sexta-feira, 15 de março de 2024

Catedrático da Universidade de Lisboa consegue reforçar ainda mais a sua maioria absoluta de artigos "despublicados"

 


Uma pesquisa na base Scopus sobre os últimos artigos "despublicados" com afiliação Portuguesa no ano de 2024, mostra que um deles leva o nome do tal catedrático mencionado no post supra, que já era o campeão nacional absoluto nessa modalidade e que assim reforça ainda mais a sua maioria absoluta, que garantidamente lhe pertencerá por muitos e longos anos. 

Como já escreveram eminentes cientistas este problema está intimamente ligado à obsessão verdadeiramente patológica com o número de publicações, sendo por isso urgente que se reduza o valor daquelas na avaliação de desempenho dos investigadores, aumentando-se em contrapartida o valor de outras actividades como a actividade de revisão de artigos, uma medida que faz tanto mais sentido face à natureza da autêntica revolução que a IA-generativa veio trazer ao ensino superior e à ciência. Neste contexto reproduzo abaixo o conteúdo de um email que no inicio deste mês enviei a alguns/muitos Colegas:


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De: F. Pacheco Torgal 
Enviado: 5 de março de 2024 19:02
Assunto: A proposta de um ilustre catedrático da U.Stanford e os investigadores que merecem ver os seus artigos rejeitados de forma automática
 
No email abaixo, constato agora que nem sequer mencionei o facto do regulamento de avaliação de desempenho da EEUM, não atribuir qualquer valor à actividade de revisão de artigos. Ou seja publicar em revistas do tipo A vale muito porém a revisão desses artigos vale zero. Algo que não é fácil de entender pois há 10 anos atrás já um conhecido catedrático de medicina da universidade de Stanford, defendia a alteração da avaliação de desempenho para uma outra bastante diferente onde entre outras coisas deveria haver valorização da revisão de artigos  https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/02/scientific-misconduct-kuhnian.html 

Uma alternativa possível passaria por penalizar os investigadores que tivessem muito menos revisões do que publicações, pois isso significa que estão a infringir um dever que sugerem alguns deveria levar inclusive à rejeição automática dos artigos daqueles  https://pacheco-torgal.blogspot.com/2021/11/a-radical-solution-to-solve-crisis-in.html
 
É verdade que antigamente quando o historial de revisão não era público, também não era possível fazer a sua confirmação para dessa forma se poder valorizar essa actividade, mas isso mudou quando apareceu a plataforma Publons e mudou ainda mais quando aquela foi adquirida pela Clarivate Analytics e depois no dia 3 de Outubro de 2021 a informação detida pela mesma foi integrada nos perfis de todos os quase 30 milhões de investigadores registados na Web of Science. Por uma estranha coincidência a noticia dando conta dessa mudança utilizou um perfil de um investigador da EEUM, que dessa forma se tornou conhecido entre dezenas de milhões de investigadores https://publons.com/wos-op/announcement/#your-review-contributions-in-web-of-science