sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

Um artigo que marcou a ciência da educação e as empresas que facturam milhares de milhões a "roubar" os clientes do sistema educativo



Na sequência do post supra sobre as opiniões de dois investigadores da Faculdade de Educação, da universidade de Cambridge, sobre as oportunidades, os desafios e as possibilidades do ChatGPT na educação e também na sequência de um artigo posterior que foi publicado na The Economist, há alguns meses atrás, sobre a capacidade do ChatGTP poder contribuir para baixar os custos da educação, e também do conteúdo do post sob o título "Yuval Noah Harari responde à pergunta: "Não sabendo que profissões vão existir (no futuro), o que é que a escola deve ensinar no presente ?"  https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2023/05/yuval-noah-harari-answers-question-not.html  vale a pena ler o artigo ontem publicado na prestigiada revista The Economist, o qual aborda o papel da Inteligência Artificial na transformação do sistema educativo. Reproduzo abaixo, a cor azul, a penúltima frase desse artigo: 

"...An influential paper from 1984 by Benjamin Bloom, an educational psychologist, found that one-to-one tutoring both improved the average academic performance of students and reduced the variance between them. AI could at last make individual tutors viable for the many..." https://www.economist.com/business/2024/01/11/ai-can-transform-education-for-the-better

Nele se faz referência a um artigo influente publicado numa revista científica na década de 80, embora tenha ficado a faltar o nome desse artigo ou a revista em que foi publicado. Porém uma pesquisa na Scholar Google, revela que se trata de um artigo que foi publicado na revista Educational Researcher, com o título "The 2 sigma problem: The search for methods of group instruction as effective as one-to-one tutoring" e que nessa base de dados já recebeu até ao momento milhares de citações. Uma outra pesquisa, também efectuada hoje, na base Scopus, sobre o mesmo artigo, revela que aquele já recebeu quase 1400 citações e também que há mais de 20 anos, consecutivos, ainda continua a ser citado, todos os anos, em várias dezenas de publicações, o que faz prova de uma excepcionalidade, que tem sido capaz de resistir ao teste do tempo.

Voltando novamente ao artigo da revista The Economist, nele se faz referência a empresas que actuam no mercado das aulas particulares online, como a empresa  Chegg, cujo valor saltou de 5 mil milhões de dólares no início de 2020 para 12 mil milhões de dólares um ano depois ou a Byju’s, cujo valor disparou para uma avaliação privada de 22 mil milhões de dólares em março de 2022. 

No entanto, esse artigo não analisa de que forma o impacto da IA generativa pode contribuir para um aumento do valor das referidas empresas. Neste aspecto particular é importante ter presente que um relatório de 68 páginas da McKinsey refere que a influência da IA generativa na produtividade mundial tem o potencial para contribuir com um valor económico anual que pode variar entre 2600 biliões e 4400 biliões de dólares (trilions na versão original).

PS - Ainda sobre a forma como as empresas andam a "roubar" milhões de alunos ao sistema de ensino tradicional, vale a pena revisitar o post de Maio de 2022, quando ainda não existia o omnipotente e omnipresente ChatGPT, de título "Os diplomados pelo Imperial College que nunca puseram um pé no Imperial College" https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2022/05/os-diplomados-pelo-imperial-college-que.html