É profundamente irónico, que à medida que se acentuam as exigências a que deve responder o parque edificado, não só em termos de resiliência às alterações climáticas, mas também em termos de desempenho energético, vide as novas exigências da União Europeia, divulgadas há 2 dias, onde se podem ler, por exemplo, as metas para os novos edifícios que terão de ter emissões zero a partir de 2030 (2028 para os edifícios públicos) e também sobre a criação de duas novas categorias de desempenho energético (Ao e A+) para os edifícios de emissões zero e para os edifícios de emissões nulas e que produzem energia renovável, se constate que a soma das colocações da primeira e segunda fases, no curso de engenharia civil tenha sido decepcionante (577 alunos colocados este ano contra 649 alunos colocados em 2021) e isto ao mesmo tempo que, como referi anteriormente, o curso de Direito esgotou logo na primeira fase a totalidade das quase 2000 vagas iniciais. https://19-pacheco- torgal-19.blogspot.com/2022/ 09/engenharia-civil- politecnico-do-porto.html
Bastante razão tinha a Presidente do Santander que até se queixou publicamente que eram necessários mais engenheiros porém continuava a aumentar o número de advogados. Qual é afinal a razão para esta bizarra obsessão nacional pelo curso de Direito, quando no nosso país até já existe um notório excesso de advogados (500% a mais do que a Suécia e 800% a mais do que a Finlândia, após correcção da diferença populacional). Será que necessitamos realmente de mais advogados, como por exemplo do calibre daqueles cuja especialidade é litigar até que os processos acabem por prescrever (vide recentes declarações do Director da PJ sobre "terrorismo judiciário, com recursos permanentes..."), ou daqueles que ajudaram Isabel dos Santos a desviar centenas de milhões de Angola ou como aquele sobre o qual escreveu a revista Sábado, cuja especialidade parece que é garantir a impunidade daqueles que são apanhados em excesso de velocidade ?
PS - Ainda sobre as novas exigências do desempenho energético dos edifícios, mencionadas no inicio deste post, é importante recordar um artigo publicado na conhecida revista The Economist, que mostrou que é (economicamente) muito pouco eficiente substituir veículos de combustíveis fósseis por veículos elétricos, ao contrário de intervenções energéticas no parque edificado que conseguem as mesmas reduções mas com um custo muitíssimo inferior.