Há duas semanas atrás, num post intitulado "Quando é que a Academia deixa de se concentrar naquilo que a indústria já faz e passa a concentrar os seus esforços naquilo que a indústria não quer ou não pode fazer ?" aparece escrito que a médio prazo as (grandes) empresas acabarão inevitavelmente por dominar a investigação tecnológica neste Planeta, ou pelo menos aquela investigação de onde se podem retirar elevados lucros.
Curiosamente no último número da The Economist, em que o tema forte é dedicado aos últimos desenvolvimentos na área da inteligência artificial, aparece escrito que nem mesmo uma das universidades mais ricas do Planeta (Stanford) consegue construir supercomputadores Nvidia e antecipa-se que essa área acabe dominada pelos interesses de grandes empresas privadas, que são as únicas com capacidade financeira para construírem supercomputadores cujo treino custará mil milhões de dólares, a frase fatídica é aquela onde se pode ler: "Academic institutions can no longer keep up" https://www.economist.com/interactive/briefing/2022/06/11/huge-foundation-models-are-turbo-charging-ai-progress
Neste contexto é importante recordar que há apenas 2 dias atrás a Google, cuja capitalização bolsista é superior a 1 trilião de dólares e é das poucas empresas do nosso Planeta onde alguns Engenheiros, de topo, podem de facto ter um salário anual superior a 1 milhão de dólares (e que os merecem muito mais do que certos mentecaptos da porrada e da bola) suspendeu um dos seus Engenheiros, que tornou públicas afirmações problemáticas sobre a inteligência artificial, afirmações essas que a referida empresa não admite, porém o panorama que é descrito no artigo supracitado, não é de molde a dissipar os riscos inerentes a essas problemáticas declarações, pois nele se admite na mesma frase, que isso possa tornar-se uma realidade e que a Google seja a empresa que de facto o consiga. Ressalvo que não me estou a referir ao conteúdo do artigo de um outro Engenheiro da mesma empresa mas a declarações de um responsável da Eleuther.
