Não foi uma decisão do Donald Trump, nem do anarcocapitalista Presidente da Argentina, o "Presidente favorito de Trump", nem sequer de nenhum ditador de um país do terceiro mundo, mas logo do Governo da Nova Zelândia, vide noticia no link supra, onde se pode ler que a Ministra da Ciência, Inovação e Tecnologia daquele país (que certamente não por acaso até é um dos mais civilizados do Planeta, de acordo com o índice de desenvolvimento humano das Nações Unidas) afirmou que doravante o financiamento de investigação, será dirigido somente a áreas que tenham impacto económico, incluindo nesse grupo, as áreas da física, da química, da matemática, das engenharias e das ciências biomédicas.
Um dos maiores, senão mesmo o maior inconveniente desta abordagem passa pelo seu impacto previsível a nível mundial, porque levará à germinação de ideias similares na cabeça de dirigentes de países pobres, que logo correrão a copiar essa receita, com a argumentação, que se um país que está no grupo dos 25 mais ricos e com um PIB/capita similar ao da França e da Itália achou necessário financiar somente as áreas científicas com impacto económico, então mais razões tem países pobres para lhe seguirem o exemplo.
E quando se começa a cortar nas despesas de investigação de algumas áreas, alegando que é preciso guardar o dinheiro, para as áreas que tenham mais impacto económico, então já se sabe que a seguir virá a exigência, no sentido dos projectos a financiar, dever ser feita favorecendo os projectos do tipo MIDAS, que prometam o maior retorno económico o mais rapidamente possível, o que levará ao financiamento de projectos, que muito embora prometam elevado retorno económico, no final ficarão apenas pelas promessas.
PS - Sobre a questão supra vale a pena revisitar o post anterior de título "A serendipidade na ciência e a paralisação do progresso científico" https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2022/11/a-serendipidade-na-ciencia-e.html