Na secção de economia do Expresso, um artigo sobre o teletrabalho dá conta que em Portugal existe quase 1 milhão de trabalhadores que continuam a utilizar esse regime. Informa também que algumas empresas Portuguesas que tentaram arranjar candidatos (com talento) para trabalho presencial e simplesmente não os conseguem encontrar porque no nosso país o talento é escasso e esse talento prefere a modalidade do teletrabalho.
Aliás se de acordo com as estatísticas do Eurostat, a pobre Bulgária é o país europeu que possui a menor percentagem de teletrabalho e são precisamente os ricos países nórdicos, com a Finlândia à cabeça, que possui a mais alta percentagem de teletrabalho, aquilo que faz sentido é que as empresas Portuguesas se tentem aproximar das práticas dos países nórdicos e afastar-se das da Bulgária, pois na verdade o nosso país ainda está longe da percentagem de teletrabalho da Finlândia, país esse que possui um PIB/capita que é mais do dobro do de Portugal.
Para desgraça já basta o facto, da actual percentagem de teletrabalho dos Portugueses não se dever a nenhuma estratégia inteligente das empresas, no sentido de copiarem o que se faz nos ricos países nórdicos, mas apenas às obrigações associadas ao confinamento por conta do Covid-19, e posteriormente aquela, por conta da infame invasão Russa da Ucrânia e da consequente Resolução do Conselho de Ministros n.º 82/2022 que definiu o conteúdo Plano de Poupança de Energia que incentivou o recurso ao teletrabalho.
É claro que o artigo em causa também refere, que algumas empresas, não estão minimamente interessadas em trazer os trabalhadores para o trabalho presencial, porque entretanto aumentaram o número de trabalhadores das suas empresas e isso significaria terem de pagar pela ampliação do espaço de escritório, que é extremamente caro, especialmente nos grandes centros urbanos e também porque concluiram que o teletrabalho não se tem reflectido de forma negativa na produtividade dessas empresas.
Ainda sobre o teletrabalho, e as diferentes expectativas dos trabalhadores de 16 países, revisite-se o post anterior de título "Intrigante comportamento mimético entre Italianos e Chineses" https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2023/12/o-quinto-artigo-um-diluvio-de-milhoes.html
PS - Tendo em conta que o quase 1 milhão de trabalhadores que em Portugal está em teletrabalho, não está a entupir as estradas deste país, agravando problemas de trânsito e provocando acidentes, que tem elevados custos humanos e materiais, nem a consumir combustíveis que Portugal tem de importar, nem a emitir gases com efeito de estufa, que Portugal se obrigou a reduzir no âmbito de compromissos internacionais, já para não falar dos seus efeitos na saúde, vide a informação sobre as cidades com maior poluição atmosférica https://noctula.pt/poluicao-do-ar-os-15-locais-mais-poluidos-de-portugal/ aquilo que faz sentido é que as empresas onde eles trabalham possam ser beneficiadas em sede fiscal, ao contrário de outras que recebem benefícios fiscais sem o merecerem, como por exemplo aquelas que tem benefícios fiscais por conta da aquisição de viaturas de luxo, e que ajuda a perceber porque é que há tantas viaturas de luxo em Portugal, até mesmo em concelhos pobres https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/11/a-riqueza-escondida-nos-concelhos-mais.html