quinta-feira, 4 de abril de 2024

Decidi intentar uma ação administrativa contra o Estado Português para que aquele me pague uma indemnização


Corria o ano de 2014, quando a meu pedido um advogado do Snesup, patrocinou uma acção judicial de impugnação de um concurso, para um lugar de professor Associado na universidade do Porto. Dentro de poucos meses terão passado 10 (dez) anos sem que tenha havido uma sentença transitada em julgado nesse processo. Assim sendo, já solicitei ao mesmo advogado, que logo que seja juridicamente possível, intente uma nova acção, desta vez contra o Estado Português, por violação do Regime de Responsabilidade Civil Extracontratual do Estado e Demais Entidades Públicas, para que me pague uma indemnização, por demora excessiva da justiça, num valor entre 1000 a 1500 euros por cada ano de atraso, incluindo juros de moraexactamente como sucedeu no processo 1427/19.0BELSB que foi apreciado no Tribunal Central Administrativo Sul. 

O referido concurso foi ganho por um candidato que na data da candidatura tinha apenas 2 publicações Scopus e uma única citação! Nessa data, esse candidato nem sequer cumpria o requisito mínimo para Orientar teses de Doutoramento, na área da de engenharia civil, financiáveis pela FCT. Critério mínimo esse definido numa reunião, onde até estiveram presentes dois catedráticos jurados do referido concurso, sendo por isso muito difícil de entender que jurados que definem requisitos mínimos para Orientar teses de doutoramento, logo a seguir vão a um concurso destinado a selecionar um professor Associado, ajudar a escolher precisamente o candidato cuja escassa obra científica, nem sequer preenchia esse requisito mínimo. Se um mínimo de coerência (e de vergonha) tivesse havido esses jurados não poderiam ter deixado de dizer, que quem não preenche sequer requisitos mínimos para Orientar uma tese de doutoramento, muito menos os reúne para ser professor Associado. 

É nestas alturas que se percebe que a endogamia académica em Portugal tem muita força https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2024/03/a-falha-do-chatgpt-no-respeitante-ao.html  pois numa universidade europeia minimamente decente, jamais em tempo algum, alguém conseguiria chegar a professor Associado de um departamento de engenharia, com a científica miséria de duas publicações indexadas e uma citação, mas desta vez porém haverá um custo para os contribuintes de milhares de euros. É também importante que se diga que essa bizarrice terceiro-mundista só tem lugar em Portugal, porque o nosso país deve ser o único na Europa, com um elevado número de catedráticos cuja obra científica é objecto de desprezo por parte de investigadores estrangeiros. Em boa verdade e nos termos da minha proposta de Janeiro de 2020, já há muito que eles deveriam ter sido despedidos com justa causa. https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2024/03/portugal-mais-uma-vez-abaixo-da-grecia.html

PS - Ao longo dos referidos quase dez anos, venci vários concursos internacionais para investigador, fui selecionado para ir à final de um concurso para lugar de catedrático, numa conhecida universidade da Suécia, onde no entanto, por razões pessoais, decidi não estar presente e recebi ainda vários convites, que decidi não aceitar, como por exemplo para uma universidade Inglesa https://19-pacheco-torgal-19.blogspot.com/2022/05/professor-and-director-of-centre-in-low.html E note-se que esses convites tiveram lugar antes de Outubro de 2021, mês em que a Clarivate Analytics, decidiu escolher o meu perfil entre quase 30 milhões de investigadores registados naquela plataforma, e publicitou essa escolha para servir como exemplo da importância da actividade de revisão de artigos científicos, o que significa que aqueles convites em nada se ficaram a dever a esse invulgar acontecimento.