Há semelhança do que acontece todos os anos, o dia 15 de Agosto é aquele em que o ranking Shanghai sobre as 1000 melhores universidades do mundo é tornado público. Este ano os resultados para as universidades Portuguesas são praticamente os mesmos do ano passado, vide post acessível no link supra, com uma honrosa excepção, pela primeira vez a UBI acaba de entrar neste ranking para a posição 901-1000, dessa forma ajudando Portugal a ter no referido ranking o mesmo número de universidades da Irlanda e mais uma do que a Dinamarca.
Exactamente como sucedeu no ano passado, Portugal só conta com 3 universidades nos primeiros 500 lugares, facto que como expliquei nessa altura se fica dever aos elevados cortes no financiamento da investigação. Sem surpresa o artigo no El Pais sobre o desempenho de Espanha (país que tem 36 universidades nesse ranking, sendo que 10 dessas aparecem no top 500), também refere a importância desse financiamento https://elpais.com/educacion/2025-08-15/sorpasso-en-el-ranking-de-shanghai-china-y-taiwan-ya-tienen-mas-universidades-que-ee-uu-en-los-500-primeros-puestos.html
É claro que o financiamento explica muito mas não explica tudo, porque em Portugal há universidades com financiamento muito superior a outras, como é por exemplo o caso da Universidade Nova de Lisboa, que durante vários anos esteve no top 500, mas que há poucos anos se começou a afundar no referido ranking, estando agora na posição 701-800. E quando a explicação não passa pelo montante de financiamento, terá forçosamente, goste-se ou não, de passar pela falta de competência.
Aliás sobre o desempenho da Universidade Nova, recordo que em 2020 quando aquela universidade deixou de estar no Top 500, sem que nenhum dos seus responsáveis explicassem a razão de ser desse resultado, comparei esse comportamento aquilo que sucede na Finlândia, onde um Vice-Reitor se mostrou muito preocupado, pelo facto da Universidade de Helsínquia, ter descido ligeiramente da posição 57 para 63 https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/08/o-que-e-que-distingue-as-universidades.html
Ainda no presente contexto, recordo que em 2018, o então Reitor da Universidade de Coimbra, questionado pelo jornal Público, pelo facto da sua universidade ter deixado de estar entre as 500 melhores do mundo, afirmou na altura publicamente, estar convencido que em 2019 voltaria a reentrar nesse grupo. Irónica e trágicamente, isso não aconteceu nem 2019, nem em 2020, nem em 2021, nem em 2022, nem em 2023, nem em 2024, e nem agora em 2025.
E porque será que a universidade católica, que tem um orçamento superior ao da universidade de Aveiro e muito superior ao da UBI, a mesma cujas propinas do curso de medicina custam mais de 1600 euros por mês, não consegue entrar no Top 1000 do ranking Shanghai ?
PS - Recordo que actualmente a Universidade de Lisboa ainda beneficia de ter tido um Nobel da Medicina há várias décadas atrás, embora cada vez menos, até ao dia, cada vez mais próximo, em que esse beneficio seja nulo, vide post "As quedas inevitáveis da universidade de Lisboa no prestigiado ranking Shanghai" https://pacheco-torgal.blogspot.com/2021/08/as-descidas-da-universidade-de-lisboa.html