segunda-feira, 2 de junho de 2025

A mentira é a nova verdade: Assim escreve um catedrático convidado da Nova SBE



Para lá dos dois artigos mencionados no post supra, o semanário Expresso continha também um artigo bastante interessante, com autoria de um catedrático convidado da Nova SBE, do qual reproduzo o seguinte excerto, que nesse artigo se segue a um alerta de uma investigadora da Universidade de Stanford: 

No presente contexto entendo como especialmente pertinente recordar um post anterior de Janeiro de 2024, sobre um singular artigo publicado na conhecida revista The Economist, que alterou para a dificuldade em impedir a falsificação da realidade, num mundo dominado pela IA, o que é suficiente grave para levar a uma alteração significativa da natureza da missão universitária https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2024/01/the-economistai-generated-content-is.html

PS - Hoje mesmo no jornal Público, o antigo Presidente do IST e actual Presidente do INESC, num artigo particularmente oportuno, questiona se pretendemos uma abordagem da IA, que valoriza a supervisão humana, o juízo crítico e a responsabilidade ética (centauro) ou em alternativa uma fusão profunda entre o ser humano e a IA, onde a cognição se torna híbrida, com interfaces cérebro-computador e simulação de mentes humanas em computador (ciborgue). A resposta a essa pergunta é mais ou menos evidente, pois se numa democracia a primeira opção é a única que faz sentido, já nos países onde vigoram sistemas ditatoriais é muito provável que optem pela segunda. 

domingo, 1 de junho de 2025

AI’s Bifurcated Brilliance: Physics Phenom, Civil Engineering Underachiever



Recent research from Germany demonstrates that GPT-4o and o1-preview possess remarkable problem-solving capabilities on Olympiad-level physics tasks (paper linked above), frequently outperforming human competitors. 

In contrast, a study by researchers from New Zealand and the US examined ChatGPT-4o and a Custom GPT on first-year civil engineering statics problems. Unlike their performance on theoretical physics challenges, the AI models struggled with nuanced engineering questions—such as distinguishing tension from compression and resolving inclined forces—and exhibited limited proficiency in interpreting diagrams. These shortcomings highlight that real-world engineering relies on iterative, collaborative workflows—peer review, simulations, and safety factors—rather than isolated, purely theoretical problem-solving.  https://arxiv.org/abs/2502.00562

PS - A more impactful application of ChatGPT in civil engineering lies in assisting with compliance with the strict codes and standards that govern design projects, ensuring they meet required levels of safety, reliability, and efficiency. Checking that every design follows all the detailed regulations can be really complex and time-consuming—it’s usually something expert engineers do manuallyA recent paper introduces an open-source framework that uses large language models (LLMs) to provide engineers with accurate, code-related answers from natural language queries, including references to relevant code sections. The initial implementation, based on the National Building Code of Canada, shows promise demonstrating the potential of this approach to streamline design verification tasks. https://ascelibrary.org/doi/10.1061/JCCEE5.CPENG-6037#con1

sábado, 31 de maio de 2025

Portugal mais próspero - As lições do livro sobre o investimento Português em ciência



Na secção de economia do semanário Expresso, um professor da universidade do Minho, antigo Ministro de Economia, avisa que a única forma do PIB de Portugal conseguir convergir em termos europeus requer uma subida do investimento em I&D "de 1.7% para próximo de 3% do PIB, como na Alemanha ou na Suécia". O problema está porém mal definido à partida, porque os tais 1.7% são uma pura ficção, sem qualquer adesão á realidade dos factos.

Foi isso pelo menos que defendi repetidamente em mais de uma dezena de posts anteriores, ao longo de vários anos, que o valor da despesa Portuguesa total em investigação é uma farsa grotesca, vide por exemplo dois posts de um certo mês de Agosto, de títulos: "O nada surpreendente (mas suspeito) recorde de créditos fiscais por conta de actividades de investigação" ou ainda  "Carlos Fiolhais e as fake news da "pujante" investigação empresarial Portuguesa"

Felizmente para mim (infelizmente para todos nós) é que é também isso que agora se pode concluir da leitura na mesmíssima edição do semanário Expresso num interessante artigo de título "Investimento das empresas em ciência é uma "ilusão", no qual se divulga um livro que será lançado na próxima semana, onde se critica os benefícios fiscais das empresas por conta de investimento em fundos de capital de risco, num montante de quase 2500 milhões de euros. Um tema que abordei num post de 2022 de título "O esquema ardiloso que permitiu que houvesse quem tenha empochado milhões de euros por conta de alegadas actividades de investigação empresarial"

PS - A única certeza que é possível ter em termos de despesa de investigação em Portugal é a da parcela pública, que não vai além de um valor miserável de 0.3% do PIB (com tendência para baixar, vide a recente denúncia de dezenas de unidades de investigação sobre cortes de quase 70%)  e que há uma década e meia atrás, chegou a ser superior a 0.5%, uma situação paradoxal que compromete de forma evidente o futuro do nosso país. Comparem-se esses 0.3% do PIB em despesas públicas em investigação, com o facto deste Governo ambicionar gastar quase 12 vez mais (3,5% do PIB) em despesas militares, valor esse que, pasme-se, até pode subir para 5%, quase como se Portugal estivesse na eminência de ser invadido pela Rússia https://expresso.pt/politica/defesa/2025-05-27-governo-admite-gastos-de-5-em-defesa-o-que-montenegro-dizia-ser-inexequivel-15f29964