O Ministro Fernando Alexandre foi ontem autor de um longo artigo, no jornal Público, sobre uma proposta de revisão do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior-RJIES, vide link supra, onde entre muitas outras coisas se pode ler:
"propõem-se regras para combater a endogamia no Ensino Superior. Em particular,
as IES não poderão contratar um doutorado da sua instituição durante os três anos após o doutoramento"
Trata-se de uma iniciativa meritória, que ambiciona retirar Portugal do pódio internacional da endogamia académica, onde o nosso país tem a pouca honrosa companhia de países do terceiro mundo, mas que eu recentemente critiquei por ser de muito fraco alcance, num post contundente, ácido e irónico, mas muito realista, e que entretanto, sabe-se lá porquê, tornou-se o 2º post mais visualizado entre aqueles que foram produzidos dos últimos 30 dias
https://19-pacheco-torgal-19. blogspot.com/2024/12/ endogamia-academica-ministro- propoe-que.html
Devo recordar aqueles esquecidos e principalmente aqueles que não o sabem, que o primeiro estudo nacional sobre endogamia académica, que foi levado a cabo em 2016 (por coincidência, apenas alguns meses depois de eu ter sido o primeiro subscritor de uma petição sobre esse grave problema) apurou uma percentagem nacional de 70% e o último estudo feito em 2022, confirmou que ao longo desses seis anos teve lugar uma redução miserável de apenas 2% (0.33%/ano), https://wwwcdn.dges.gov.pt/ sites/default/files/ endogamiaacademica_20212022. pdf significa isso, que mesmo que a fraca medida agora proposta por este Governo, conseguisse o improvável milagre, de decuplicar essa percentagem de redução para 3,3% ao ano, então Portugal necessitaria ainda assim de 18 anos, para conseguir atingir percentagens de endogamia académica idênticas às de países como a Alemanha e o Reino Unido, que são inferiores a 10%.