terça-feira, 12 de dezembro de 2023

Telómeros - Estudo recente mostra como poupar muitos milhões de euros no SNS

 

Já se sabia que o contacto permanente com a natureza enriquece o microbioma, e protege o sistema imunitário, reduzindo a ocorrência de alergias e processos inflamatórios. Ver a este respeito um artigo de um investigador da Finlândia, publicado em 2019, que não por acaso já tinha mencionado em vários posts anteriores, há alguns anos atrás, como por exemplo aqui https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/03/coronavirusrevisitar-hipotese-da.html

E agora fica-se também a saber que um estudo recente, baseado em quase 8000 pessoas, mostra que as pessoas que vivem em áreas rodeadas pela natureza tendem a ter idades biológicas mais jovens. O estudo de oito investigadores de vários países, que foi publicado na revista científica Science of Total Environment, incidiu sobre a dimensão dos telómeros (que são sequências repetitivas do ADN, com a função de proteger os genes e que estão localizadas nas extremidades dos cromossomas, à medida que as células se dividem, os telómeros encurtam, e esse encurtamento está associado ao processo de envelhecimentohttps://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0048969723060795?via%3Dihub

No contexto supra, não custa assim perceber que se uma larga percentagem da população deste país (quase 5 milhões de pessoas), ao invés de viver em caríssimas "caixas de fósforos" (leia-se autênticos fornos https://pacheco-torgal.blogspot.com/2021/07/os-urbanitas-que-pagam-em-excesso-para.html) na selva de betão das regiões metropolitanas de Lisboa e Porto,  estivesse distribuída de forma uniforme por todo o território, de certeza que haveria uma menor sobrecarga (e menores necessidades financeiras) do Serviço Nacional de Saúde, cujo orçamento anual recorde-se já chegou aos 15.000 milhões de euros e a este ritmo, qualquer dia chega aos 20.000 milhões de euros anuais.

Isso sem sequer contabilizar aquilo que os Portugueses também gastam em saúde privada, pois nesse caso a despesa total global (pública e privada) gasta a cada ano, já ultrapassou esse valor, e até já chegou à quantia estratosférica de 25.400 milhões de euros https://expresso.pt/sociedade/saude/2023-07-04-Despesa-com-saude-no-ano-passado-cresceu-mais-de-6-para-254-mil-milhoes-de-euros-d049450f  o que não só dá imensa razão à hipócrita senhora Presidente do grupo Luz Saúde, quando afirmou que “melhor negócio do que a saúde (dos Portugueses) só o das armas”, mas também parece significar que o nosso desgraçado país é um país de gente doente, ou pelo menos assim o indicia, o facto incompreensível, dos Portugueses serem campeões internacionais (no grupo dos 38 países da OCDE) no respeitante ao consumo de ansiolíticos. 

E porque é que não se acaba com aqueles perversos incentivos fiscais que permitem que os empresários possam abater no IRC, despesas com viaturas de luxo como Ferraris, Lamborghinis ou Bugattis (situação anómala, que como escrevi em 2019, faz tanto sentido como permitir que um empresário possa abater no IRC despesas com prostitutas ou prostitutos), e não se substitui esses incentivos por outros, que favoreçam as empresas que copiem as melhores práticas internacionais, em termos de teletrabalho, para permitir que muito mais pessoas possam viver no Interior do país, podendo assim beneficiar de telómeros longos, durante muito mais anos,  poupando muitos milhões de euros ao SNS ?

PS - No supracitado contexto, vale a pena rever o post, que divulgou uma comparação da intensidade do teletrabalho, em 16 países, relativamente aquilo que são as expectativas dos trabalhadores e ainda as intenções futuras, dos empregadores dos referidos países  https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2023/12/o-quinto-artigo-um-diluvio-de-milhoes.html