domingo, 14 de setembro de 2025

A imparável fuga nacional para o "novo paraíso académico dos jovens portugueses"



O extrato supra inicia hoje um interessante artigo que integra a edição diária do jornal Público. Nele se fica a saber que se antes do Brexit milhares de estudantes Portugueses escolhiam o Reino Unido para obter uma formação universitária, agora a preferência da juventude nacional vai para os Países Baixos. 

Lamentável é porém constatar, a partir das declarações do tal aluno, que ingressou com quase 20 valores na universidade do Porto, que ele acha que tanto essa universidades como a TU Delft estão ao mesmo nível, o que mostra que ele pode até saber muito sobre as matérias sobre as quais foi avaliado, mas sabe muito pouco sobre o desempenho de diferentes universidades. 

Não só a TU Delft tem melhor classificação do que a U.Porto no ranking mais prestigiado que existe a nível mundial (ranking Shanghai), mas no caso concreto do curso de engenharia aeroespecial, enquanto que a TU Delft tem o 11º melhor curso a nível mundial, já o mesmo curso na universidade do Porto, não consegue sequer aparecer entre os 50 melhores. 

Aliás, se um aluno tão inteligente, ignora essa informação por certo o mesmo acontecerá com a esmagadora maioria dos alunos que agora ingressam no ensino superior, sendo até altamente provável que eles não saibam sequer em que universidades Portuguesas estão os cursos internacionalmente mais competitivos, vide lista https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2024/11/ranking-shanghai-de-2024-listagem-de-46.html

PS - O que é um facto indesmentível é que  nenhuma universidade Holandesa possui os elevadíssimos níveis de endogamia académica que existem em todas as universidades Portuguesas, pelo que faço votos que a modesta proposta deste Governo, no sentido de limitar as contratações endogâmicas (infelizmente) apenas nas unidades orgânicas com percentagens de endogamia acima de 60% contribua para mitigar esse problema https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2025/07/a-proposta-do-governo-para-combater-o.html

quinta-feira, 11 de setembro de 2025

Counterbalancing the Deluge of Scientific Publications: Toxicity, Life Cycle, and CO₂ Sequestration

   


With respect to the five world records referenced in the preceding post (linked above), it is pertinent to note that, strictly speaking, three additional milestones merit recognition. In particular, a book published in 2012 represents the first work worldwide in the field of civil engineering to systematically address the toxicity of building materialsIn a similar vein, a book published in 2013, also indexed in Scopus, constitutes the first comprehensive study on the life cycle assessment of building materials.  Furthermore, in 2018 a third volume was published, once again representing a global first in the field, addressing the sequestration of carbon dioxide in construction materials. Additionally, it is appropriate to highlight another significant milestone (the ninth), as the first edition of this book has emerged as the most cited worldwide in its field among books indexed in the Scopus database. The second edition is scheduled for publication by the end of the current year.

PS - It should be obvious, yet apparently needs to be stated: over the past decades, books have grown ever more essential as vessels of enduring knowledge, while science has been engulfed in a chaotic and relentless flood of fragmented—and in far too many cases, meaningless—publications (Pan et al., 2018; Chu & Evans, 2021) https://pacheco-torgal.blogspot.com/2021/10/the-deluge-of-papers-is-obstructing_13.html It is therefore imperative to pause, take stock, and rigorously evaluate what has genuinely been achieved, before yet more time, effort, and resources are wasted chasing the futile illusion of reinventing the wheel.

Update after 24 hours: The post’s top three foreign readers come from Singapore (39%), Hong Kong (23%) and Russia (12%)

terça-feira, 9 de setembro de 2025

Uma universidade acelerada por esteroides

 

Relativamente ao facto da universidade da Beira Interior, pela primeira vez ter conseguido ingressar no top 1000 do prestigiado ranking Sanghai, fazendo aquilo que a UÉvora, a UTAD, a UALG, UMadeira, UAçores não conseguiram fazer, é importante perceber as razões dessa proeza histórica. Como um dos critérios desse ranking é o número de publicações altamente citadas, compare-se abaixo o desempenho das referidas universidades, relativamente ao rácio número de publicações indexadas/100 docentes ETI, para os últimos 5 anos, onde a UBI fica muito acima das outras universidades referidas, em especial da UÉvora, que muito estranhamente, no período em causa, certamente por falta de "inspiração", não conseguiu produzir uma única publicação que se tornasse altamente citada. 

UBI..............7
UALG..........3
UAçores......2
UMadeira....2
UTAD..........2
UÉvora........0

O desempenho da UBI poderia até ter sido superior se os seus investigadores da área das engenharias tivessem sido capazes de produzir publicações mais "inspiradas", porque muito embora tenham sido responsáveis por aproximadamente 35% do total dessas publicações, a sua quota parte do subgrupo das mais citadas foi de apenas 9%. Ao contrário dos investigadores de economia e gestão, que com metade das publicações, conseguiram uma maior percentagem (14%) de publicações altamente citadas, revelando assim uma intensidade de impacto científico três vezes superior à das publicações da área das engenharias e muito ao contrário dos (acelerados a esteroides) investigadores da área da medicina, que produziram 21% das publicações totais, mas que foram responsáveis por 60% das publicações altamente citadas, o que revela uma intensidade de impacto científico dez vezes superior à das publicações da área das engenharias.