sábado, 6 de maio de 2023

Os milhões recebidos pela unidade do Catedrático Boaventura e os desagradáveis "segredos" revelados pelas métricas


No respeitante a coisas espantosas, da área da ciência Portuguesa, a última edição do semanário Nascer do Sol, não trazia somente a tal justificação da Ministra Elvira Fortunato, que comentei aqui https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2023/05/a-justificacao-da-ministra-fortunato.html trazia também um artigo problemático, sobre os milhões de euros recebidos pela unidade de investigação do famoso catedrático Boaventura Sousa Santos (que até já é noticia na imprensa estrangeira por assédio sexual), e as criticas de deputado Guimarães Pinto, que acusa aquela unidade de se dedicar mais à politica e menos à investigação e da qual disse, não ser um centro de investigação científica, mas um viveiro da esquerda mais radical, que recebe financiamento público para subsidiar "agendas partidárias".

Não vou obviamente comentar as afirmações do referido deputado (que não por acaso até critiquei em 2019), mas apenas aproveitar para recordar que no passado, critiquei inúmeras vezes, a última (pseudo) avaliação das unidades de investigação (a mesma que atribuiu à referida unidade um financiamento de vários milhões de euros), pela total ausência de métricas que permitissem comparar o desempenho das diferentes unidades, numa grosseira violação do principio da transparência, impedindo que se soubesse o que de facto cada uma delas tinha efectivamente produzido, como por exemplo o fiz na parte final de um post de 21 de Janeiro do corrente ano https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2023/01/uma-descoberta-merecedora-de-um-nobel.html

Recordo ainda, que na penúltima avaliação de unidades de investigação, aquela onde foram efectivamente utilizadas métricas, produzidas por uma instituição independente e credível (Elsevier) ficou-se a saber que no grupo das 14 unidades da área da Sociologia nacional, que foram avaliadas nessa altura, a unidade de investigaçáo do catedrático Boaventura Sousa Santos, teve um desempenho bastante fraco, muito longe da tal excelência, com que foi classificado na última avaliação e que lhe garantiu milhões de euros de financiamento público. 

Na métrica relativa ao h-índex aparece em 6º lugar, na métrica número de citações por output científico aparece em 6º lugar, na métrica relativa ao impacto normalizado por área (FWCI) ficou em 7º lugar, na métrica sobre as publicações no grupo 25% mais citadas por investigador aparece novamente em 7ºlugar, na métrica sobre o número de outputs por investigador com colaboração internacional ficou no 8º lugar, na métrica sobre o número de citações por investigador ficou no 9º lugar e na métrica número de outputs por investigador só conseguiu aparecer num desgraçado 10º lugar. E a sorte dessa unidade é que na altura não foram analisadas as importantes métricas euros/output e euros/citação pois nesse caso dificilmente a mesma teria conseguido melhor do que o 14ºlugar.