domingo, 17 de dezembro de 2023

Porque é que o nosso código penal, ao contrário do da França, não manda para a cadeia os políticos que "arranjam" empregos para familiares e amigos ?



Depois de há precisamente 7 dias atrás ter comentado, no post acima, um importante artigo que foi publicado na revista Sábado da semana passada, de um Procurador Geral Adjunto Jubilado, que ajuda a perceber as causas do empobrecimento (e apodrecimento) de Portugal, é igualmente importante que agora divulgue um outro artigo, publicado na revista Sábado desta semana. O autor desse artigo, é o conhecido Eduardo Dâmaso, Director-geral editorial adjunto, cujos corajosos artigos (que muito irritam os políticos e os seus amigos) já divulguei muitas vezes no passado, como por exemplo este aqui https://pacheco-torgal.blogspot.com/2021/05/a-insuportavel-impunidade-de-uma-casta.html

No artigo desta semana, Eduardo Dâmaso, escreve sobre o tal antigo Ministro socialista, que veio admitir publicamente, sem qualquer vergonha na cara, que tinha um assessor, pago pelos contribuintes, só para dar seguimento às cunhas, escreveu ele que:
".não há República que resista a certas personalidades, como a do antigo Ministro...em rota de colisão com uma ideia mínima de igualdade entre Portugueses perante o Estado...casta que gere a cultura de favores...com a distribuição de empregos nas grandes empresas do sector empresarial do Estado, privilégios em concessões e concursos...ou ajustes directos..É esta casta...que está a cavar a sepultura do regime democrático...É esta casta, não o Chega...que está a rebentar com as instituições, a desacreditá-las, e a escancarar a porta a homens providenciais, como André Ventura...."

Eduardo Dâmaso sabe muito sobre aquilo que escreve, pois a revista Sábado, tem denunciado de forma sistemática, ao longo dos anos, os referidos abusos, e na parte da distribuição de empregos nas empresas públicas, a mesma revista publicou há poucos meses, um artigo de 15 páginas sobre os elevados salários dos "boys do PS que controlam 100 empresas públicas" https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2023/05/os-portugueses-ficam-finalmente-saber.html

Ele podia e devia, no entanto, ter aproveitado para referir duas coisas fundamentais, a primeira, que Portugal nunca sairá da cepa torta, enquanto não copiar aquilo que se faz na França, o país, onde aplicaram uma pena de prisão efectiva ao ex-Primeiro-Ministro François Fillon, e ainda uma multa de 375.000 euros, por aquele ter arranjado um emprego para a sua mulher, ou como explicou o tribunal Francês, que o condenou, por ter colocado o seu interesse pessoal à frente dos interesses do povo que foi eleito para servir https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2022/07/catedraticos-franceses-dao-uma-licao.html

E a segunda, que constitui uma vergonha inqualificável, o facto da entidade que vai controlar o património dos políticos (entidade que foi proposta em 2015 pelo BE e somente aprovada em 2019) ainda não esteja a funcionar. Há pouco tempo nem sequer tinha cadeiras, internet ou sequer luz e agora o Expresso até diz que (muito oportunamente) não estará em condições de fiscalizar os rendimentos dos membros do próximo Governo!!!

PS - Sobre o deputado Ventura, entendo pertinente a revisitação de um post de 9-10-2019, quando pela primeira vez em Portugal, 66.442 Portugueses decidiram confiar o seu voto a André Ventura, permitindo a entrada daquele na Assembleia da República. Tendo nessa altura havido uma ingénua politóloga, que pelos vistos percebia muito pouco de politica, que garantia que o primeiro deputado do Chega, não iria contaminar o sistema politico https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/10/quem-elegeu-o-andre-ventura.html