terça-feira, 19 de setembro de 2023

O mui ilustre Catedrático de Economia titular de um portentoso h-index=0 (zero)


Pior do que ter um h-index=0 (zero) como sucede com o doutorado António Covas, que desde o ano 2000, passou a ser remunerado como professor catedrático na universidade do Algarve, é que a sua primeira publicação indexada na Scopus, só viu a luz, 18 anos depois de ele se ter tornado catedrático, o que significa que é mais um daqueles que recebeu o título de Agregado, sem possuir um único artigo publicado numa revista científica internacional, como também sucedeu com outros que receberam esse título https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/11/agregacao-prova-de-subserviencia-e-de.html

E isto acontece logo no mesmo país, que tem centenas de jovens investigadores de elevado potencial, muitos com dezenas de publicações indexadas, que receberam milhares de citações, que são obrigados a emigrar, https://pacheco-torgal.blogspot.com/2021/03/quando-estar-desempregado-e-uma-medalha.html pois os "quadros" académicos estão ocupados por muitos catedráticos como aquele supra mencionado. É abundantemente evidente que esta absoluta falta de vergonha, só pode ser resolvida através de uma medida radical, como aquela que passou a existir em Itália a partir de 2010, exigindo uma qualificação científica mínima aos candidatos a lugares de professor associado e catedrático  https://pachecotorgal.com/2022/09/09/portugal-necessita-urgentemente-de-uma-qualificacao-cientifica-minima/

A singela razão porque nunca antes tinha comentado as publicações científicas do catedrático A.Covas, é porque nem sabia que aquele existia. Só muito recentemente tomei conhecimento da sua genialidade, porque o jornal Público, achou que ele era o académico mais indicado para escrever sobre o futuro da universidade https://www.publico.pt/2023/09/18/opiniao/opiniao/reforma-estrutural-instituicao-universidade-2063617 e logo um catedrático cujas suas duas publicações indexadas na Scopus não mereceram até hoje uma única citação de quem quer que fosse, entre os vários milhões de investigadores que existem no Planeta ! É preciso ter muito azar. Logo ele que domina tão bem palavras magnificentes (leia-se mágicas), como "Crowdsourcing, Crowdlearning, Crowdfunding, Big Data, Start-up, Networking organizacional,   Intrapeneurs e Smartificação"que são precisamente aquelas palavras que tão bem traduzem o que será a universidade do futuro. Ou talvez não, porque essa não é seguramente a especialidade científica do catedrático A.Covas.

Como infelizmente não tenho ideias tão brilhantes (leia-se bright), sobre o futuro da universidade, como parece ter em evidente abundância o catedrático A.Covas (e que é pena que ainda não lhe tenham merecido uma condecoração do Presidente Marcelo), limito-me a reproduzir abaixo a modesta proposta que fiz em 2019, pois a mesma poderia fazer muito mais pelo futuro da universidade Portuguesa, do que todas as ideias do catedrático A.Covas:  "se o Estado Português cortasse o subsidio de exclusividade, a todos os catedráticos com menos de 5 publicações indexadas, poderia com esse dinheiro financiar contratos de investigação de muitos jovens investigadores (desempregados) de elevado potencial"

PS - A parte mais triste é ver um jornal como o Público, a divulgar as ideias brilhantes (leia-se desprovidas de um mínimo de substância) de um Catedrático Português cuja obra científica indexada nunca mereceu uma única citação de quem quer que fosse, quando o mesmo jornal podia e deveria ter aproveitado para divulgar as ideias de académicos consagrados e altamente citados, que já escreveram sobre esse assunto. A este respeito vejam-se por exemplo as 44 proposições constantes no white paper "Universities in an Age of Uncertainty" (22 páginas e 147 referências), que foi apresentado num evento recente que teve lugar na universidade Suiça de St.Gallen. https://www.unisg.ch/fileadmin/user_upload/HSG_ROOT/_Kernauftritt_HSG/News/Newsroom/Bilder/2023/Universities_in_an_Age_of_Uncertainty_long.pdf