terça-feira, 26 de dezembro de 2023

Será que os docentes e investigadores, que mais tem contribuído para impedir que Portugal faça má figura, não mereciam, no mínimo, que o Estado lhes pagasse parte daquilo que todos os anos deixa de lhes pagar ?



Ainda na sequência do post anterior, acessível no link supra,  lista-se abaixo o desempenho de várias instituições de ensino superior Portuguesas, relativamente à produção absoluta de livros indexados na Scopus, durante o triénio 2021-2023 e ainda durante o biénio 2022-2023, somente para aquelas instituições de ensino superior que tenham produzido pelo menos 3 livros indexados. 

Triénio 2021-2023
ULisboa.........................70 livros indexados
U.Aveiro........................62
U.Nova..........................54
U.Coimbra....................48
U.Minho........................40
U.Porto..........................39
ISCTE...........................22
IPPorto..........................21
U.Madeira......................9
U.Évora..........................8
UBI................................7
UALG............................5
IPSetúbal........................5
IPCoimbra......................5
IPCA..............................3
IPSantarém....................3
IPViseu..........................3
IPBragança....................3

Biénio 2022-2023
U.Aveiro.......................47 livros indexados
U.Lisboa.......................46
U.Nova..........................37
U.Coimbra....................32
U.Porto.........................29
U.Minho.......................24
IPPorto.........................16
ISCTE..........................12
UMadeira......................9
UBI...............................4
UALG...........................4
IPCoimbra....................4
U.Évora........................4
IPCA.............................3
IPBragança...................3

No presente contexto é pertinente recordar que no triénio 2021-2023, a Universidade de Oxford, que recorde-se tem menos docentes do que a universidade de Lisboa, produziu 431 livros indexados, mais do que todas as instituições de ensino superior Portuguesas juntas. Na verdade quando se compara toda a produção científica global, indexada na base Scopus, entre o Reino Unido e Portugal, para o período 2020-2023, descontadas as diferenças populacionais, isto é em termos de publicações por milhão de habitantes, chega-se à conclusão que o Reino Unido leva uma vantagem absolutamente mínima de 2,2%. Porém quando a comparação é feita analisando somente os livros indexados, então constata-se que o Reino Unido, leva uma vantagem de 240% !!!

É claro que não deveria ser necessário recordar, que os livros adquiriram nas últimas décadas uma importância acrescida, pois como divulguei em 2018, a Ciência tornou-se refém de um dilúvio de publicações avulsas (e irrelevantes), havendo por isso necessidade de "parar" para analisar o que é que a Ciência efectivamente já produziu, condição fundamental para evitar que haja quem ande a perder tempo (e dinheiro) a tentar inventar a roda: "…science has become stifled by a publication deluge destabilizing the balance between production and consumption....” e também o fiz posteriormente em Outubro de 2021, divulgando um estudo baseado em 90 milhões de artigos, que confirmou o referido dilúvio  https://pacheco-torgal.blogspot.com/2021/10/the-deluge-of-papers-is-obstructing_13.html e novamente o fiz em Novembro desse mesmo ano, recordando as palavras do prestigiado cientista, Vladen Koltun, "Koltun clearly states that researchers should publish less and also asserts that metrics should play a pivotal role in mitigating publication inflation". 

PS - E será que os docentes e investigadores, que mais tem contribuído para impedir que Portugal faça ainda mais má figura, face ao supracitado desempenho do Reino Unido, não mereciam, no mínimo, que o Estado Português lhes pagasse pelo menos uma parte, daquilo que todos os anos deixa de lhes pagar  https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2023/04/a-peticao-pela-valorizacao-dos-salarios.html ou será que aquilo que eles fazem, vale muitíssimo menos, do que os extraordinários serviços prestados à pátria, pelos políticos que recebem subvenções vitalícias,  como o Dr. Armando Vara, que aufere uma pensão de 8551 euros/mês, sendo 3961 euros correspondentes aos descontos que realmente efectuou para a merecer e 4590 euros respeitantes à subvenção vitalícia ?