quinta-feira, 9 de junho de 2022

Orgulho académico pacóvio ou uma universidade com uma deplorável falta de ambição ?


O semanário Expresso serviu ontem de repositório ao orgulho pacóvio do Reitor da Universidade do Porto, com um artigo patético (um hino ao jornalismo pouco rigoroso) sobre a posição daquela universidade no não menos patético ranking da firma Quacquarelli Symonds- QS  https://expresso.pt/sociedade/2022-06-08-Universidade-do-Porto-atinge-melhor-lugar-portugues-de-sempre-entre-as-melhores-do-mundo.-O-reitor-explica-como-Queremos-formar-pessoas-80b99f70

Sobre o referido ranking reveja-se um post anterior, com o esclarecedor título "O Expresso ao serviço de um ranking universitário da treta" onde reproduzi o conteúdo de um email, no qual constava o nome de vários académicos, que reduziram o ranking QS a pouco mais do que lixo, como se pode perceber por exemplo, pela frase de um conhecido e reputado catedrático que afirmou:
 "This ranking is complete rubbish and nobody should place any credence in it. The results are based on an entirely flawed methodology that underweights the quality of research and overweights fluff"  https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/03/o-expresso-ao-servico-de-um-ranking-fake.html 

Porque será que a Universidade do Porto desistiu de competir no campeonato das melhores universidades do Planeta para passar a competir no campeonato das universidades desgraçadinhas, como sucede com as universidades Russas

Alguém acha que as universidades de Harvard ou de Stanford iriam abandalhar o seu prestigio fazendo publicidade a um ranking sem qualquer rigor, um ranking de merda ?

Ou será que a Universidade do Porto antecipa más noticiais, leia-se uma má classificação no ranking Shanghai, o único ranking que a nível mundial contabiliza prémios Nobel (onde desgraçadamente no ano passado já só havia 3 universidades Portuguesas nos primeiros 500 lugares) e cujos resultados de 2022 serão conhecidos daqui a aproximadamente dois meses ?

PS - Cada ano que passa, sem que a ciência Portuguesa consiga ganhar um prémio Nobel é um ano de vergonha para o nosso país, porém, nesse capítulo, a culpa é em grande parte de um poder politico, que a comunidade científica tem que (a bem ou a mal) meter no seu devido lugar, não obviamente com subservientes reclamações catedráticasmas com corajosas tácticas de confrontação directa, inclusive de "guerrilha", como aconselhou o conhecido matemático Jean-Pierre Bourguignon, ex-Presidente do European Research Council https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/12/best-funding-practices-that-should.html