terça-feira, 15 de julho de 2025

Dois requisitos essenciais para que jovens investigadores se possam candidatar a bolsas milionárias do European Research Council

 


O extracto supra foi retirado do resumo curricular de uma jovem investigadora e professora titular da universidade Autonoma de Madrid (que eu conheço), cujo conteúdo infelizmente ainda é desconhecido de muitos jovens investigadores, aos quais ninguém explicou algo muito importante, que assim que obtenham o doutoramento devem evitar publicar em conjunto com os seus orientadores, pelo menos se pretenderem concorrer às bolsas milionárias da ERC. 

É claro que há alguns jovens investigadores que mesmo sabendo isso, ainda continuam a publicar com os seus orientadores, porque tem medo de serem independentes e porque acham que trabalhar para um tubarão lhes garante o futuro. Infelizmente para eles e como bem explicou um tubarão, catedrático da universidade de Coimbra, isso é uma ingenuidade, pois na verdade os tubarões só se preocupam com eles próprios https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2025/03/catedratico-compara-jovens.html

PS - Quando se clica no link do texto que inicia o presente post, entra-se numa página da Universidade Autónoma de Madrid, onde existe uma secção de título "Bibliometria" através da qual se fica a saber o número de publicações indexadas (Scopus e WoS), citações e h-index dos professores daquela universidade e bem assim também um mapa mundo, onde são visiveis os países de origem dos co-auores das referidas publicações. Em sentido oposto, nas universidades Portuguesas porém não existe nada disso, porque no nosso país a tradição é evitar que se saiba qual é o reduzido número de citações e de h-index de muitos académicos, em especial daqueles que chegaram à cátedra com um h-index=0   https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2023/09/o-mui-ilustre-catedratico-de-economia.html

domingo, 13 de julho de 2025

Book World Builders: "we are entering a new civilizational stage, where the distinction between reality and fiction is collapsing"


The Portuguese scholar Bruno Maçães—Harvard PhD, former adviser to the Prime Minister of Portugal and ex‑Secretary of State, now with Flint Global and a researcher at both Renmin University (Beijing) and the Hudson Institute (Washington)—has just granted an interview about his new book.  World Builders: Technology and the New Geopolitics  

Maçães argues that contemporary geopolitics is shifting from territorial competition to a paradigm of systemic world-building, in which states serve as architects of technological and symbolic realitiesConsequently, power is no longer measured by tanks and borders but by the capacity to control the underlying operating systems—spanning energy, technology, and the narratives that frame our understanding of the world. According to Maçães, we are entering a new civilizational stage in which the boundary between reality and fiction is collapsing. In this context, world-building replaces objective truth as the primary source of influence. As he bluntly states: “Whoever doesn’t build a technological world will be defeated.”

Nevertheless, Maçães’s thesis opens a dangerous door: If truth is no longer central and world-building becomes the ultimate source of power, isn’t this just a sophisticated justification for propaganda, manipulation, and tech-driven authoritarianism? Moreover, if truth is to be deliberately sidelined in the spheres of power and policy, then it becomes all the more urgent—indeed, imperative—that academia, as the last bastion of critical inquiry and intellectual integrity, reaffirms its uncompromising commitment to truth as a non-negotiable principle.  And that defense starts within: academia must ruthlessly purge those who scale its heights through nepotism, political patronage, or any manner of corrupt practice. Because as long as the institution is rotting from within, it has no right to claim it defends truth at all.

PS - A few years ago, the same Bruno Maçães shared a message on Twitter from his Chinese publisher, informing him that the release of his book "The Dawn of Eurasia" had been postponed due to censorship by the Chinese government.

Note on July 15 - It is quite interesting to observe that the top three foreign countries visiting this post are USA, Russia and Germany.

sábado, 12 de julho de 2025

A proposta do Governo para combater um cancro académico altamente agressivo

“As unidades orgânicas que não tenham pelo menos 40% de docentes e investigadores de carreira licenciados ou doutorados noutra instituição de educação superior ficam impedidas de contratar, independentemente do tipo de vínculo, nos três anos subsequentes à obtenção do grau de doutor, como docentes ou investigadores, doutorados que nela tenham obtido todos os seus graus”.
O texto supra constitui a mais recente proposta do XXV Governo da República para combater o cancro da endogamia académica, que faz de Portugal um miserável recordista europeu. Essa proposta sendo bastante louvável, porque representa a primeira medida contra o cancro da endogamia nos últimos 50 anos, é ainda assim bastante modesta (pelas minhas "contas" vai afectar algumas dezenas unidades orgânicas, em situação muitíssimo grave, mas irá deixar fora várias unidades orgânicas em situação grave), porque levará muitos anos até que consiga ajudar a baixar a vergonhosa percentagem média da endogamia académica nacional, de quase 70% para valores próximos daqueles (abaixo de 10%) que existem nas melhores universidades deste Planeta. Ainda assim é pouco provável que seja aprovada porque como escrevi anteriormente “afronta os catedráticos e catedráticas, donos da Academia, cujo grande sonho de vida, é poderem ser sucedidos nesse cargo pelos seus filhos e filhas”  https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2024/12/endogamia-academica-ministro-propoe-que.html
PS – Sobre endogamia académica vale a pena revisitar o post de título “Endogamia académica e viciação concursal”, sobre uma petição na qual fui o primeiro signatário, há quase dez anos atrás, mais precisamente em 8 de Dezembro de 2015 https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/06/endogamia-academica-e-viciacao-concursal.html