quarta-feira, 24 de abril de 2024

Os truques e subterfúgios da FCT que infernizam a vida aos investigadores


“…limitações de espaço impedem-nos de ilustrar com outros exemplos, e acredite o leitor que os há, dos subterfúgios criados pela FCT … Tudo isto levou ao desespero muitos investigadores, vários dos quais acabaram por desistir da candidatura…Está na altura de acabar com os truques…”

O pequeno texto que acima se reproduz, foi extraído de um artigo que hoje aparece no jornal Público sob o título "A FCT bateu no fundo?" e representa exactamente aquilo que não deveria acontecer na área da Ciência e Tecnologia. 

Se no estrangeiro é possível fazer candidaturas de projectos com um mínimo de burocracia, bastando para o efeito a submissão de um ficheiro word e um ficheiro excel, porque é que em Portugal é necessário infernizar a vida dos investigadores em candidaturas com contornos kafkianos? 

Infelizmente a mesma Elvira Fortunato que há poucos anos atrás afirmou publicamente que "o nível de burocracia na investigação é horroroso" pouco ou nada fez enquanto Ministra para acabar ou pelo menos para minimizar essa insuportável e danosa burocracia. https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/09/nivel-de-burocracia-na-investigacao-e.html

Recordo que por diversas vezes ao longo dos anos comentei de forma negativa, concursos da FCT com contornos bizarros, como por exemplo no post de título "Será que Deus trabalha para a Fundação da Ciência e Tecnologia ?"  e inclusive no mês passado critiquei a bizarra e cega metodologia que está a ser utilizada pela FCT para avaliar as unidades de investigação, onde questionei "como será possível levar a efeito essa reorientação, se a avaliação das unidades de investigação actuamente em curso, nem sequer cumpre um requisito essencial (vide denúncia do catedrático jubilado Ferreira Gomes)" https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2024/03/a-urgente-reorientacao-da-equivocada.html

PS -  Reproduzo abaixo a questão com que ontem encerrei um post, a mesma ganha hoje maior gravidade se além de baixos vencimentos ainda tivermos que levar em linha de conta que o trabalho dos investigadores nacionais é muito dificultado pela tal burocracia infernal
"PS – Qual será o absolutamente nada brilhante futuro da Academia Portuguesa (e por arrasto do nosso pobre e endividado país)se a mesma não tem capacidade (e cada vez terá menos) de conseguir reter talento (já nem sequer falo em conseguir atrair talento) no contexto de uma feroz competição internacional (hoje mesmo se ficou a saber que os investigadores em inicio de carreira nos EUA passarão a receber 61.000 euros/ano), quando os catedráticos em Portugal ganham metade do que ganha um professor-auxiliar em muitas universidades estrangeiras e ganham quatro vezes menos do que ganham os professores catedráticos nessas universidades estrangeiras ?"  https://pachecotorgal.com/2024/04/23/o-inesperado-interesse-mediatico-do-enxovalho-catedratico/