 citações na base Scopus.