sábado, 5 de novembro de 2022

O fim de uma ingénua (hipócrita) ilusão

 

O último número da conhecida revista The Economist, que acaba de ser tornado público, deixa bem claro que é tempo de abandonar as ilusões acerca da meta totémica, que passava por tentar limitar o aumento da temperatura do nosso Planeta a 1.5 ºC, face à temperatura pré-industrial. Trata-se apenas e tão somente de uma fantasia irrealizável, ponto final. https://www.economist.com/interactive/briefing/2022/11/05/the-world-is-going-to-miss-the-totemic-1-5c-climate-target

A parte trágica é que essa admissão implicará aceitar como inevitável a morte de milhões de humanos, que ironicamente, vivem nos países que menos contribuíram para o referido aumento de temperatura. Isso é claro que não tira o sono aos habitantes dos países ricos, da mesma forma que também não o tirou, a morte dos milhões que faleceram por Covid-19 nos países pobres. Faço notar que embora o número oficial de falecimentos por Covid-19 seja de pouco mais de 5 milhões, o número real chega a quase 20 milhões.  

Felizmente (por uma questão de justiça) que também chegará a altura daqueles que provocaram esse aumento de temperatura serem também eles confrontados com as consequências dos seus actos, pois o cenário que se segue, nem sequer será o segundo menos mau, correspondente a um aumento da temperatura de 2 ºC, mas muito provavelmente a um catastrófico aumento de 3 ºC https://pacheco-torgal.blogspot.com/2021/11/ter-razao-antes-do-tempo.html

Infelizmente, a suprema ignorância da chamada "vox populi" ainda continua a acreditar (com a mesma convicção com que acha que vírus altamente mortíferos se combatem com "medicinas" alternativas e não com vacinas) que um aumento de temperatura de 1.5 ºC, 2 ºC ou até mesmo 3ºC, representam variações tão diminutas que serão facilmente suportáveis, esquecendo que os fenómenos climáticos extremos que tem vindo a ter lugar, nos últimos anos, são apenas o resultado de um aumento de apenas 1.2 ºC, o qual convém recordar, até já foi capaz de fazer subir a temperatura nos Pólos 40 ºC acima dos padrões usuais.

Optimista como sou, faço porém votos que a juventude, pelo menos aquela juventude ignorante, que acha que a solução passa por receitas simplistas como a de esvaziar os pneus de SUVs, faça a sua parte, que é no mínimo dos mínimos, a de pedir  responsabilidades aquelas celebridades (leia-se criminosos climáticos) que possuem uma pegada carbónica astronómica, ao invés de "seguirem" acéfalamente essas celebridades nas redes sociais. E se estiverem de facto realmente interessados e empenhados em contribuir para ajudar a "resolver" o problema do aumento de temperatura do Planeta, evitem ao menos diplomar-se em Direito, pois esse curso não está de certeza absoluta, entre aqueles que podem ajudar na mitigação e na adaptação às consequências do gravíssimo problema supracitado.

PS - Espantosamente, no referido número da revista The Economist, não falta sequer um artigo (página 12) onde se fala do tal Professor "Apocalíptico" que eu próprio já mencionei inúmeras vezes https://pacheco-torgal.blogspot.com/2021/11/barbara-reis-finalmente.html