segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

Rigor científico, marketing e publicidade enganosa sobre geopolímeros - Parte 2


Na sequência de um post anterior, sobre rigor científico, marketing e publicidade enganosa na área dos geopolímeros (acessível no link acima) e principalmente na sequência de um recente artigo, de investigadores italianos, que foi publicado há 5 dias atrás, versando a utilização de geopolímeros em aplicações biomédicas, nomeadamente na "reparação" de tecido ósseohttps://www.mdpi.com/2073-4360/15/5/1087 

Entendo como extremamente positivo constatar, que ao contrário de outros investigadores, pouco rigorosos, especialistas em dourar a pílula, que tentam esconder sempre que podem qualquer aspecto negativo de uma qualquer investigação, estes porém ao contrário e de forma muito ética e muito louvável, fizeram questão de não deixar de apontar as limitações dos referidos materiais, constituindo assim uma excepção à regra enunciada em 2017 por um catedrático da universidade de Toronto, a qual dita que na Ciência, altamente competitiva, não há cientistas Santos, pois todos (uma maioria expressiva) ambicionam ganhar um prémio Nobel. E essa santidade é tanto menor quanto maior é o seu poder relativo, pela simples razão que há muito se sabe que o poder corrompe, como também muito infelizmente o prova de forma cabal, o trágico suicídio de jovens investigadores 

Por uma curiosa coincidência, também há exactamente 5 dias atrás a revista The Economist, num longo artigo de 4 páginas, apontou o dedo à fraude existente em muitas publicações científicas, nomeadamente aquela fraude totalmente descontrolada de uma certa área científica https://www.economist.com/science-and-technology/2023/02/22/there-is-a-worrying-amount-of-fraud-in-medical-research situação extremamente grave, e até bastante perigosa que aconselha um prudente cepticismo, especialmente na comunidade científica, sobre putativas e quase salvíficas descobertas científicas, que podem depois acabar por revelar-se tão (pouco) salvíficas, como aquela famosa invenção revolucionária, que muito ironicamente até era baseada em nada menos de 100 (cem) patentes https://pacheco-torgal.blogspot.com/2021/10/universities-should-stop-producing.html