terça-feira, 29 de julho de 2025

O dilema do Presidente do Técnico: Como conseguir transformar docentes naquilo que eles não querem ou não conseguem ser


"...os professores, deixaram de ser os únicos mediadores entre o saber e...os estudantes...a IA passou a converter esse conhecimento em explicações personalizadas, diálogos pedagógicos...a partir de agora, ao professor não basta o papel de expor informação: o seu papel principal passa a ser o de...reconfigurar o espaço educativo...torna-se mentor...e modelo inspiracional."  https://www.publico.pt/2025/07/28/ciencia/opiniao/professor-40-2140146

O clarividente texto supra faz parte de um artigo sob o título "O professor 4.0" do actual Presidente do IST, a tal instituição que se arroga ser a maior escola de engenharia de Portugal. Aquilo que porém o artigo não esclarece é como é que agora as universidades cujo corpo docente foi contratado privilegiando a transmissão de conhecimento, os vai agora conseguir "reciclar" para que se consigam transformar em modelos inspiracionais.

Neste contexto faz sentido recordar que no Instituto Superior Técnico trabalham professores cuja "pedagogia" muito dificilmente conseguirá algum dia inspirar qualquer aluno, muito antes pelo contrário. Aliás há três anos atrás o jornal Público revelou declarações de professores daquela instituição que fazem prova disso mesmo: 

“não vou explicar porque não vai perceber” 
“Quem não teve mais de 15...pode sair e trabalhar no Pingo Doce" 

E quais serão os requisitos básicos para um professor universitário conseguir inspirar alunos ? Será que professores que não possuem os valores morais mencionados aqui conseguem inspirar alunos ? Ou pior do que isso, será que professores culpados de assédio moral e ou sexual ou que utilizam expressões insultuosas conseguem inspirar alunos ?

PS - O artigo do Presidente do Técnico parece ter esquecido dois pequenos pormaiores, em primeiro lugar, que por melhor que seja um professor, a utilização do modelo "pedagógico" baseado em anfiteatros com centenas de alunos é uma receita fossilizada que não consegue competir nem de perto nem de longe com a tutoria individual, "...An influential paper from 1984 by Benjamin Bloom, an educational psychologist, found that one-to-one tutoring both improved the average academic performance of students" e por outro lado, que vários estudos mostraram que a IA generativa consegue ser mais empática e motivacional do que os próprios tutores humanos, vide por exemplo o estudo de investigadores do prestigiado ETH Zurich https://arxiv.org/abs/2506.08702

domingo, 27 de julho de 2025

Disruption, Not Despair: A Call to Resist Israeli War Crimes and American Complicity

At my university, the University of Minho, I am part of a group (GRCP) of professors and researchers committed to expressing solidarity with Gaza, denouncing Israel’s criminal actions, and advocating for the Portuguese government to officially recognize the State of Palestine. Below, I share an email I sent today to that same group:

Congratulations on your tireless and courageous work. Yet, what might seem like a growing wave of condemnation also reveals something more troubling: a scattering of efforts, fragmented and diluted. What we truly need now are not more isolated actions, but fewer—bolder, more disruptive, and deeply unignorable. 

In that spirit, let me recall an extraordinary moment in recent history—not to suggest imitation, but to highlight the power of singular acts. In 2010, the self-immolation of one man—Mohamed Bouazizi, a Tunisian street vendor—ignited a revolution that toppled a 20-year dictatorship and sparked a fire that swept across the Arab world. His tragic act forced the world to pay attention. So we must ask ourselves: what kind of action today could have the same seismic impact in condemning Israel’s brutality—without costing a single life?

If the most haunting image of Gaza today is that of children starving to death, then what if millions across the Western world united in an unyielding act of defiance—refusing food for a single day? A global day of fasting—not for health, not for religion, but for justice. Today, billions stand with Palestine—nearly 2 billion in the Muslim world alone. Now imagine 3 billion people, rising together in unbreakable solidarity for 24 hours.

The symbolic power of this act would be staggering. Major food conglomerates would see their stock prices shatter under the pressure. And a worldwide boycott of McDonald’s—the ultimate symbol of American economic and cultural dominance—even if only for a few weeks, would deliver a crippling unforgettable blow. This would be no mere protest. It would be a thunderous declaration—a message so loud and clear that even Donald Trump would be forced to rethink his blind unwavering allegiance to the war criminal Benjamin Netanyahu.

PS - If the world had the moral clarity to boycott Tesla over Elon Musk’s unapologetic embrace of far-right extremism and authoritarian politics, then boycotting McDonald’s isn’t just reasonable — it is a long-overdue moral obligation for anyone who claims to stand for truth, decency, compassion, empathy, solidarity, human rights, or basic human dignity.

Note (July 31): The top seven foreign readers of this post are from the United States, the Netherlands, Germany, Singapore, Russia, Ireland, and the UK.

Um catedrático da U.Minho debaixo de fogo

A última edição da revista Visão abriu com uma extensa entrevista ao médico e Presidente da Bial, Luís Portela e ao professor catedrático de medicina da universidade do Minho, Nuno Sousa (foto supra). A mesma incidiu no conteúdo de uma série documental que foi transmitida pela RTP1 "Para além do cérebro", que abordou questões tão problemáticas como a das vidas passadas e os fenómenos paranormais, a qual recorde-se foi patrocinada pela Fundação Bial e teve como coordenador científico, o referido catedrático Nuno Sousa. 

Sucede porém que o conhecido bioquímico e divulgador de ciência David Marçal, criticou de forma bastante contundente a referida série. É verdade que ele não mencionou o nome do catedrático referido porém sendo ele o coordenador científico da mesma não há forma de escapar à acusação de pseudociência que foi feita pelo mesmo David Marçal. Impõe-se, por isso a questão: pode um catedrático manter intacta a sua credibilidade científica perante uma acusação tão gravehttps://www.publico.pt/2025/05/16/ciencia/ensaio/nao-existe-espiritualidade-cientifica-2133138