É verdade que já tínhamos tido uma tese de doutoramento (vide link acima) que concluiu que muitos dos alunos do secundário, que possuem médias de 18, 19 e até mesmo 20 valores, são afinal muito pouco excelentes e agora podem ler-se no jornal Público mais provas dessa "décalage", através de declarações de vários alunos, como por exemplo as declarações daquela aluna que entrou no Técnico com uma média de 20 valores:
"Beatriz Costa entrou para o Técnico com média de 20 valores. Rapidamente começou a sentir-se isso mesmo, “burra”. Em alguns dias chegava às aulas e não percebia nada"
Sempre existiu uma "décalage" entre as classificações do ensino secundário e do ensino superior, mas se não choca que a mesma possa rondar 2-3 valores ou no limite atinja até mesmo 5 valores, já é muito estranho que haja alunos com médias de 18 e 19 valores a ter classificações negativas, como se relata no tal artigo do jornal Público e mais estranho é ver alunos a dizerem que há professores no Técnico que dizem pérolas do género:
“não vou explicar porque não vai perceber”
“Quem não teve mais de 15...pode sair e trabalhar no Pingo Doce"
Será que não seria aconselhável que os docentes do Técnico frequentassem uma formação de nível básico, onde pudessem aprender que a eventual "burrice" dos alunos de 20 valores é também função da vaidade de docentes, que exibem a sua portentosa "inteligência" quase da mesma forma como os pavões exibem as suas penas, e também que a "acumulação" de inteligência não é o fim último da educação universitária, e que tal como sucedia no tempo de Darwin (vide post abaixo) ainda hoje em pleno século XXI há muitos inteligentes (inclusive no Técnico) que nunca descobriram nada de verdadeiramente original https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/12/o-pai-da-crianca-os-invertebrados-de-20.html
O facto inatacável é que o Técnico, apesar de tão profusa e tão densa inteligência, nos mais de 100 anos que conta desde a sua fundação, nunca teve um único Professor que tivesse ganho um prémio Nobel e tão cedo também não o terá, pela simples razão que actualmente não tem nenhum investigador, pertencente aquele grupo de quase 400 cientistas, que pelo facto de terem uma obra científica excepcionalmente citada, possuem elevadas hipóteses de o vir a ganhar, como o comprovam os 59 cientistas desse grupo que já o ganharam.
Mas se de facto o Técnico tem uma tão invulgarmente elevada quantidade de docentes tão inteligentes, porque é que aqueles não utilizam essa portentosa inteligência a corrigir artigos científicos de outros investigadores, área onde estranhamente e de acordo com a plataforma Publons, o Técnico possui um rácio de revisões confirmadas/docente ETI muito reduzido?
PS - Sobre inteligência acho importante recordar a questão colocada em post scritpum de um post anterior sobre o Imperial College: "como é que o facto de muito em breve "as tecnologias de Inteligência Artificial disponibilizarem a cada um de nós o acesso ao equivalente a 100 especialistas humanos" irá alterar o paradigma da formação universitária?"
Declaração de interesses - Declaro que anteriormente já publiquei vários posts, nada positivos sobre o Técnico como por exemplo aquele sobre o fraco desempenho dessa instituição, ou mais recentemente aquele sobre um ranking de cientistas da treta