Em Agosto do ano passado, num post onde critiquei o Governo, escrevi que: "o trabalho é "sagrado" porque dá sentido à vida, de uma grande maioria das pessoas e, portanto, deveria ser fiscalmente taxado o mínimo possível. Menos impostos sobre o trabalho podem estimular a criatividade e a inovação, já taxar o trabalho de maneira excessiva pode desincentivar o esforço e, em última instância, minar o bem-estar social. Já a riqueza, ou melhor a simples acumulação de riqueza, originada por investimentos especulativos..possui um valor muitíssimo menor do que os rendimentos do trabalho, pelo que devem merecer uma elevada taxação" https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2024/08/governo-da-borlas-fiscais-aos-super.html
fico por isso bastante satisfeito por tomar conhecimento do teor de uma longa entrevista, que um conhecido catedrático de economia, doutorado pela famosa universidade de Stanford, deu ao jornal Público, onde se pode ler:
"...Tenho citado o economista dinamarquês Steen Jakobsen que dizia que era incompreensível que Portugal não fosse um país de topo. Ele tem alguma razão. Portugal tem muito boas condições. A boa notícia é que o potencial é grande, a má notícia é que esse potencial não está a ser explorado tão bem como poderia ser... Se eu tivesse agora de pensar numa reforma fiscal em Portugal, diminuiria drasticamente a tributação do trabalho, compensaria isso com um aumento da tributação sobre os lucros das empresas, de uma forma que fosse mais ou menos neutra para a empresa média. Consideraria também seriamente aumentar os impostos sobre a propriedade e talvez até diferenciá-los entre nacionais e não nacionais e residentes e não residentes. Sou totalmente a favor de estrangeiros a residirem em Portugal e comprarem imobiliário em Portugal, mas muitas dessas pessoas não pagam imposto sobre o rendimento, acho que essas pessoas têm de contribuir." https://www.publico.pt/2025/06/07/economia/entrevista/luis-cabral-parte-estrago-politicas-trump-ja-2135965
PS - Relembro que se trata do mesmíssimo catedrático, que há 5 anos atrás, sugeriu uma proposta fiscal radical, na qual os trabalhadores passariam a pagar zero à segurança social, sendo que essa enorme perda de receita seria compensada de três formas, com uma subida do IVA, com um novo imposto sobre o carbono (que penalizaria os mais ricos que são quem produz mais carbono) e ainda com melhorias no sistema de cobrança de impostos, ao nível dos mais ricos, que como ele afirma, actualmente tem formas de fugir aos impostos https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/09/uma-proposta-radical-para-acabar-com-o.html