Ontem foi noticia e capa no jornal Público que a Fundação da Ciência e Tecnologia não tem dinheiro para pagar bolsas de investigação nem salários de investigadores, por conta de um "buraco" de 100 milhões de euros. Este é o miserável resultado do desgoverno socialista, que preferiu meter mais de 3000 milhões de euros na TAP (a tal empresa onde havia uns felizardos, como a mulher do Medina, a receber prémios de dezenas de milhares euros) e preferiu também nada fazer no combate à corrupção, que há muito empobrece este país (o conhecido Procurador Euclides Dâmaso, disse até que o Governo de António Costa ainda tornou mais difícil o combate contra a corrupção).
Sobre esse absolutamente miserável estado de coisas, vale a pena revisitar o post anterior do passado mês de Fevereiro "O que é que falta a Portugal para conseguir ser como a rica Suécia ?" seja na parte das muitas energias que aquele país coloca a tratar da saúde a vigaristas e corruptos, seja no elevado respeito e consideração que os Suecos tem pela Ciência, área onde (por habitante) gastam 500% a mais do que Portugal https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2024/02/o-que-falta-portugal-para-ser-como.html
Nem de propósito, hoje no jornal Público, é apresentada uma extensa entrevista, ao longo de duas páginas, ao antigo primeiro-ministro, Enrico Letta, que dirige o Instituto Jacques Delors, e a quem a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, solicitou um diagnóstico sobre o estado do mercado único europeu, e ainda um conjunto de recomendações e propostas para recuperar a competitividade da economia europeia. Reproduzo abaixo a muito esclarecedora resposta do Enrico Letta à última pergunta que lhe foi feita pela jornalista do Público. Até um atrasado mental a consegue compreender:
"Sabe, no geral, o meu relatório procura lançar um alarme vermelho. Em todo o relatório há um sentido de urgência relativamente ao fosso que está a aumentar entre nós e os EUA em termos de competitividade. E uma das razões pelas quais este fosso está a aumentar é a inovação. A inovação, os investimentos em inteligência artificial, o papel dos dados, as competências, o conhecimento. Estamos a ficar para trás neste domínio. Coloquei este ponto no topo da minha atenção, porque as quatro liberdades do mercado único — a circulação de bens, serviços, capitais e pessoas — são típicas da economia do século XX....Por isso lancei a ideia da quinta liberdade, para ser possível lançar um espaço único na União Europeia em termos de inovação, de conhecimento, de dados, de inteligência artificial, etc. Talvez tenhamos chegado demasiado tarde a tudo isto, e por isso precisamos de arrepiar caminho, com mais investimento, mais investigação"
Sem surpresa, quando em 29 de Março solicitei ao ChatGPT conselho sobre a forma como a Europa seria capaz de enfrentar o grave choque triplo, que até fez capa numa edição da revista The Economist, a resposta daquela IA generativa, com 8 alíneas, também incluía uma forte aposta na inovação: https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2024/03/como-conseguir-lidar-com-uma-catastrofe.html
PS - Num debate recente, Cotrim de Figueiredo, candidato ao Parlamento Europeu, como cabeça de lista daquele partido que elegeu vários deputados com base em falsidades e mistificações, acusou os candidatos de outros partidos de ignorância económica, sucede porém que se trata do mesmíssimo Cotrim de Figueiredo, que disse à revista Sábado, que os deputados em Portugal são mal pagos, o que mostra que os conhecimentos económicos dele são muito rasteiros e estão afinal ao mesmo nível dos fracos conhecimentos do Pedro Abrunhosa https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/01/os-politicos-deveriam-ter-uma.html